Cap. 7 - Criaturas milenares

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Sou tirado do sonho por um barulho repentino. Acordo assustado, e vejo Augusto tremendo no seu colchonete, me aproximo com cuidado, e olho sua ferida que está com algumas escamas próximas do ferimento.

Que merda está acontecendo?

Coloco minhas mãos em sua testa, e ele está queimando de febre. Saio da tenda para chamar os outros, e escuto eles comentando.

— Você está louco de trazer o elixir?

Gustavo fala.

Me escondo para escutar isso, pois, sinto que é algo importante.

— Não teríamos tempo para treinar o garoto, e isso o ajudaria a aprender as coisas mais rapidamente, afinal daria ele ligação aos ancestrais.

Jace justifica.

— Você sabe quantas vezes o elixir funcionou?

Indaga Gustavo.

— Eu sei que foram poucas.

— Um a cada dez sobrevivem ao elixir, ele pode morrer se tivéssemos dado a ele.

Gustavo diz.

— Mas tem uma chance certo? É melhor do que ter mandado ele de volta, sem saber se proteger.

Jace fala dando de ombros.

— Sabe o que eu acho Jace? Que você não fez para ajudar, porque sabemos que a chance de sobreviver ao elixir dos ancestrais é baixa. Eu acredito que você queria ter se livrado do garoto por vingança.

Jace sorri, e fala em um tom elevado.

— Talvez eu o quisesse morto, eu o culpo pelo sumiço de Bia, e me culpo por não ter estado lá para ajudá-la. Para início de conversa, isso tudo não teria acontecido se esse maldito não tivesse aparecido.

Vejo Augusto se debater ainda mais, e entro na tenda com cuidado, e logo após saio de lá chamando eles.

— Gustavo, Jace, ajudem aqui...

Eles me notam, e se aproximam. Gustavo pergunta.

— O que houve?

— Eu vi Augusto se debater, e escamas surgirem próximas do machucado. E ele está ardendo em febre.

Jace usa uma das mãos para me tirar do caminho e entra rapidamente na tenda, mas quando ele chega lá, Augusto está normal, depois ele olha o ferimento, coloca uma das mãos na testa de Augusto e constata.

— Não tem escamas nenhuma, e a temperatura está normal.

Como assim não tem escamas, mas eu vi, me aproximo de Augusto e vejo que o ferimento está normal.

— Mas eu vi!

Falo confiante.

— Talvez você tenha sonhado Jon, tudo tá muito estranho para você, essas criaturas estranhas, e na sua idade minha mente também era fértil, vai descansar, amanhã vai ser cansativo.

Assinto com a cabeça, e olho para Augusto uma última vez, e realmente, não tinha escama ali no machucado, me deito novamente, me questionando se o que eu vi era real. Os outros saem da tenda me deixando a sós.

Dessa vez o sono demora a vir, repasso a conversa deles várias vezes, sobre o elixir me dar acesso aos meus ancestrais, e aprender mais rápido. Repasso quando vi Augusto se debater, e sua alta temperatura, será que eu sonhei? Mas parecia muito real.

E finalmente volto a dormir.

***

— Hora de acordar garoto.

Agente OcultoOnde histórias criam vida. Descubra agora