11(Clary)

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- O que faço, Aline? - perguntei, nervosa demais para incorporar na postura de uma mulher fortíssima, como minha mãe. - Não quero estar menos bonita do que ele. Mas não quero que pense, que estou me aprontando para ele.

Enquanto encarava as três opções impecáveis de vestidos que Aline havia me concedido, minha mente ficava nublada, cada vez mais. Que diabos de poder Jace ainda tinha sobre mim? Ou melhor, quando foi que eu permiti que ele tivesse tal controle para me manipular como sua marionete?

Queria saber, para me livrar daquela tentação o quanto antes.

- Talvez o vermelho. É elegante mas também muito descolado. - ela apontou para o vestido vermelho que se estendia em sua cama, ao lado de tantos outros que eu já havia dispensado. Era um belo traje, com caimento até os joelhos e bem destacado nas cinturas, onde possuía de um enorme cinto da mesma cor que o vestido, brilhante o suficiente para ofuscar a visão de qualquer um.

Fitei a peça precisamente por algum tempo, antes de me voltar para Aline, que me encarava com um sorriso aparente.

- Claro, porque não pensei nisso antes? - revirei os olhos, enquanto sarcasmo era perceptível na minha voz. - Ah sim, provavelmente porque não quero uma noite, e esse vestido vai dar exatamente essa impressão. - aleguei.

- Talvez Jace queira uma noite. - Aline tentou me dizer, mas a interrompi, com breves tapas em seu braço, de maneira a lhe repreender por tais palavras.

- Mas eu não quero. Aline, sério, nem morta serei uma das muitas opções daquele tirano. E ainda tem essa tal de Ana Clara. - uma sensação incômoda se apossou do meu peito, quando falei aquele nome. Ana Clara. Um dia, queria conhecê-la para a dar os parabéns por aguentar Jace por mais tempo do que uma pessoa normal aguentaria. Mas uma outra parte de mim, quer conhecê-la apenas para que veja, como foi fácil para Jace arrumar outra obsessão. Uma parte minha, desejava que ela soubesse que agora, quem tinha Jace na palma das mãos, é apenas eu e não ela.

Mas isso seria como jogar na cara dela que Jace é meu. E isso não é verdade. Jace é só o Jace, livre para quem o quiser. E se as mulheres possuíssem um pouco mais do meu bom senso, não desejariam tanto o ter por perto.

- Oras Clary, tudo bem. Se não quiser terminar a noite com Jace e você nus, tenho certeza que ele não vai a obrigar. Mas, por tudo o que eu mais aprecio neste mundo, coloque esse vestido já. - Aline se enfureceu, me encarando com impaciência. Senti calafrios por sua expressão, mas tentei me assegurar no que dissera sobre Jace. Se não quiser, ele não vai me obrigar e é só isso o que, verdadeiramente, me importa.

Por fim, cedi à toda pressão que ela fazia, e agarrei o vestido vermelho em mãos, que antes se estendia na cama de Aline.

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Antes de me encontrar com Jace em seu quarto, dei uma passada na cozinha, afim de comer uma suculenta maçã. Meu estômago parecia revirar de fome e eu só desejava que Jace me levasse para algum restaurante, embora sabia que isso não aconteceria. Afinal, ir a restaurantes é uma coisa perfeita. No entanto, perfeita para casais, coisa que jamais seríamos.

- Você está bonita. - dissera Isabelle, assim que entrei no lugar que parecia ser meu único preferido naquela casa. Bom, na verdade, secretamente eu também era muita apaixonada pelo meu quarto. - Vai sair?

Eu e ela não tínhamos conversado ainda depois de todas as confissões que ela me contou sobre Valentim. Na verdade, não sei se estava pronta para ter uma conversa civilizada sem desejar não fitá-la nos olhos. Afinal, era um pouco constrangedor olhar em seus olhos e pensar que poderia ter sido minha madrasta. E o pior, uma madrasta de minha juventude.

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