Epilogue

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Lin lançou-lhe um olhar um pouco surpresa, como se perguntando por que ela pensava que arrumar uma árvore de Natal seria uma tarefa tão difícil.

— Tenho um amigo que as cultiva.

Explicou com sua habitual maneira calma de falar.

— Mas... por quê?

Impotente Kath fez um gesto abrangendo a sala inteira.

— Porque pensei que era o que precisávamos. Por que limitar o Natal a um determinado período de tempo, quando precisamos dele o tempo todo? É uma questão de entrega, não é? Entrega e amor.

Gentilmente, Lin a sentou no chão em frente à árvore, em seguida, sentou-se ao lado dela e estendeu a mão para o presente mais próximo, uma pequena caixa embrulhada em papel vermelho, com uma fita dourada. Colocou-a no colo dela e Kath olhou para ela através de um véu de lágrimas quentes, que, de repente, obscureceu sua visão.

— Você já me deu tanto... Por favor, Lin, não quero aceitar mais nada. Jamais poderei lhe pagar.
— Não quero ouvir uma palavra sobre me pagar.

Interrompeu-a, abraçando-a e puxando-a para si.

— Amor não precisa de reembolso, porque só pode ser pago com amor, e é isso que eu sempre quis de você.

Kath prendeu a respiração na garganta e a fitou com os olhos banhados de lágrimas.

— Eu te amo tanto que chega a doer.

Disse, suprimindo um soluço.

— Shhh, baby...

Murmurou Lin, beijando-a na testa.

— Não chore. Eu te amo e você me ama. Por que isso deveria fazê-la chorar?
— Porque não sou boa no amor. Como você pode me amar? Nem meus pais me amaram!
— Só perderam com isso. Como eu poderia não amar você? A primeira vez que a vi, naquela caminhonete velha, com os braços cruzados em torno do ventre, para proteger o bebê, olhando para mim com aqueles olhos castanhos assustados, mas não derrotados, eu me apaixonei. Levei um pouco de tempo para perceber o que havia acontecido, mas, quando coloquei Namo em seus braços e você a contemplou com o rosto iluminado de amor, eu soube que também queria um amor assim. Seu amor é tão forte e feroz, baby. É concentrado por ter sido encerrado dentro de você todos esses anos. São raras as pessoas que conseguem amar assim, e eu queria tudo para mim.
— Mas você nem me conhecia!
— Conhecia o suficiente.

Murmurou, olhando para a árvore, com os olhos refletindo um conhecimento profundo que poucas pessoas possuíam.

— Sei o que quero. Quero você. A verdadeira Kath. Não quero que ande na ponta dos pés, receando fazer algo que não me agrade. Quero que ria comigo, grite comigo, me atire coisas
quando eu a irritar. Quero o fogo que há em você, assim como o amor, e acho que vou enlouquecer se você não me amar o suficiente para me dar isso. A última coisa que quero é sua gratidão.

Kath virou a caixinha várias vezes nas mãos.

— Se amar é dar, porque não permite que eu lhe dê alguma coisa? Sinto-me tão inútil.
— Você não é inútil.

Retrucou exaltada.

— Meu coração deixaria de bater sem você. Isso soa inútil?
— Não.

Lin ergueu-lhe o queixo com a ponta do dedo e fitou-a nos olhos, com um sorriso nos lábios.

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