7 - Sinais confusos

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-Desculpe - Magnus pediu logo que se afastaram dos demais. O jantar que tinha reservado para ambos era em um dos maiores salões do Instituto, onde recebiam os embaixadores e convidados especiais. Não que fosse necessário algo tão formal, mas era uma forma de todos verem o quanto ele respeitava Alec, e dessa forma, incentivaria os outros a também o enxergarem como valioso.

Mas quanto mais se aproximavam do salão, mais algo perturbava sua mente. Talvez, em algum momento anterior, o próprio Raphael deveria ter sido recebido ali com Alexander para a assinatura dos acordos e reuniões importantes. Algo que com certeza Alec não gostaria de lembrar.

Estava começando a se arrepender.

-Pensei que teríamos alguns meses para nos conhecermos melhor - continuou tagarelando como sempre fazia quando estava nervoso  - Mas fui pego de surpresa.

-Eu quem deveria me desculpar - Alec falou em tom de desculpas - Meu pai quis apressar o casamento porque em breve as investigações do ataque ao labirinto espiral vão se encerrar. E se não acharem o culpado, eu sou o primeiro suspeito.

Era outra coisa que Magnus também não entendia. Porque Alec seria culpado pela morte do parceiro que amava? Era tudo muito confuso e sentia que estava deixando algo importante passar.

Mas resolveu deixar aquilo temporariamente de lado.

Abriu a porta do salão e se depararam com um banquete posto para os dois. Tinha tudo o que a mãe de Alec disse que ele gostava e um pouco mais. Talvez ele pudesse tranquilizar Alec antes de ir direto ao assunto que precisariam tratar.

-Sinto muito por tudo isso. Por isso deixei os convidados na festa e pedi para trazê-lo até aqui. Assim você pode ficar um pouco mais tranquilo, sem a necessidade de conversar com os outros ou dar explicações. 

-Obrigado. Fico feliz que tenha pensado nisso. É muito atencioso de sua parte - Alec agradeceu, sentando em seu lugar, e Magnus o acompanhou, ainda um pouco tímido.

Começaram a comer silenciosamente. Apesar dos momentos em que passaram juntos para se conhecerem melhor, com excessão da esquisita primeira vez, sempre estiveram acompanhados da familia de Alec. E Agora Magnus estava nervoso, quase trêmulo, sem saber o que fazer, sozinho com ele, em sua noite de núpcias.

-É muito bonito em Idris nesse período do ano. Eu só estive lá uma vez antes - tentou conversar - na assinatura dos primeiros tratados. Era exatamente essa época do ano.

Tinha pesquisado porque era pra lá que levaria Alec para sua lua de mel dali a três dias. Era uma surpresa, mas tinha dificuldade de se concentrar quando ficava nervoso.

-É sim - Alec respondeu, voltando a comer.

-Poderíamos viajar até lá. Se você quiser.

“Magnus, cala a boca, pelo amor do anjo.” Fez uma careta para si mesmo. Era pra ser uma surpresa.

-Quando as coisas se estabilizarem, sabe… - Continuou.

-hm - Alec balbuciou.

Eles já tinham passado dessa fase. Quer dizer… ao menos Alexander não tinha tanta dificuldade de encará-lo antes dessa cerimônia estúpida. Quem tinha dito que era necessário beijar o noivo em qualquer momento da cerimônia? E se ambos não quisessem beijar na frente de todos? Então ficaria esse clima estranhamente bizarro que estavam passando agora?

-Olha… Alec. Me desculpe. Eu… - Ambos baixaram o olhar para o prato de comida - Nem sei o que dizer. Não queria deixá-lo constrangido. Eu só…

-Está tudo bem. Sou seu marido agora. E… podemos só… não falar mais sobre isso.

Falling - MalecOnde histórias criam vida. Descubra agora