capítulo 12: O passado

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Takemichi Hanagaki

3 anos atrás

Quando ouvi aquelas palavras sendo ditas de maneira tão sombria, todos os músculos do meu corpo congelaram. Eu não consigo respirar, meu peito dói demais, acho que estou prestes a infartar.

— Não, eu não acredito em você. A minha irmã nunca faria isso!.

Izana exibiu um sorriso ladino. O som do solado dos seus sapatos batendo contra a maneira, me fez estremecer. Ele deslocou-se para trás de mim, imitando o caminhar gracioso de um felino doméstico. Seu hálito roçou na minha orelha, fazendo os cabelos da minha nuca se eriçarem.

— Não diria isso com tanta convicção.

Um simples click no botão do controle remoto foi o suficiente para dar cores para a tela da televisão, ligando diretamente no noticiário.

“Com muito pesar, venho anunciar uma tragédia que aconteceu nesta noite de domingo. Um casal foi encontrado esquartejado na própria casa. A residência foi achada com os móveis revirados e objetos quebrados, indicando uma cena de luta. O crime foi relatado pela filha mais nova do casal, ela alegou ter detectado o homicídio assim que voltou da faculdade, e ligou às pressas para a ambulância. Infelizmente, os pais da garota chegaram sem vida no hospital. A polícia entrou no caso, e a garota vai depor como testemunha nesta terça-feira.”

Izana desligou a televisão logo após o fim do anúncio da morte dos meus pais. Ele jogou o controle no sofá, fazendo o objeto saltar e se quebrar no chão. Sua respiração se afastou da minha pele, me permitindo soltar o ar que eu nem sabia que estava segurando.

— Isso não prova nada.

Não posso acreditar nisso.

— As digitais da [Nome] foram encontradas em um punhal ensanguentado a poucos metros da sua casa. Mas isso não foi relatado para as autoridades, sabe qual foi o motivo?. — neguei com a cabeça. — Ela usou a voz de sereia para manipular os peritos, e sair impune.

— Como você sabe disso?.

— Porque eu vi ela esconder o punhal. Eu sabia que aquela mulher estava carregando uma morte consigo, mas não tinha o conhecimento de quem se tratava. Agora eu sei. [Nome] Hanagaki, é a responsável pela morte dos seus pais.

Izana segurou o meu queixo com os dedos, seu rosto se aproximou do meu e seus olhos oscilaram com malignidade.

— Sua irmã matou os seus pais porque imaginou que o poder dentro dela fosse hereditário, mas ele não é. Logo, ela se conduzirá até você, e então, você vai obter o mesmo destino dos seus pais.

Izana abriu a minha mão, olhando no fundo dos meus olhos e me cedendo uma pistola. Apertei o meu maxilar com força. Experimentei a sensação do meu sangue quente correr pelas minhas veias.

— Ande, e acabe com ela. Antes que ela acabe com você primeiro.

Foi isso o que eu fiz. Segurei firme a arma na mão, como se ela fosse cair a qualquer momento, e corri até a nossa casa, sem olhar para trás.

Está chovendo muito. As gotas grossas de chuva molham a minha face sem trégua, é difícil de enxergar bem com toda a neblina que a acompanha. Estou caminhando pela rua coberta por um breu, que se alastra a cada esquina mal ilumina que eu dobro. Encontro [Nome] sentada em um beco, próximo a nossa casa. Ela está encolhida, abraçando os joelhos e soluçando. Ando até ela e seu rosto se ergue quando aponto a arma na sua direção.

— Take?.

— Por que você está chorando?. — Minhas mãos tremem, ameaçando a derrubar a arma no chão.

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