capítulo 18: Rejeição

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[Nome] Hanagaki

Se o meu corpo não estivesse todo dolorido mesmo depois de dois dias, eu diria que o que aconteceu entre mim e o Manjiro não passou de um sonho, mas foi real. As dores no meu corpo e as marcas dele na minha pele confirmam isso. O dia seguinte chegou como um balde de água fria, trazendo a cruel realidade consigo. Eu estava sozinha na minha cama, Manjiro não estava mais do meu lado. Senti frio porque Manjiro não estava ali para me aquecer. Me senti melancólica, porque ele também não esteve ali no outro dia.

Sei que talvez eu esteja sendo muito emocionada, mas não quero ter que pensar que fui apenas usada para satisfazer os desejos de alguém. Seria humilhante demais passar por uma situação assim. A sensação de ser ignorada por ele após ter um momento tão íntimo me incomoda profundamente, despertando em mim antigas inseguranças.

Caminho até ao escritório dele. Eu preciso de respostas, não posso ficar me atormentando com minhas paranóias. Sei que as coisas vão se esclarecer, só precisamos conversar.

Chego ao escritório e, com uma respiração profunda, adentro o ambiente sem bater na porta. Meus olhos vasculham o local, procurando pelo Sano. Meu coração dispara quando finalmente o encontro, sentado em sua mesa, absorto em seu trabalho. Com uma voz trêmula, me aproximo e chamo sua atenção.

— será que podemos conversar um pouco?. — Ele levanta os olhos, seus traços delicados parecem impenetráveis. Há uma tensão no ar, uma barreira invisível entre nós. Sinto meu coração apertar, mas não posso fugir dessa conversa. Preciso enfrentar a realidade de frente, por mais dolorosa que seja. — Eu sinto que as coisas mudaram entre nós, desde a noite em que fizemos amor.

Manjiro mantém a cabeça baixa por mais um tempo, absorvendo as minhas palavras. Quando ele levanta ela, posso ver que as suas olheiras estão mais profundas do que o normal. O rosto está mais pálido e os lábios levemente brancos, ele parece estar doente. Seus olhos evitam os meus, como se ele estivesse travando uma batalha interna.

— Apenas esqueça o que aconteceu entre a gente. — A resposta dele me atingiu como um soco no estômago.

Um turbilhão de emoções passa por mim. Sinto a raiva esquentar o meu sangue, ela é a minha ruína. Também sinto a tristeza me correr por dentro, ela é a minha vulnerabilidade. Quero chorar e sair correndo, mas também quero gritar e arrancar aqueles cabelos cheio de química da cabeça dele.

— Como você pode me pedir para esquecer tudo o que aconteceu entre nós? Como você quer que eu apague isso da minha cabeça? E quanto aos meus sentimentos?. — Minha voz saiu embargada.

Ele me encara pela primeira vez, seus olhos estão carregados de dor e arrependimento. Mas antes que eu possa dizer mais alguma coisa, ele desvia o olhar novamente. Ele está colocando um muro entre nós, está se protegendo das suas próprias emoções.

— O que aconteceu? Eu fiz algo que você não gostou?. — Sano se levanta bruscamente da cadeira.

Ele caminha até a porta e a abre, revelando um olhar determinado.

— Eu preciso continuar trabalhando. Você vai ter que se retirar.

Engoli em seco, tentando manter a compostura enquanto me afasto lentamente. Por um momento, desejo agarrá-lo e pedir por respostas, mas apenas sigo em frente sem olhar para trás.

Sanzu deita o Kai em cima da cama e começa a tirar as roupinhas dele com delicadeza, revelando o seu buchinho. Ele olha para mim e sorri.

— Sabe qual é o meu som favorito?.

— Qual?.

Sanzu afunda a boca na barriguinha macia do bebê e sopra suavemente, produzindo um barulho engraçado. O bebê solta uma risada adorável e os seus olhos brilham, enquanto as suas pernas gordinhas balançam para cima e para baixo.

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