Long Island

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Bem... Cheguei em Long Island, próxima parada, Acampamento meio-sangue. Aí você pensa "legal, ta chegando e finalmente vou poder ficar em paz"... Mas, nunca é assim... Nunca é como queremos...
Enfim, pedi informação para uma moça simpática que passou ao meu lado. Devo admitir que ela foi muito gentil comigo, pois, além de me explicar como eu chegava ao acampamento (não, ela não sabia que la era o acampamento, ela me indicou o caminho que perguntei), ela deve ter percebido que eu estava com fome e me convidou pra tomar um café com ela... Como meu sensor interno não apitou, resolvi aceitar e, mais uma vez, provei que devo confiar em meus instintos. Por incrível que pareça, foi tranquilo o café...
Conversamos algum tempo sobre coisas aleatórias, e, quando o assunto virou para familia, eu rapidamente desconversei e mudei o assunto...
Após esse agradável café, rumei sentido ao acampamento, por onde ela havia me indicado...
Pois bem, consegui pegar um taxi, graças a essa moça que me deu uns trocados... Era o suficiente pra ir até o pé da colina do acampamento. "Estou com sorte, finalmente", pensei. Só que pensei cedo demais.
A viagem de taxi em si, foi tranquila. O motorista tentou puxar assunto comigo, mas eu fui curta nas respostas e acredito que ele tenha entendido que eu não queria papo com ele, pois depois da quinta tentativa de puxar assunto falhou, ele parou de tentar.
Chegamos no pé da colina, ele se virou e disse:
- Ahn, desculpe moça, mas... Tem certeza que quer ficar aqui? Ali em cima não tem nada... Nada além de um campo de morangos...
"Campo de morangos?", pensei, "eu devo estar ficando louca... É estou louca! Vim do Canadá até aqui por nada". Estava quase decidida a voltar, mas meus instintos me diziam que era ali mesmo que eu deveria ir. Suspirei e disse ao motorista:
- É, eu sei.. É aqui mesmo que devo ir. Obrigada.
Paguei a corrida e desci do carro. Observei a colina e, ainda duvidando, comecei a subir devagar, pensando sobre esse tal campo de morangos, sobre esses sonhos que tive, sobre a voz na minha cabeça me chamando de filha da neve, sobre o cara estranho que me chamou de semideusa, emfim, em tudo, me perguntando se finalmente minhas perguntas seriam respondidas.
Estava tão imersa em meus pensamentos que quase não percebo um farfalhar de asas em minha direção, me joguei no chão bem a tempo de desviar daquilo... Ainda não tinha a menor ideia do que era aquilo, um misto de galinha com urubu gigante, talvez... Bem, gigante comparado a uma galinha ou urubu, pois aquilo tinha aproximadamente a minha altura, talvez até um pouco maior. Enfim, o encarei e ele simplesmente decidiu me atacar.
Nesse momento, coisa de milésimos de segundo, surgiu uma luz e uma mini explosão de neve, em seguida uma espada de prata e, sem pensar muito, peguei a espada e me voltei para o monstro, que ainda vinha em minha direção. O mais incrível é que a espada era extremamente leve e se adequou perfeitamente em minhas mãos.
Bem, o monstro viu a espada e recuou, me olhou levemente apreensivo, o que me deu mais confiança. Sorri de lado, apontei a espada pra ele e disse:
- Então, sua galinha mutante... Vai me enfrentar ou vai apenas ficar me encarando?
Girei a espada, a desafiando e, aparentemente, ele entendeu o recado e veio para cima de mim, me atacando com as suas garras. Desferiu um ataque na direção de meu ombro direito, porém girei a espada, a usando para defender-me de seu ataque. Após me defender, rapidamente Girei nos calcanhares e ataquei suas costas, o que o surpreendeu e eu acabei o acertando. Ele vacilou e guinchou, voou mais alto para ficar fora de meu alcance, enquanto eu me mantinha em guarda, o observando atentamente.
Ele começou a me rodear, ainda voando, parecia estar tentando me intimidar, como se dissesse "Eu posso voar, e você?". Me mantive atenta a ele, pensando em como atingi-lo. Enquanto pensava em algo, decidi distrai-lo, fiz uma bola de neve com um simples movimento com minha mão esquerda e arremessei com força em sua direção. Ele desviou e me olhou levemente indignado e avançou novamente em minha direção, mas, ao tentar me defender, o impacto causado foi muito forte. Ele não me acertou, pois defendi com a espada, mas acabei desequilibrando e cai de costas no chão. Ele aproveitou e veio pra cima de mim novamente, para me atacar com aquelas garras e eu, talvez por puro instinto ou costume, não sei dizer, criei espinhos de gelo por todo meu corpo e os lancei em sua direção, ainda caída no chão. Infelizmente pra ele, os espinhos o acertaram e o perfuraram em seu tórax, seus braços/asas, e um o acertou na cabeça. Fiquei chocada o vendo se tornar pó, o mesmo pó dourado que eu havia visto no trem.
Fiquei ali caída por uns minutos, ainda sem entender como aquile monstro enorme virou pó, me levantei e bati o pó de minha roupa, me virei e olhei o topo da colina. Retomei a minha caminhada rumo ao topo da colina, então me dei conta do quão cansada e faminta eu estava. Mas não podia parar, não agora que eu estava tão perto de meu objetivo.
Continuei subindo a colina, cada vez mais ofegante e cansada. Mil pensamentos martelavam em minha cabeça, um furacão de informações tudo ao mesmo tempo. Enquanto subia a colina, com a cabeça zunindo pelas coisas que estava pensando, me lembrei da espada em minha mão e decidi analisa-la.
Era absolutamente linda, a lâmina era feita de prata celestial, seu cabo era de bronze e continha uma pedra branca, parecia cristal, incrustada no mesmo, com o formato de umfloco de neve perfeito. Toquei na lâmina e notei que era tão gelada quanto minha própria pele e não pude deixar de sorrir. Aquela espada parecia feita para mim, tinha o tamanho perfeito, o cabo se adequava perfeitamente em minhas mãos, de forma que eu poderia usa-la segurando com uma ou duas mãos. Além disso, ela apareceu quando eu mais precisei, isso tinha que significar algo, e era algo importante, eu podia sentir isso... Acampamento Meio-Sangue....
Continuei andando, seguindo em frente, ainda impressionada com a espada, ofegante. Meu coração estava disparado ainda devido a adrenalina da luta, ansiava por um lugar seguro, um lugar para descansar, um lugar onde encontraria respostas a todas as minhas perguntas.
Finalmente, chego no topo da colina, ofegante. Olhei ao redor, respirando pesadamente...
- Hm... Deve ser aqui...
Nesse momento, eu devo ter piscando ou estava muito distraída e cansada para perceber... Ela simplesmente apareceu na minha frente....

A caçadoraOnde histórias criam vida. Descubra agora