Harry gostaria que Louis não estivesse blefando quando o indicou que dormiriam no mesmo quarto naquela noite. Quando recusou-se a compartilhar a cama com o anfitrião, não imaginou que este aceitaria tão bem a rejeição. Dada a personalidade de Louis, pensou que o cara insistiria por ele.
Mas estava completamente sozinho agora. O cômodo estava mergulhado em escuridão, com a luz apagada, a única claridade em vista era a prateada luz da lua invadindo o quarto pela janela média. São Paulo era muito agitada, mas por algum motivo o silêncio era rei naquele ambiente.
Louis parecia muito regrado, submisso às responsabilidades, coisa que Harry não esperava deste. Apesar da quietudade no cômodo, não era o ápice da madrugada ainda. Da última vez que checara o horário no celular sobre a mesinha ao lado da cama, a hora marcava pouco mais que meia noite. Isso havia sido há quase vinte minutos atrás.
Todo aquele silêncio parecia lhe incomodar, embora em seu apartamento a realidade das madrugadas fosse semelhante ao momento em questão. Se moveu sobre a cama, bagunçando a colcha abaixo de seu corpo. Os cachos espalhados sobre o travesseiro ainda carregavam o frescor do shampoo que usara ao tomar banho. E sim, Louis realmente provindeciara os produtos antes que perdesse os cabelos por completo.
Usava roupas emprestadas pelo jogador. Segundo este, eram todas novas, itens recebidos de patrocinadores para quem trabalhou em algum momento de sua recente carreira. Quanto à higiene pessoal, Louis foi gentil ao parar na farmácia mais próxima de sua casa e comprar o que Harry disse precisar para aquela noite.
Certas coisas sobre Louis causavam curiosidade em Harry. Era um cara único, ao menos raro para o alcance deste. Tinha boa personalidade, ela era o atrativo mais importante, se Harry não contasse com o decisivo fato de Louis ser estupidamente belo. Seu humor positivo era outro ponto interesante.
Mas ser compreensivo e cuidadoso eram as duas características que realmente vibravam na mente de Harry. Embora fosse determinado, não era abusivo de forma alguma. Não conseguia parar de lembrar como este se comportou com seu aparente incômodo durante a sessão do filme. Ou como agiu feito um fugitivo quando a figura de Piquerez surgiu repentinamente.
Louis poderia ter lhe enchido de perguntas e acusações, mas apenas lhe deu espaço.
Talvez o lance entre eles não fosse apenas sexual, como havia imaginado. Após o sexo, quem sabe a coisa se esfriasse entre eles e pudessem seguir com suas vidas ocupadas demais para manter compromissos sérios e sigilosos a longo prazo. Ou ao menos era o que Harry queria acreditar, para seu próprio bem.
Estava cansado de situações desgatantes. Seu último relacionamento lhe consumiu como uma vela, derreteu as esperanças que lhe restavam quanto ao amor. Harry naõ se considerava dramático, mas o torturante medo não era o sentimento favorito de ninguém e estava cansado de senti-lo dia após dia.
— Droga — suspirou, percebendo que o sono nunca esteve tão distante. Odiaria parecer incoveninete, mas não pensou duas vezes antes de levantar-se da cama e caminhar até a porta do quarto. Quem sabe Louis ainda estivesse acordado e pudessem conversar um pouco.
Sob a ponta dos pés caminhou até a próxima porta no corredor. Odiria acordar Dobby e vê-lo fazer todo um escada-lo. Hesitante, bateu o nó de seus dedos contra a superficie da porta o mais baixo que pode. A ideia talvez fosse a pior possível, mas era tarde para se arrepender.
Um "entra ai", soou audível do outro lado.
— Desculpe se te acordei — foi a primeira coisa que saiu da boca de Harry ao entrar no cômodo. Estava tão escuro quanto o quarto que antes descansava, com exceção da tv ligada que trazia um pouco de claridade ao cômodo escuro.
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entre clássicos
Fanfictiona história entre uma revelação do são paulo futebol clube, louis tomlinson, e o jovem árbitro que foi designado para apitar um disputado clássico, harry styles.