Cap. 29 - Confronto

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Levanto da cama rapidamente, analiso minhas roupas para ver se estão apresentáveis, e vou em direção a porta. Percebo que estou cansado, talvez pelo fato de eu não ter dormido essa noite.

Abro a porta, e me deparo com Bia, sorrindo para mim!

— Bom dia Jon, Conseguiu dormir?

Ela pergunta, olhando nos meus olhos!

— Consegui sim, a cama é incrivelmente macia e confortável. 

Minto.

Ela não precisa saber que eu não consegui dormir. Penso!

Ela me olha, com uma expressão indecifrável. E fala.

— Não parece que dormiu! Está tudo bem? Pode confiar em mim. 

Pondero um pouco antes de falar. Afinal se eu não disser nada, vai despertar uma desconfiança. Vou contar uma meia verdade para sair dessa.

— Bom, tudo é muito novo para mim, descobri que tenho poderes, falhei com as pessoas que eu mais amava, o que custou a vida da minha mãe, e tudo porque fui fraco Bia. Queria não ter esses poderes, ela com certeza estaria viva agora... E toda vez que vou dormir, fico remoendo os acontecimentos, do quão patético fui.

Por mais que não fosse esse o motivo de eu não ter dormido, falar isso em voz alta foi como se eu tivesse levado um soco no estomago, assumir que fui fraco, e que a culpa dela ter morrido foi minha. Me atingiu em cheio. E sem que eu perceba algumas lagrimas caem.

Bia ergue uma de suas mãos gentilmente, traçando um caminho suave pelo meu rosto, enxugando as lágrimas. Num momento de reconhecimento, recordo que fiz o mesmo por ela ontem. Ela me abraça calorosamente, e eu respondo envolvendo meus braços ao redor dela. Por um tempo, ficamos em silêncio, deixando que a força do abraço fale por si só, compartilhando a conexão que transcende palavras e traz conforto no calor do momento.

— Eu sinto muito mesmo, por não poder ter estado ao seu lado para te ajudar. Isso aqui estava um caos Jon. E obrigado por confiar em mim.

Assinto com cabeça, e me desvencilho do abraço, e seco algumas lagrimas que restaram.

— O que faz aqui tão cedo? 

Pergunto mudando de assunto.

— Então, quero começar sua tour cedo, já comeu?

Balanço a cabeça em negação.

— Vamos, que a primeira parada do dia vai ser o refeitório. As comidas daqui são ótimas, aposto que são mil vezes melhor do que a do seu mundo... Você vai amar!

Ela fala, dando uns pulinhos.

Ela pega uma de minhas mãos e me puxa, para que eu a siga.

Subindo as escadas, deparamo-nos com um amplo corredor iluminado pela luz do dia. Os detalhes antes obscuros agora ganham vida: as paredes de pedra exibem espirais intrincados, enquanto as mobílias reluzem em tons dourados. Quadros de Juliette decoram o corredor, juntamente com retratos de outros desconhecidos. À medida que exploramos, noto várias portas com placas indicativas. Posso ler claramente: "Biblioteca" e "Sala de Magia".

À frente, um espaço expansivo se revela, adornado com mesas de cristal brilhantes e cadeiras em tom dourado. Uma variedade de comidas tentadoras enchem as mesas, com frutas conhecidas, como maçãs, laranjas e bananas, além de outras exóticas. Ao entrarmos, chamamos a atenção de algumas pessoas que já estão presentes. O lugar não está lotado, talvez devido ao horário matutino. Enquanto observamos o ambiente, é impossível não notar que todos estão vestindo o mesmo uniforme que o meu, criando uma sensação de unidade entre os presentes. No entanto, em meio a essa uniformidade, Bia é a única com um traje diferente. Ela se destaca com uma calça de couro preto, uma jaqueta e um cinto ornamentado com facas. Sua presença chama a atenção, adicionando um toque distinto ao cenário.

Agente OcultoOnde histórias criam vida. Descubra agora