𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟏𝟏

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━━━━━• POV CHOSO •━━━━━

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━━━━━• POV CHOSO •━━━━━

Não preciso quebrar muito a cabeça sobre o quadro à minha frente, tentando entender o que fez com que a arte se destacasse de tantas outras obras ja criadas por minhas mãos. Optei por tons mais neutros, com um toque de vermelho cereja ganhando destaque entre outras cores. Pintei isso alguns dias atrás para um seminário, onde tínhamos que apresentar uma obra própria e explicar seu significado. A tela não é pequena, talvez uns 60×90, e resumi tudo nela, [nome] Fushiguro.

- Choso, sua vez - A professora pede para eu ficar na frente da sala. Geralmente, não me sinto à vontade em público, mas desta vez, permaneço quase apático, já que meus colegas estão ocupados com seus próprios trabalhos para apresentar. Sento-me no banco, encarando a professora. Ela dedica alguns minutos para observar a pintura, como se estivesse lendo minha alma através dela. Então, pergunta - Como se sentiu ao criar isso?

- Eu... - A voz vacila. Desvio o olhar para minhas próprias mãos, que giram incansavelmente os anéis de prata. Como eu me sentia? Tento recordar. A voz sai, fraca mas consciente - Eu me sentia à beira de um prédio alto, como se a qualquer momento pudesse tropeçar e cair. Sem a menor ideia se aterrissaria no lado seguro à esquerda, ou no vazio à direita, apenas caindo, caindo, e caindo

- Acho que o amor e medo são coisas semelhantes, não acha?

- Gosto de pensar que uma não existe sem a outra, parceiras que andam juntas

- O amor e o medo são parentes, mas o medo é o pai do amor

- Romeu e Julieta de William Shakespeare - Digo, fazendo-a balançar a cabeça em concordância. Seus olhos analisam novamente, não apenas a obra, mas o artista. Enfrentar o medo pode intensificar a experiência do amor, no entanto, são duas emoções que dançam juntas, moldando quem somos

- Choso, o que esse tom vermelho significa? Não precisa ser explícito se for muito íntimo, é apenas uma aula - Me viro encarando o vermelho, sentindo os músculos do rosto reagirem com um sorriso. Tudo me remete a ela, mas não posso falar em voz alta o quão vulnerável posso ser

- Ardor - Escapa de minha boca sem força. É a paixão, o desejo e energia intensificados, puros, doendo como uma queimadura. Ardor me parece ótimo para resumir o tom de vermelho específico. Mesmo sendo sutil demais, ele se destaca no meio de tantas cores. Volto minha atenção para a mulher, que sorri sutilmente, como se estivesse descobrindo algo dentro de mim. Ela gesticula, abrindo espaço para o próximo aluno

Volto a me sentar entre os colegas de turma, dedicando tanta atenção às suas artes quanto receberam à minha. Pego o caderno, geralmente reservado para desenhos anatômicos, e paro em uma folha específica. Continuo o desenho, delineando as linhas da mão de [nome], exatamente como lembro. Se fechar os olhos, posso sentir seu perfume, o toque suave e tentador. Apenas o fecho ao ouvir o sinal, levantando-me com os materiais em mãos

𝐝𝐚𝐧𝐜𝐞 𝐢𝐧 𝐭𝐡𝐞 𝐝𝐚𝐫𝐤, ᴄʜᴏsᴏ Onde histórias criam vida. Descubra agora