18(Alec)

19 2 0
                                    

ISABELLE GILDEON LIGHTWOOD WAYLAND literalmente espancou minha porta, pela tarde. Eu estava terminando de me vestir, logo após ter voltado do meu encontro com minha namorada, mas logo que a porta passou a ser espancada eu soube que era Isabelle. Não precisava ser um vidente para saber que era ela, e o motivo que a trazia ali. Jace com certeza já havia dado com as línguas nos dentes para a mais nova, que como sempre, se sentiu apunhalada pelas costas por ser a última a saber, e tera vindo tirar satisfações comigo.

- Pode entrar. - eu não precisei repetir, para uma Isabelle furiosa adentrar meu quarto, com olhos me encarando fatalmente. Respirei fundo, prestes a encarar a fera, terminando apenas de abotoar os botões da minha calça jeans. Logo levantei a cabeça, olhando para Isabelle, que nunca deixou de me olhar com aquela fúria nos olhos. Ela sabia que eu imaginava o motivo de ela estar ali, e eu sabia que ela descobrira meu relacionamento às escondidas. - Fala.

Isabelle não precisou de um empurrãozinho para começar o discurso que eu sabia estar gravado na ponta da língua, depois de horas que ela deve ter ensaiado.

- Você está namorando há meses e não pensou em me contar nada? Eu realmente precisei descobrir pelo Jace, e não pelo próprio Alexander Lightwood Wayland, que se diz meu fiel irmão. - ela gritou furiosa, apontando o dedo em minha direção, como se estivesse se controlando para não me assassinar ali mesmo. Porque apesar de tudo, Isabelle me amava, mas odiava quando eu a escondia detalhes da minha vida e contava para Jace, e não ela. E eu a amava também, mas assim como ela odiava um defeito meu, eu também odiava um dela. O quanto ela podia ser controladora até quando se tratava da minha vida, e em todas as áreas. Ao invés de me questionar sobre o que eu fiz, por que ela não questiona o que me levou a esconder isso dela?

Será que Isabelle realmente não vê como seu ciúmes e possessividade estraga uma bela relação que ela poderia ter comigo e também com Jace, que já declarou se sentir da mesma maneira. Claro que como um verdadeiro homem das cavernas, Jace não foi exatamente um amor de pessoa ao autocriticar Isabelle, o que a fez chorar, e logo como um belo homem de coração frouxo, eu fiquei solidarizado com seu estado, e a consolei, dizendo que Jace estava errado. Antes tivesse agido como Jace, e dito a verdade sobre como seu jeito me incomoda. Mas Alexander Gildeon Lightwood Wayland sempre se vê feliz agradando os outros. E esse é o resultado; Isabelle continuou me controlando, e fazendo o mesmo com a minha vida. E eu deixei, até conhecê-la, e perceber que se quero alguém controlando minha vida e meus hábitos, esse alguém não é minha irmã. Esse alguém é minha atual namorada, que eu amo como um todo, e não vou desistir, mesmo que terei de enfrentar as respectivas leoas, cujo nomes é Isabelle e Aline. É incrível como na vida não precisamos conhecer uma pessoa a longa data, para compreendê-la melhor do que pessoas que conhecem-a há anos. É assim que me sinto sobre Clary. Ela me conhece faz menos de um ano, e ainda assim me compreende melhor do que Isabelle e Aline, que ainda quer me ter de forma romântica, sem saber nada de mim.

Sempre deixei muito claro para Aline como eu me sentia sobre ela, e quais eram as minhas respectivas intenções com ela; que nunca foram de ser mais do que um amigo. Mas eu nunca deixei essas intenções claras para Clary, que mesmo assim, entendeu rapidamente que Aline e eu não estamos no mesmo dilema. Como é possível que a ruiva de olhos verdes, filha de um ser tão execrável como o homem que usou Isabelle, pode ser mais compreensiva sobre mim e me entender até melhor que minha própria irmã? Só não desconfio que Isabelle e Clary foram trocadas na maternidade, porque não há ruivos na minha família, nem mesmo nos meus antepassados.

Na verdade, desde que fora adotada aos onze anos por Jia Penhallow, quando eu tinha quinze anos, imediatamente considerei Aline como uma irmãzinha para mim. Sempre tive um amor muito grande por Jia, a mãe de Aline, e lamentei com ela quando me contou que era estéril, já que seu sonho era ser mãe. Como sou quatro anos mais velho que Jace, e oito a mais que Isabelle, sempre fui o mais próximo das confidências adultas da família. Maryse, minha mãe, sempre confidenciou comigo os assuntos da gangue de hackers, que hoje Isabelle e Jace também fazem parte. E Jia, ela sempre foi uma outra questão. Era aquela famosa tia predileta que temos em alguma parte da nossa família. Ela não me tratava como um adulto já responsável o suficiente para estar em uma gangue, envolvido em assuntos de hackers. Ela me tratava como o que eu era naquela época; um adolescente, que infelizmente não pôde viver essa fase. Jace tinha a mesma idade de Aline, quando ela fora adotada, portanto nunca dividiu os mesmos pesos que eu tive que aguentar, jogado em mim. Isabelle era a mais nova de nós dois, tendo seus sete anos. Nunca foram responsabilizados por nada, como eu fui. E mesmo assim, mesmo eu sendo muito mais velho que ela, Isabelle me trata como se fosse a mais velha, e eu que precisasse acatar suas ordens de primogênita.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Oct 27 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

O Sequestro | - O Épico Amor De Wayland Onde histórias criam vida. Descubra agora