𝐝𝐚𝐧𝐜𝐞 𝐢𝐧 𝐭𝐡𝐞 𝐝𝐚𝐫𝐤, ᴄʜᴏsᴏ

𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟐

━━━━━• POV [nome] •━━━━━

Há algumas semanas, não compareci na academia devido à acumulação de matérias no curso e outras responsabilidades. Decidi explorar a nova academia que surgiu ao lado da universidade, uma experiência excelente, especialmente por ser gratuita com experiências. Enquanto corro na esteira, sinto meus músculos queimando, reacostumando-me ao exercício físico, a intensidade aumentando junto com minha frequência cardíaca. Nos meus headphones, 'The summoning' de Sleep Token toca alto o suficiente para abafar outros sons, motivando-me a não desistir. Aproveito a corrida para folhear um artigo impresso da faculdade, embora minha concentração se dissipe na busca pela compreensão.

Meus pensamentos vagam para alguns dias atrás, quando finalmente conheci Choso pessoalmente. Seu rosto exibia uma expressão entediada, como se tudo ao redor fosse fútil demais. Surpreendentemente, isso não me irritou, existe algo peculiar em relação a ele. Não consigo entender exatamente porquê fiquei tão fascinada pensando em Choso. Seu cabelo desalinhado, preso em um rabo de cavalo baixo, com diversas mechas soltas, caía grande parte sobre seu rosto. Olheiras profundas e roxas denunciavam noites mal dormidas. Uma cicatriz marcante se estendia do centro do nariz até os ossos zigomáticos, deixando-me curiosa sobre sua origem. Apesar disso, suas roupas eram simples, bem cuidadas e suaves ao olhar, animando minha curiosidade para sentir o amaciante.

Ao acessar o perfil do Instagram, deparei-me com o vazio, mas não pude ignorar o fato de que Choso havia assistido a todos os meus stories. Estranhamente atraída por ele, incapaz de expressar esse sentimento, percebi que sua frieza e indiferença me provocavam arrepios inexplicáveis. Talvez o desafio de conquistar alguém tão desinteressado tenha despertado meu desejo, tornando-o um jogo intrigante. Ou talvez seja o mistério por trás dele, pois não demosntra as real personalidade, provocando meu tesão com curiosidade pura. Aproveitando a esteira, posicionei o celular estrategicamente, tirei uma foto e compartilhei nos storys, ansiosa para avaliar seu interesse. Entretanto, percebi tarde demais que não estava sozinha. Toji Fushiguro aumentou a velocidade, exibindo um sorriso infantil, quase me fazendo cair com a boca no chão, mas assumindo o equilíbrio rapidamente. Reduzi a velocidade, parei de correr e desisti do aparelho, irritada pela intromissão.

- Boa noite, papai. Boa noite, garota - Ele diz, afinando a voz para imitar a minha. Reviro os olhos, buscando a garrafa de água no chão e arrependida por ter apoiado o headphone no pescoço, escutando apenas o grave da música vibrando

- Boa noite, Toji. Quanto tempo? - Levanto as sobrancelhas, simulando desinteresse pelo pai que não vejo há aproximadamente duas semanas. O homem verifica o relógio, surpreso com as horas que encontra

- Quase dez da noite, não deveria estar em casa fazendo coisas de garotinha irritante?

- Não, decidi ser a garotinha irritante na academia. É meu único horário livre, ainda bem. O que está fazendo, meu velho? - Ao ouvir o apelido, ele apoia a mão em minha cabeça, espalhando os fios de cabelo antes amarrados para não atrapalhar o treino