Apartamento.

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Erwin não voltou para o quarto aquela noite, só pela manhã para se trocar e ir direito ao escritório, mas Levi não viu isso pois já não estava mais lá.

Ambos ficaram de mal humor durante o dia e não se falaram em momento nenhum. Independente do quão infantil isso soasse.

– Vocês vão mesmo ficar se ignorando? — Hanji perguntou vendo os dois desviarem rapidamente os olhares no refeitório, sendo nítido que Erwin desistiu de comer porque Levi estava lá.

– Eu não estou ignorando ele, é o oposto. — Respondeu mesmo que tivesse sim sua parcela de culpa.

– Cara, eu ainda não entendi essa briga de vocês. Ele te ignorou do nada mesmo? — Hanji começou. — Tipo, é claro que você estava deixando ele de lado por esses tempos Mas-

– Tsc, quando eu o deixei de lado? O que é?! — Perguntou quando Hanji disse um "Ahh, entendi agora".

– Sabe Levi, eu me pareço mais com Erwin do que com você, então entendo ele muito bem... — Se apoiou no ombro do amigo, falando convencido. — E eu sei que me sentiria muito mal se meu namorado me deixasse de lado assim, não que Molbit tivesse capacidade de cometer tal atrocidade, mas isso é a sua cara... Ou não.

– Onde você quer chegar porra? — Perguntou impaciente.

– O Erwin trocou de camisa, você percebeu? Por que todo mundo reparou que a nova marca mais os peitos dele, ele fez bem em jogar a antiga fora. — Levi franziu o cenho, não fazia a mínima ideia daquilo. — E ele também trocou de barbeiro porque teve uma leve alergia a gilete usada, foi bem imperceptível mas eu reparei. — Levi também não pensou nisso mas sentiu um leve ciúmes sabendo que Erwin tinha deixado outro fazer um trabalho que já era seu há anos. — Ah! Ele finalmente trocou os cadarços do coturno, estavam feios demais, meu Deus! E você não deveria deixar ele engraxa-los sozinho, nunca fica bom. — Realmente não ficava e Levi sabia disso.

Levi olhou para o prato a sua frente bastante triste, não percebeu que havia deixado o marido de lado.
Na verdade, ele ficou com bastante vergonha, como se tivesse feito uma das coisas mais erradas que uma criança poderia fazer.

– Eu não fazia a mínima ideia... — Falou envergonhado.

– Bom, é nesse momento que você vai implorar perdão para o seu marido peitudo! — Empurrou Levi que tinha acabado de dar uma garfada no espaguete colorido de vermelho.

– Me deixe terminar de comer!!

– Sem procrastinação!!

Hanji, eu não faço a mínima ideia do que falar... — Sussurrou na porta do escritório do loiro.

Ele é seu marido, não seu paquera! Como assim você não sabe o que falar?! — Sussurrou praticamente gritando enquanto batia na porta. "Entre!" — Se viraaa...

Foi a última coisa que ouviu antes de cruzar os olhos com os do marido. Hanji sumiu no corredor dando privacidade aos dois.

– Ah, oi Vi... — Falou desconcertado, não esperava ver o outro tão cedo mesmo que estivesse pensando nele durante toda a tarde.

– Oi... — Disse sem se mover um centímetro.

– Entre! — Pediu e assim Levi fez, fechando a porta.

– E-eu... Queria conversar com você... Você pode agora...?

– Claro, é só dizer. — Respondeu sem tirar os olhos do papel.

– Estou falando de conversar sobre nós dois.

Erwin deu uma pequena pausa, pensando sobre o que o menor poderia querer dizer com aquilo, claro que ele pode simplesmente esperar e ouvir mas ia tentar entender antes como sempre.

Namorados.Onde histórias criam vida. Descubra agora