𝐃𝐈𝐕𝐈𝐍𝐄 𝐂𝐔𝐑𝐒𝐄 ━━━ 𝙽𝚊𝚗𝚊𝚝𝚜𝚞 𝚗𝚘 𝚃𝚊𝚒𝚣𝚊𝚒❞

𝟎𝟎 ━━━ 𝟎𝟑❞

━━━ ⚜︎ ✶✴༼ 𝐓𝐡𝐞 𝐚𝐝𝐯𝐞𝐧𝐭 𝐨𝐟 𝐝𝐞𝐬𝐩𝐚𝐢𝐫༽✴✶ ⚜︎ ━━━

𝕹os meses que passaram, sendo três desde o dia em que ela aceitou ficar, Genevieve manteve-se retraída. Obtusa dentro do palácio real e do jovem rei, ela sentia-se deslocada no meio humano e sua aversão pela espécie também não era convidativa, a deusa tinha problemas em relação a conectar-se com os demais. Não era culpa dela, afinal, desde sua criação até o momento de seu declínio, Genevieve teve de encarar os abutres que rodeavam seu ser, manipulações e tentativas de comprometer sua imagem perante seu clã eram corriqueiras. Como se esperassem, ocultos nas sombras, que ela cometesse algum deslize e obtivessem a oportunidade para agir, feito um predador ao cercar sua frágil presa. O que eles não sabiam, ou passou pela cabeça deles, era que a loira os mantinha onde queria, ela era o predador á manipular sua presa estúpida. E quando dava o bote, não restava nada para trás; ela os devorava sem misericórdia, como uma descendente direta da Suprema Divindade faria, Genevieve foi criada para ser assim, impassível.

Claro que, não podemos dizer que mudanças não ocorreram, elas existiam mas eram demasiadamente sutis. Ela era assim em sua essência, pura, delicada e suave; ao mesmo, feroz, cruel, arrogante e por último, nada do que não soubéssemos, era uma criatura que não possuía misericórdia daqueles que entravam em seu caminho. Mesmo assim, estava aberta a transitar entre os humanos, faria isto pela forma como foi recebida pelo monarca jovem de Camelot, um agradecimento silencioso. Arthur Pendragon era um garoto promissor na visão dela, altruísta e honrado, diferente dos demais governantes que teve o desprazer de encontrar em sua longa vida, o rapaz ruivo era gentil e justo com seu povo e isso a fez descruzar os braços em relação a ele. Agora, sua convivência com a maga de Belialuin não era a mesma coisa. Consistia em provocações e farpas trocadas por ambas a mulheres, Merlin era inteligente e usava seu conhecimento adquirido, junto de suas informações sobre a outra para importuna-la o quanto podia. Atrevida como era, não recebera o apelido de enganadora de deuses ao acaso, ela fez o que nenhum outro ser vivo pode fazer, conseguiu tirar vantagem dos governantes do dois clãs mais poderosos desta terra e saiu quase ilesa. A deusa reconhecia esse feito, dotada de um respeito amargurado pela mesma, os olhos traiçoeiros escondiam muito mais do que curiosidade e malícia, ela sabia disso.