capítulo 22: o confronto

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[Nome] Hanagaki

Meus olhos se abrem lentamente, lutando contra a escuridão opressiva que me envolve. Minha cabeça lateja com uma dor intensa, como se tivesse levado uma forte pancada. Sinto-me desorientada, incapaz de reconhecer o ambiente ao meu redor. Conforme a minha visão se ajusta, percebo que estou dentro de uma jaula grande, cercada por barras de ferro frias e sombrias. Minhas mãos instintivamente agarram as barras de ferro, buscando uma saída, uma maneira de escapar desse confinamento. Meus dedos tremem com a tensão, meus sentidos se alertam para qualquer sinal de perigo iminente. O lugar que eu estou parece um estádio pequeno.

Não sei ao certo quanto tempo fiquei presa dentro desse lugar. Eu tenho passado a maior parte do meu tempo sendo drogada através de seringas injetadas na minha pele, sem o meu consentimento. Essa é a primeira vez que eu me sinto sóbria desde o meu sequestro.

Escuto o som de passos se aproximando do meu cativeiro, me fazendo recuar para longe das barras de ferro. O som aumenta na medida que a pessoa chega mais perto. Não é uma pessoa, são duas. Tenho que forçar a visão para tentar reconhecer pelo menos uma das suas figuras imersas na escuridão.

— O que vocês querem?.

— Você sabe. Vai me dizer que já esqueceu?.

— Não consigo te ver, sorri para mim te ver.

Minhas pupilas se contraem com a claridade emitida pela lâmpada quando as luzes se acendem. Tenho que piscar algumas vezes até que os meus olhos se acostumem com a luz. A figura impotente de Izana está diante de mim, com os braços cruzados e os ombros erguidos.

Meus olhos se fixam nas duas katanas que Izana segura, as lâminas reluzentes e afiadas refletindo a luz ao meu redor. Um calafrio percorreu minha espinha enquanto minha mente se enchia de temor e apreensão. A visão das duas katanas nas mãos de Izana apenas intensifica minha sensação de perigo iminente. Embora as pontas estejam apontadas para baixo, a sensação de perigo ainda é predominante.

O moreno deixa as armas no chão, e tira uma chave dourada de dentro do bolso do blazer, que cobre metade do seu corpo. Ele gira a chave dentro da maçaneta, fazendo um “clink”.

Sinto meu coração disparar quando a porta da cela é aberta por Izana, e antes que eu possa reagir, sou puxada para fora e jogada violentamente no chão. A dor aguda percorre meu corpo, mas antes que eu possa me recuperar, Izana segura meu rosto entre as suas mãos com uma força que me deixa sem ar.

— Você foi tão burra de ter se aliado com a Bonten. Se quisermos, nós dois podemos governar esse mundo apenas com o seu poder. Você pode se casar comigo e ser a minha rainha e eu o seu rei. Essa é a sua última chance. — Ele sussurra, apenas para mim ouvir. Meus olhos se encontram com os dele, e vejo um brilho predatório em seu olhar.

— Eu prefiro morrer, do que perder a minha vida do seu lado.

— Você é tão teimosa. Nós poderíamos ter tudo.

Meu rosto é repentinamente liberado quando Izana o solta, deixando-me atordoada e desorientada por um breve momento. Meus olhos acompanham seus movimentos enquanto ele entrega uma katana para Takemichi e joga outra em minha direção. Eu agarro a katana no ar, sentindo o peso familiar. Minha mente se acalma um pouco, concentrando-se na arma que tenho em mãos. É uma oportunidade rara de defesa, uma chance de lutar por minha própria sobrevivência.

Izana se afasta, indo em direção a uma das arquibancadas. Ele vai ser um espectador do que está por vir.

— Vou te dar um incentivo para lutar, [Nome].

Kurokawa liga o painel, transmitindo uma reportagem de jornal ao vivo.

“A gangue mais temida de todo o Japão foi apreendida pelas autoridades brasileiras e trazida de volta para o nosso país. Com eles foi achado um bebê com cerca de dois anos de idade, o bebê passou por avaliações médicas e foi levado para um orfanato. A criança foi reconhecida como filho de um dos mafiosos, mas essa informação foi desmentida após fazerem um teste de DNA nesta manhã. Os prisioneiros foram sentenciados à prisão perpétua. A pena do líder da gangue: Manjiro Sano, foi mudada após os esconderijos deles serem encontrados, e mais provas sobre os seus crimes brutais forem achadas. Manjiro Sano foi condenado à morte, a sua execução acontecerá hoje às 20:00 da noite.”

— Eu tinha pedido para o Takemichi falsificar os testes de DNA, mas no final, nós nem precisamos usar. Aquela mulher foi bem esperta em mentir dizendo que o Sanzu é pai daquele menino. — Ele solta uma risada zombeteira.

Meu coração aperta em meu peito quando as palavras são pronunciadas, informando que meus amigos foram presos e que Kai não é o verdadeiro filho de Sanzu. Uma onda de raiva e desespero toma conta de mim. Minhas mãos apertam a empunhadura da katana com ainda mais força, enquanto meu corpo fica tenso.

— Você pode salvar eles se quiser, mas vai precisar do seu poder para isso.

Meus olhos se arregalaram de surpresa e confusão quando vejo Takemichi avançar em minha direção com a katana em mãos. Um misto de medo e incredulidade percorre meu corpo, enquanto tento processar a repentina ameaça que ele representa. Meus instintos de autodefesa entram em ação imediatamente, e meu corpo age por reflexo. Com movimentos rápidos e precisos, levanto minha própria katana para bloquear o ataque de Takemichi, desviando o golpe em direção ao lado e recuando para trás.

— Eu não quero ter que lutar com você!. — Grito.

— Você não tem escolha!.

Meu irmão se avança novamente para cima de mim, mas dessa vez não consigo desviar completamente. Sinto uma onda de dor percorrer meu braço quando a lâmina de Takemichi acerta meu membro. Um grito de agonia escapa de meus lábios enquanto meu sangue começa a manchar a minha roupa. A adrenalina percorre meu corpo, intensificando minha determinação de me proteger e revidar.

Mesmo ferida, eu não recuo. Minha katana se ergue em um movimento rápido, enquanto meu corpo se move em uma dança mortal. Meu objetivo é me defender e incapacitar Takemichi, mostrando-lhe que não vou me render facilmente.

— Você quer lutar? Então vamos  lutar!.






Continua....

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