Cap.12 - É bom estar de volta

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Havia umas duas pessoas treinando lá e elas me olham de cima abaixo quando adentro a academia e param de treinar vindo em minha direção.

Eles eram razoavelmente fortes, ambos possuíam peles claras, um deles tinha cabelos escuros, e o outro era loiro igual a mim, os olhos deles eram escuros. Deviam ter por volta dos seus vinte e poucos anos. Um era maior que outro.

— Você é novo aqui?

O mais alto pergunta.

— Isso, vim morar com os meus pais.

Os dois se olham e o mais baixo pergunta.

— Quem são os seus pais?

— Carlos e Rebeca Ferrat.

— Eles não são os pais do garoto que havia morri...

O maior acerta o outro com uma cotovelada interrompendo-o.

— Isso doeu, só estou comentando, vi minha mãe comentando. Quer saber deixa para lá.

O menor fala.

— Sou eu mesmo. Se não se importarem, eu vim para treinar e não ficar conversando.

Minha paciência já estava terminando. Por isso falo logo, para dispensar eles.

— Perdão aí, você é carne nova no pedaço, por isso a curiosidade, qual seu nome? Eu sou Stefan e ele o Rogerio.

O maior aponta para o tal do Rogerio.

— Podem me chamar de Jon.

— Prazer em te conhecer Jon.

Os dois me cumprimentam com um aperto de mãos.

Sinto-os observando enquanto me dirijo a uma parte aberta, onde o chão é feito de borracha. É mais macio do que o solo em que costumava treinar com ele. Coloco minha toalha em uma haste de ferro atravessada no canto da parede e começo a fazer flexões. Faço duzentas, uma após a outra, sem pausa, e então passo para os abdominais. Devo ter feito cerca de duzentos também antes de decidir parar para tomar água e descansar um pouco. Percebo os rapazes me olhando sem entender.

— O que é?

— Nunca vi ninguém fazer tudo isso sem parar, por acaso você foi militar?

Stefan pergunta.

— Mais o menos.

— Impressionante Jon.

Rogerio comenta.

— Obrigado pessoal, tive um professor incrível e bem exigente, ele me ajudou a ficar em forma desse jeito. Você por acaso sabe onde posso correr?

— Tem as esteiras, me segue.

Ele atravessa toda a academia do condomínio para chegar em uma área separada, vi bicicletas sem rodas, e diversas máquinas grandes.

— Pode correr ai!

Stefan comunicou.

— Bom, se puder me explicar como isso funciona. Sou do tipo que costuma correr ao ar livre.

— De onde você saiu afinal?

Ele indaga.

— Nem te conto.

Minha boca se curva em um sorriso.

Stefan passa por mim subindo em cima do que parecia um chão suspenso e se aproxima de um painel.

— Vem cá, para você aprender.

Aproximo dele e ele começa a explicar como a esteira funciona. Faço da forma que ele me ensinou e algo começa a se mover por baixo dos meus pés, sou obrigado a começar a caminhar. Aperto mais algumas vezes no painel para aumentar a velocidade, e começo a correr em um ritmo lento.

Agente OcultoOnde histórias criam vida. Descubra agora