Jace fez o total oposto do que eu pensei, me levando para um restaurante onde eu muito bem conhecia.
Apetite&Love.
Minha mãe já me trazera aqui uma vez para conhecer meu namorado. Na época, lembro-me de ter dezesseis anos e fiquei zangada por ter que organizar todo o jantar e depois de horas convencendo minha mãe, o Simon, meu namorado na época, não compareceu.
Eu fiquei chateada com o bolo que levei, e principalmente na companhia da minha mãe. Lembro-me de chorar por noites, até que o maldito apareceu e finalmente terminou nossa relação. Ele não era o tipo de cara que eu esperava. O tipo que abriria a porta do carro para mim e estaria muito animado para conhecer minha família. As vezes o destino nos reserva o melhor, mesmo que no momento em que esse melhor aconteça, possa doer demasiadamente. Mas futuramente, assim como aconteceu comigo, nós enxergamos que foi melhor de tal jeito.
- Eu espero que esse olhar de quem está pensando demais, não seja um plano para fugir de mim. - Jace sussurrou no meu ouvido, fazendo-me voltar do transe que aquele lugar me trazia. Eu o olhei atônita, e sorri um pouco, feliz pela simpatia que emanava dele. Só bastava saber até quando tal adjetivo ainda o caberia.
- Eu não estou tramando nada, Wayland. - falei, pois era a verdade. - Eu prometo.
E prometer algo para ele, mais uma vez, fugiu dos meus planos.
- Ótimo. Vamos nos sentar, Clarissa. - Jace agarrou meu braço, cruzando com o seu. Eu senti partes de mim se arrepiar com aquele toque e sorri. Porque, genuinamente, eu estava curtindo aquela sensação de poder ver o lado dele, que jamais pensei existir. O lado bom.
Jace me levou para sentar nas mesas do fundo, onde um ar refrescante tornava o ambiente leve e harmonioso. Quase como se fosse o jardim da minha casa, que me trazia tanta paz. Seria estranho se eu sentisse mais falta do jardim do que da minha família? Acho que seria.
- Espero que se comporte. De verdade, Clarissa. - Jace reforçou, antes de me deixar sozinha, com a promessa de que voltaria com os cardápios.
Durante o curto período que o Wayland me deixou ali sozinha, eu tive tempo para reavaliar o lugar. Não mudaram muita coisa desde a última vez que eu vim com minha mãe e Valentim. Aliás, a última vez que eu saí com o meu pai. E também a última que o vi, antes de minha mãe pedir o divórcio e ele sair viajando o mundo, como se não tivesse duas filhas para assumir, mesmo divorciado. Claro que Celeste e eu não nos importamos com a covardia daquele homem deplorável. O que nos machucou - principalmente a Celeste - foi que Valentim passou a nos tratar como estranhas para ele, quando acontecia de nos cruzar na rua ou entrevistas. A imprensa queria saber o que levou o casal perfeito, se divorciar tão repentinamente. Bem, era assim que em público, Jocelyn e Valentim pareciam ser. Mas em casa, a realidade era o completo oposto. Meu próprio pai; meu próprio genitor, fez com que meu lar seja tudo, menos o que eu tenho orgulho de dizer que me acolhe. Porque não seria verdade.
- Não parece um pouco errado voltar aqui sem a Clary? - meus pensamentos voaram longe, me deixando voltar para a realidade de pessoas rondando o local. Uma dessas pessoas, porém, era alguém muito familiar. Era ela.
Minha cabeça estava apoiada sobre as mãos, enquanto eu deixei-me ser consumida pelos pensamentos, logo depois de Jace sair. Porém quando eu ouvi a voz da antiga criança que eu confortei, enquanto minha mãe era espancada, minha reação foi o oposto. Eu me choquei no lugar em que estava, sem conseguir controlar o longo suspiro que saiu da minha boca.
Sim, era ela. Eu a reconheceria em todo lugar com aquelas longas madeixas escuras e olhos verdes como os meus. Lá estava ela. A minha outra e única metade.
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O Sequestro | - O Épico Amor De Wayland
RomansaJace era apenas um garotinho inocente do mundo lá fora quando teve de encarar cedo demasiado o caos de sua vida. Foi difícil em um colégio como o mais rico de Califórnia, passar despercebido, quando sua tentativa de hackear o sistema, fora descobert...