𝐝𝐚𝐧𝐜𝐞 𝐢𝐧 𝐭𝐡𝐞 𝐝𝐚𝐫𝐤, ᴄʜᴏsᴏ

𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟐𝟒

━━━━━• POV [nome] •━━━━━

- Okay - Murmura Choso, respirando fundo em seguida. Seus olhos percorrem repetidamente as linhas do papel que comprovam uma mudança em nossas histórias. É positivo, algo que já sabíamos que seria antes mesmo de confirmar. Depois de muito tempo, sentados juntos sobre o colchão da cama às quatro da tarde, ele me encara e diz - Então, agora e para sempre somos pai e mãe... Desculpa, ainda estou me acostumando com esse título

- Sem pressa, temos uma vida para isso - Seus olhos reviram em resposta à brincadeira. Ele não estava tenso de um jeito ruim, na verdade, Choso era quem conseguia encarar toda essa situação com mais leveza, mesmo já tendo roído todas as unhas da mão e passado a noite sem dormir até receber os resultados dos exames. Sua preocupação era diferente da minha, pois enquanto eu temia ter fodido nossas vidas, ele se concentrava em dar o melhor para o bebê. O que me confortava era conhecer bem a pessoa com quem dividia a vida, sabia que era leal e comprometida com a segurança da família. Choso faria de tudo por nós, isso era certo... Nós, caramba, também acho que vou precisar de um tempo para me acostumar com essas palavras.

Contudo, não tão no fundo, eu me sentia genuinamente feliz. Nunca descartei a ideia de ser mãe, apenas não queria que isso atrapalhasse a faculdade, o que não vai acontecer agora, já que falta apenas alguns meses para a formatura. Éramos adultos, tínhamos uma renda estável e suficiente, possuíamos uma casa em nosso nome e não enfrentávamos problemas em nossa relação atualmente... Acredito que tudo isso nos qualifica para receber um filho, mas ainda assim, era o meu filho. Às vezes, enquanto Choso preparava algo na cozinha, eu conseguia ver sorrisos bobos e discretos aparecendo em seu rosto, e isso me contagiava tanto que eu precisava abraçá-lo com toda a força.

- Meu Deus, eu tenho um neném - Diz, mais para si mesmo, olhando para o papel novamente - Nosso neném. Imagina a gente... - Ele ajusta os braços, como se estivesse segurando um bebê invisível no colo. Depois de visualizar a cena, ele faz um biquinho e me encara com os olhos brilhando, então murmura em tom cantado - [Nome]

- Eu sei - Eu abro os braços para que ele possa esconder o rosto no meu abdômen, enquanto acaricio lentamente suas costas com os polegares - Você vai desidratar desse jeito

- É mais forte que eu - Dou risada de todo o seu drama, o que consegue acalmar todos os meus ânimos. Depois de alguns minutos acariciando os fios escuros e soltos de Choso, escutamos um chamado do lado de fora da casa, seguido pela abertura da porta e pela entrada na residência. Sendo sexta-feira à tarde, era fácil deduzir que era Megumi e Yuji quem estavam entrando, já que tinham avisado antecipadamente que viriam nos visitar.

Antes de levantar, Choso deixa uma trilha de beijos pelo meu corpo, começando do abdômen e seguindo até a dobra do pescoço. Por fim, ele segura meu rosto e examina atentamente cada linha, formando um sorriso discreto ao puxar levemente a lateral da boca. Era evidente que ele ainda me amava, e fazia questão de deixar isso claro todas as vezes que trocávamos olhares. Todas as noites, eu implorava para que esse sentimento fosse eterno. Juntos, nos levantamos da cama e vamos até a sala.

Como imaginado, os meninos estavam lá, mas para nossa surpresa, Toji também fazia companhia. As mochilas dos garotos já estavam no chão da sala, então Choso não esperou nem mais um segundo para puxar Yuji nos braços e demonstrar toda a saudade acumulada pela semana. Eu fiz o mesmo com Megumi, embora de forma menos dramática, abraçando ele com carinho, mas com a mesma quantidade de amor guardado. Toji acariciou minha cabeça, um pequeno gesto que se tornou costume durante os anos de convivência.

- Eu tô morrendo de fome - Yuji comenta com o irmão, sabendo que ele irá fazer algo em relação a isso

- Posso fazer alguma coisa - Choso responde de imediato, em seguida dando espaço para o mais novo respirar