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━━━━━• POV CHOSO •━━━━━
Hoje, meu quadro ganha vida de forma única, revelando emoções diferentes das obras anteriores. Após a intensa noite passada, retornei para casa ao lado de Itadori, sem hesitação, evitando olhar para trás, carregando uma culpa palpável por permitir que algo daquela intensidade acontecesse. O sono me fugiu completamente, e a cafeína, embora seja a inimiga do sono, tornou-se meu suporte em meio caos da mente. Em casa, hipnotizado pela parede do estúdio com obras penduradas totalmente vazias de emoção, percebi que refletiam minha própria essência.
Cada vez que fecho os olhos, sou transportado para [nome]. Consigo sentir seus olhos fixos sobre mim, tão vívidos e carregados de mistério. Isso me inspira, mas ao mesmo tempo, me causa um nível de estresse, pois não consigo decifrá-la com facilidade. A única sensação comparável é minha luta ridícula para vencer o professor na mesa de xadrez, meu único adversário estratégico. [Nome] é o tabuleiro do meu oponente, suas peças representam sua personalidade, quanto mais penso que compreendi, mais complexo se torna.
Enquanto ela passava por mim nesta manhã, no corredor, senti como se a morte estivesse me pregando uma peça. Esperava suas habituais piadas sem graça e fúteis que tanto estressam, mas nada. Talvez tenha passado a noite em claro, resultando pelas olheiras e pele pálida, ou talvez fosse apenas a ressaca marcando presença. Apesar de ter olhado diretamente para mim, seguiu adiante sem pronunciar uma palavra. Toda minha frustração se expressou na tela em tons de vermelho, já que [nome] sempre veste algo nesse tom, quase bordô... Inclusive, me sinto culpado por lembrar serem as cores de sua roupa intima naquela noite. Sem saber como reagir, após chegar em casa, apenas usei a mão para acalmar a tensão que aquilo causou em meu corpo.
Com o encerramento da aula, recordo que não posso voltar para casa, pois minha mãe encarregou-me de entregar um presente à psicóloga da instituição. Sem pressa, arrumo o quadro para secar a tinta recente, observando-o pela última vez. Ninguém me cumprimenta pelos corredores. Às vezes, gosto de acreditar que sou invisível... Contudo, ela me viu, e ultimamente, esse pensamento tem se tornado intrigante. Ao me aproximar da porta da psicóloga, deparo-me com uma figura conhecida sentada nos assentos do corredor, concentrado na leitura atenta no livro velho entre as mãos.
- Megumi? - Chamo, fazendo os olhos levantarem em direção. Parece tão esgotado quanto a irmã nesta manhã - Está perdido ou procurando alguém?
- Não - Ao fechar o livro, percebo que, apesar de sua atenção, há uma certa distância. Há algo nele que me remete ao passado, à época em que ainda tentava ingressar na universidade, além de outros detalhes mais específicos. Conscientes de nossa dificuldade em manter conversas formais ou não, quando me preparo para abrir a porta, ele avisa impedindo - Está ocupada
- Está? Pensei ser o horário de almoço dela
- Consulta urgente - Ao perceber que ele está ali para fazer companhia a [nome], mesmo sem termos intimidade suficiente, algo queima dentro de mim. Me preocupo, pois [nome] estava comigo na noite passada e aparentava estar bem, talvez tenha o dom de fingir. Reviro mentalmente cada momento em busca de sinais de instabilidade, mas não consigo lembrar. A dúvida persiste, e a culpa somente cresce, questionando se talvez tenha sido minha responsabilidade.