O estômago de Alec se revirou quando eles atravessaram a passagem quadrada e entraram no salão principal da recepção. As paredes exibiam uma grande variedade de simbolos que representavam todas as grandes familias de caçadores de sombras, todas tão familiares para Alec quanto a sua própria, e o ambiente estava cheio de estrangeiros que o deixavam sem ar. Alec estava deslocado.
Os pequenos grupos próximos à porta pararam para encará-los quando o diretor do Instituto anunciou pessoalmente seus títulos.
-Me oferece o seu braço — sussurrou Alec para Magnus.
Era esperado que eles fossem um casal. Magnus se assustou e então, em obediência, estendeu o braço. Alec aceitou, inclinou-se e deu um beijo delicado na bochecha do parceiro. Ele já estava preparado para a mudança inapropriada dos seus batimentos cardíacos causada pela proximidade entre os dois - uma reação física, não tinha como evitar -, mas não esperava de fato sentir o tremor quando Magnus se encolheu. Mesmo assim, ele era bem-educado demais para dar um passo atrás, e Alec se afastou rápido o bastante para que ninguém percebesse a reação.
Em seguida, dirigiu-os até uma conversa com um grupo misto de caçadores e feiticeiros do outro lado do salão.
As coisas não correram nada bem. Cada caçador que encontravam queria saber por onde Alec andava, o que estava fazendo e por que tinham perdido o contato. Com o silêncio dele, Magnus desviava da maioria das perguntas, mas dez minutos daquilo aparentemente o deixaram no limite, a ponto de ele começar a enfatizar o fato de Alec estar de luto. As coisas corriam muito mal. Ele sabia que era tudo sua culpa, e ele começou a planejar desesperadamente uma maneira de irem embora e de liberar Magnus para fazer qualquer coisa melhor. Ele poderia alegar uma dor de cabeça e encontrar um cantinho silencioso para respirar em paz.
Ele foi buscar bebidas para os dois, deixando Magnus numa conversa intensa sobre os acordos com um caçador jovem. Quando voltou, ficou horrorizado ao perceber que o homem havia mudado de assunto, dando uma descrição histórica exata de tudo que os caçadores pensavam sobre cada um dos diplomatas feiticeiros em seu país. Magnus adotou uma das suas expressões de bom ouvinte.
Alec agradeceu e o cortou da conversa com sutileza.
-Gostei dele — comentou Magnus enquanto Alec os guiava para longe. — Tem um talento pra metáforas.
-Hm — murmurou Alec, entregando-lhe a bebida antes que eles se juntassem ao grupo seguinte de pessoas.
Nem mesmo a energia de Magnus poderia durar para sempre. Em algum momento durante a segunda hora, ele sussurrou para Alec entre uma conversa e outra:
-Eles não gostam mesmo de mim, né? - Alec gelou.
-Não é você — disse ele. Os dois pararam a certa distância do falatório seguinte.
-Bem, você os conhece melhor do que eu — disse Magnus, em dúvida. — Mas tenho a sensação de que é mesmo comigo.
Antes que Alec pudesse responder, Aline os interrompeu.
-Magnus — disse ela. — Pode trocar uma palavrinha com a inquisidora? Junto com Alec?
Magnus encarou os olhos de Alec.
-Eu vou — anunciou Alec.
A inquisidora solicitou a presença de Magnus também - afirmou Aline. — Será muito breve.
Não havia uma forma educada de recusar, mas a nuca de Alec já estava arrepiada. Ele quase desejou que aquilo fosse sobre sua conversa com a pessoa representante dos vampiros, mas estava claro que, para os caçadores, aquilo não tinha importância alguma. A conversa seria sobre as obrigações sociais dele. Não queria arrastar Magnus junto com ele para aquilo tudo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Falling - Malec
FanfictionAlexander é um Caçador de Sombras parte de um acordo valioso entre Caçadores de sombras e submundanos. Era feliz e satisfeito com sua vida. E completamente apaixonado por seu parceiro. Até um ataque inesperado tirar uma das pessoas mais important...