Louis se sentia desolado. Há exatos nove dias não recebia notícias de Harry.
Era madrugada de segunda-feira.
É certo que havia pedido um tempo para pensar e não se comunicavam desde a noite da partida contra o Inter. Só que Louis não esperava que o "tempo para pensar" duraria mais que uma semana. Sentia-se como uma criança a receber o castigo do silêncio, após cometer algum ato estúpido.
Mas Louis não havia feito algo errado.
É claro que a culpa também não era de Harry. Desde o começo foi claro quanto ao desejo de não compartilhar tal intimidade. Pediu que fosse algo secreto, ao menos a princípio, e Louis havia concordado em respeitar tal desejo. Mas, por algum motivo, aquelas fotos saíram na mídia.
Fotos estas tiradas em diversos momentos oportunos. Louis tinha suspeitas quanto a quem havia compartilhado o pequeno albúm em uma conta anônima no Twitter. Mas, na terça-feira passada, quando seu agente telefonou para ele antes que pudesse tomar um gole do café e o obrigou a entrar na conferência com o vice-presidente do clube e um respresentante da CBF, ele não mencionou as tais suspeitas.
Por fim, respondeu algumas perguntas, lidou com um ou outro puxão de orelha e logo foi dispensado. Louis teve algum tempo, após a conferência, para compreender o que realmente havia acontecido. O erro foi esconder deles o relacionamento, como deu a entender as palavras formais do representante.
Harry não poderia manter um relacionamento com um jogador de certo time e estar sendo escalado para partidas do time em questão, visto que a grande maioria desconfiaria de favorecimento. Não importava que fosse honesto e deixasse aquilo claro, sempre seria uma munição para equipes rivais e torcedores descontentes.
Louis precisou contar a eles que se conheceram no dia do jogo, mas que criaram envolvimento dias após, somente. Harry não ter apitado outros jogos da equipe de Louis, após começarem com os encontros, havia sido uma sorte inacreditável do destino. Eram menos argumentos para serem usados contra ambos.
No fim das contas, o agente de Louis o contou que a pedido da equipe Corinthiana, o jogo precisava ser revisado e analisado como forma de comprovar se houve alguma irregularidade na partida, que tenha prejudicado estes de alguma maneira. Caso encontrassem algo, o clube teria de pagar uma multa.
Para ser sincero, Louis não estava tão preocupado com aquele ponto. Havia se encarregado de pagar a multa que seria imposta caso alguma irregularidade fosse concluída. No entanto, o verdadeiro incômodo era não ter alguma notícia quanto a situação de Harry. Sabia que este havia estado em conferência com a CBF antes de si, mas não soube dos detalhes e da atual situação.
Aquilo tudo era uma grande tortura para si. Há dias sua vida parecia ter estagnado naquele momento entre Harry e ele, no estacionamento do Morumbi. Durante a semana houveram treinos arduos e aquilo ocupou sua mente de certa forma, o impedindo de pensar a cada instante do dia na situação. Mas não poderia ignorar seu desempenho ruim na importante partida do dia anterior.
O primeiro jogo da final da Copa do Brasil, contra o Flamengo. A primeira partida havia sido em casa, era ótima a oportunidade pois poderiam contar vantagem abrindo placar para o último confronto, que seria no macaranã. A questão é que Louis havia vacilado um par de vezes, além de ter sofrido duas faltas. Para a sua sorte, sua família não estava lá para vê-lo chorar no vestírio, apesar do placar ter terminado 1x0 para eles.
Calleri o acompanhou até em casa, após saírem do Morumbi. Antes que fosse, Dorival teve um curto momento a sós com Louis, na tentativa de lhe encorajar com palavras e passar confiança quanto ao próximo confronto. Lhe disse que tentaria encontrar um horário na agenda de Fernanda para uma consulta.
VOCÊ ESTÁ LENDO
entre clássicos
Fanfictiona história entre uma revelação do são paulo futebol clube, louis tomlinson, e o jovem árbitro que foi designado para apitar um disputado clássico, harry styles.