𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟏𝟑

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━━━━━• POV [NOME] •━━━━━

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━━━━━• POV [NOME] •━━━━━

Haviam passado um pouco mais de dois meses, estávamos em setembro, presenciando o outono. Eu estava sentada em frente à janela, que tinha visão para a rua onde a grande árvore começava a perder suas folhas, caindo no chão em tons de ferrugem. A tarde acabou, logo chegando à noite, mas eu mal percebia essa mudança de tempo. Algo faltava dentro de mim, como se eu estivesse mergulhada num abismo sem fundo, numa busca desesperada pela morte, pois não enxergava outra solução. Apesar de tentar me convencer de que não estava sozinha, minha mente resistia, insistindo que todos me haviam abandonado. Bem, se estou sozinha, é por minha própria culpa, não é? Talvez eu mereça. Talvez eu tenha destruído pessoas, sendo merecedora desse isolamento, uma precaução para evitar algo pior... Engano a mim mesma, sou autodestrutiva, uma bomba humana prestes a explodir.

Dois meses desde a última vez que troquei palavras com Choso, ou melhor, desde que não o encontrava pelos corredores da universidade. Não era como se tivesse superado ou esquecido o que quer que tivéssemos tido, pelo contrário, lembrava dele todos os dias. Me odiava por o desejar tanto e, ao mesmo tempo, manter essa distância absurda. Torcia para que Choso não compartilhasse dos mesmos pensamentos, que tivesse seguido em frente, talvez encontrando alguém melhor. A ideia de que pudesse ter uma namorada era algo que definitivamente não queria pensar. Todos me alertaram, Satoru, Suguru, Shoko, minha psicóloga, Megumi, até mesmo meu pai mandou indiretas. Todos avisaram que deveria tomar atitude em relação a Choso. Contrariando todos, mantive a distância sem dizer ou fazer nada, e ele também não veio atrás nem demonstrou interesse em saber como eu estava.

Algo mudou em mim desde que conheci Choso. Não consigo determinar se é algo bom ou ruim, mas percebi que perdi o interesse por festas. A vontade de sair, consumir tudo e acordar sem saber onde estou simplesmente desapareceu. Não aconteceu devido uma decisão racional, pensada no impacto que essas coisas do gênero podem ter negativamente no meu diagnóstico, na verdade, era o medo de encontrar Choso que me impedia. Eu sei que festas são lugares improváveis para encontrá-lo, mas não era só isso que me mantinha à distância. Evitava sair para qualquer lugar além da universidade. Até mesmo nas idas ao mercado, preferia enviar Megumi, temendo virar a esquina e deparar-me com Choso, talvez de mãos dadas com outra pessoa.

- [Nome], tá acordada? - Megumi abre a porta lentamente, e pela primeira vez naquele dia, desvio os olhos da janela para dar atenção ao meu irmão. Sua presença me provoca calafrios devido ao ar fúnebre que carrega em sua expressão. Ele abre e fecha a boca, buscando as palavras perdidas.

- Tudo bem? - Questiono, começando a ficar realmente preocupada

- A mãe do Choso, ela... - Sinto-me afundar instantaneamente. Desvio o olhar para o chão, e nem é necessário meu irmão terminar de falar para que tudo fique claro. O desespero começa a tomar conta de mim, pensando em como Choso está nesse momento, em como eu deveria estar ao seu lado. Lentamente, ele continua - Foi hoje, à tarde, mas só fiquei sabendo agora por causa do Itadori. Reservaram o dia de hoje apenas para a família, mas amanhã, no enterro, a gente pode...

𝐝𝐚𝐧𝐜𝐞 𝐢𝐧 𝐭𝐡𝐞 𝐝𝐚𝐫𝐤, ᴄʜᴏsᴏ Onde histórias criam vida. Descubra agora