5 - Jantar oficial

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Magnus estava atendendo seu último cliente do dia quando seu celular tocou. Era um número desconhecido. Olhou através da Janela. Estava quase anoitecendo. Se fosse mais um cliente com pedidos inusitados, ele o dispensaria sem pensar duas vezes.

Estalou o pescoço, atendendo.

-Magnus Bane.

-Oi, Magnus… desculpe incomodar. Eu… peguei seu número com Ragnor.

-Alexander - Magnus se surpreendeu ao reconhecer a voz de primeira. Endireitou-se (como se Alec pudesse vê-lo) - aconteceu alguma coisa?

-Huum, não - Alec respondeu, parecendo meio sem jeito - É só que meu pai está te convidando para jantar. Parece que você o conquistou. 

Ambos ficaram em um silêncio desconfortável. Magnus de surpresa, Alec provavelmente de resignação.

-Bem… - hesitou. Ele deveria considerar que, segundo o próprio Alec, haviam sido os pais a convidá-lo. E Alexander tinha demonstrado estar desconfortável.

-Está tudo bem se não quiser vir. Vou avisar para ele que você está ocupado.

-Não estou ocupado - respondeu antes que pudesse se conter. Ele estava exausto, mas mesmo assim… era muita falta de educação rejeitar o convite de seu sogro. Alguém poderia estranhar que ele não quisesse estar presente. Mas também tinha a questão de que os pais sabiam que o casamento entre eles era completamente contratual… - Mas quero saber o que você acha sobre isso antes de qualquer coisa.

-Ah! - de novo aquele silêncio esquisito - Eu… não sei. Acho que seria bom se viesse. Se quiser, é claro.

-Então estarei aí em algumas horas. 

-Magnus… - Alec falou, incerto, antes que pudesse desligar.

-Pois não?

-É… Esse deve ser o jantar oficial de noivado. Minha família inteira vem.

~~~

Foi seu pai quem abriu a porta quando Magnus chegou, não porque Alec estava evitando vê-lo,  nem nada assim, mas porque ainda era estranho e desconfortável. Magnus deveria ter estranhado sua completa falta de esforço naquele acordo. O feiticeiro era todo gentil, simpático, conversava com seu pai sobre os assuntos mais insignificantes como se pudessem resolver todos os problemas da humanidade, aguentava todas as piadas sem graça do tio Max, e o olhava como se realmente se importasse com o que ele estava pensando, ou como se esperasse alguma aprovação. 

Magnus agia como se não fosse apenas um acordo e talvez por isso seu pai estivesse tão encantado por ele. Talvez Alec devesse se esforçar mais para ser um pouco mais aberto também. Antes que Magnus se irritasse com isso.

Foi até a sala apressado para vê-lo sentado falando com o pai e o tio.

Alec se encolheu. 

Talvez devesse ter reforçado que o tio Max Trueblood, irmão de sua mãe e maior problema do seu pai, estava lá também.

Ele detestava o tio Max.

Ele sempre debochou de seu relacionamento com Raphael - porque Alec aparentemente não era o suficiente para um feiticeiro poderoso como Raphael - questionou suas habilidades como diplomata, sempre quis assumir sua função, e sempre quis estar no seu lugar como representante do acordo. 

Inclusive, era Alec quem estava cozinhando, já que, segundo seu tio Max, era obrigação do noivo cozinhar para seu parceiro e agradá-lo no jantar de noivado oficial, e como era ele quem estava em desvantagem e sofreria maiores consequências se o noivado não funcionasse, então deveria agradar Magnus.

Falling - MalecOnde histórias criam vida. Descubra agora