5. Fogo

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Esse é o mais longo de todos, também é muito... AAAAAAAAAAAHHHH eu amei. 

Comentem bastante pra eu ficar feliz.

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Nunca senti calor na vida, desde o meu nascimento até hoje, tudo o que eu conheço é frio, até mesmo a comida ou o chá fumegante, chegam gelados a minha boca. Ao longo dos anos, observei os outros suarem, se aquecerem, se queimarem. Enquanto tudo o que sobrava para mim era o frio.

Sair de minha cidade natal não adiantou nada, não houve bruxa ou mago capaz de me curar.

Com o tempo, aprendi a me adequar, mesmo que não mude minha condição, uso roupas de inverno nessa época do ano para evitar olhares, enquanto vejo pessoas tremendo e se protegendo da neve, para mim é apenas um dia comum.

Não significa que isso me deixa confortável, apenas é a única coisa que eu conheço.

O que estava prestes a mudar.

Passo pelo mercado de rua, desviando das poucas pessoas que se atreveram a sair na nevasca. Meu objetivo é pegar algo para comer no pub e voltar para a pensão. Um dia normal.

Acontece quando desvio de uma carruagem com velocidade fora do comum, minha luva escorrega no meu pulso, acabo trombando com alguém na calçada e uma sensação nova atinge meu braço.

É muito breve e muito estranha, mas eu gosto de como a pele formiga. Olho na direção da pessoa em que esbarre, é um fayre, de um tipo que nunca vi. Grande e vermelho, não usa nada além de calças comuns e uma camisa com as mangas arrancadas.

 Grande e vermelho, não usa nada além de calças comuns e uma camisa com as mangas arrancadas

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Então percebo o que senti. Calor. E vinha dele.

— Senhor? Senhor, espere — corro pela calçada molhada pela neve fina, meus pequenos saltos de madeira fazendo mais barulho que minha voz.

Ele não olha para trás, nem ao menos parece me ouvir. Não vou desistir tão fácil. O sigo pelo mercado e depois, para o lado Fayre da cidade, não é bonito como onde estávamos, mas sei que ninguém aqui ousaria machucar uma mulher de alta classe.

O homem entra em um estabelecimento, um tipo de pub malcuidado. Paro na frente e respiro fundo. Tenho certeza de que alguém como eu nunca esteve nesse lugar e estou certa.

Assim que passo pela porta, todos os olhares param em mim. Ignoro-os o máximo que posso e busco por aquele homem.

— Está perdida, senhora? — o fayre atrás do balcão pergunta finalmente.

— Ah, não — me aproximo apressadamente dele — eu estou procurando alguém, grande e vermelho, tatuagens nos braços e cabelo longo escuro.

O atendente apenas aponta o dedo para uma das mesas mais afastadas. Então o vejo, com a maior caneca de madeira que eu já vi. Viro de volta ao atendente.

O Jogo Dos 23 MonstrosOnde histórias criam vida. Descubra agora