A promessa

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Dizem que quando você está prestes a morrer, sua vida passa diante dos seus olhos... Isso não aconteceu comigo, na verdade, eu estava mais desesperada para me livrar daqueles três brutamontes que estavam me atacando. Tudo aconteceu tão rápido, mas ao mesmo parecia uma eternidade, talvez seja normal esse tipo de sensação que se tem quando se está numa situação como essa.
Enfim, enquanto dois deles me seguravam, o terceiro começou a passar a mão em mim, começou pelas minhas pernas e foi subindo. Se é que era possível, fiquei ainda mais desesperada para me livrar deles. Continuei me mexendo frenéticamente e acabei, mesmo que por acidente, acertando um chute no homem que estava passando a mão em mim, ele caiu no chão gemendo de dor. Um dos dois que me seguravam me soltou e me deu um forte tapa no rosto e foi ajudar o homem que estava caído, e eu ali tentando me soltar. Foi nesse momento que uma coisa estranha aconteceu (para mim na época era estranho, pois não sabia sobre meus poderes), saiu de meu corpo espinhos de gelo e acertou no torax o cara que me segurava. Ele caiu ensopado de sangue e eu fiquei petrificada de choque, enquanto o cara que foi ajudar o caido vinha pra cima de mim.
Eu voltei a mim da mesma forma que fiquei petrificada, de uma hora para outra, e o homem pegou um pedaço de ferro que havia ali por perto e veio caminhando em minha direção com a cara ameaçadora e batendo o pedaço de ferro na mão, tentando me intimidar. Recuei e tentei me manter calma, o que era muito difícil já que o homem era bem mais alto que eu, e então, como era esperado, ele veio para cima de mim comcom tudo.
Não sei como exatamente eu consegui fazer aquilo, simplesmente começou a "crescer" um espinho de gelo na minha mão, um espinho grosso e com cerca de 1,20m. Nesse meio tempo ele chegou perto de mim e me atacou com o ferro, coloquei o espinho na frente na hora certa e tenho que confessar que fiquei impressionada de perceber que o espinho não quebrou, e a julgar pela cara de espanto do homem, ele também ficou. Foi então que eu aproveitei esse momento de distração e enfiei o espinho em sua barriga. Ele soltou uma exclamação de dor e surpresa e caiu no chão, e eu, que não sou tao estúpida, sai correndo dali, indo diretamente para a estação de trem, sem nem mesmo por um segundo sequer, olhar para trás ou parar de correr.
Cheguei na estação ofegante e suada. Como eu ainda tinha 7 minutos até o trem sair, fui até uma área descoberta e me sentei no chão, deixando a neve cair em mim. Comecei a chorar, de uma forma que eu nunca havia chorado. Sempre fui muito forte e comedida, mas toda fortaleza tem seus momentos de fraqueza. Então eu chorei por tudo, por meu pai me abandonar, por nunca ter uma familia, pela familia que tive e perdi, por eu não ter meu lugar no mundo. Enfim, chorei por tudo e fiquei ali sentada chorando enquanto a neve caia sobre a minha cabeça. Comecei a me sentir melhor, como se a neve estivesse me fortalecendo (o que, de fato, estava ocorrendo), então reuni minhas forças e me levantei, bem na hora em que o trem já estava quase de partida. No momento em que entrei no trem, prometi a mim mesma nunca mais duvidar de meus instintos...

A caçadoraOnde histórias criam vida. Descubra agora