21. Pacto

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Assunto delicado

Quando eu era criança, me lembro de ajoelhar ao lado da cama e pedir para que Deus me livrasse de todo o mal

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Quando eu era criança, me lembro de ajoelhar ao lado da cama e pedir para que Deus me livrasse de todo o mal. Mas agora, eu não peço por mim. Minha irmã mais nova está à beira da morte e eu não posso imaginar minha vida sem ela.

Eu rezei, noites inteiras diante de um altar, meus joelhos estão machucados, eu tenho olheiras sob a maquiagem e minha irmã está cada vez pior.

Penso nisso quando chego ao saguão do hotel cinco estrelas no centro. A atendente me olha como se eu fosse roubar até os rolos de papel do banheiro.

Não que eu esteja desarrumada ou algo assim, mas para esse lugar, meus sapatos são baratos demais.

Apanho o guardanapo amassado no no fundo da bolsa e entrego para ela. Me lembrando das palavras do estranho no bar em frente a igreja.

"Só existe uma coisa que pode salvar sua irmã e ela não está do outro lado da rua"

Depois disso, ele anotou esse endereço e o número do quarto, antes de seus olhos ficarem vermelhos como sangue.

A atendente olha para o guardanapo por dois segundos e arregala os olhos.

— Desculpe, senhora. Seu quarto está pronto.

Ela abre uma gaveta e tira dela uma chave diferente das outras. As que estão expostas no painel de quartos disponíveis, são apenas cartões magnéticos, mas essa é uma chave comum, até antiga e tem um chaveiro em forma de losango vermelho.

— Onde fica isso?

— Último andar, último quarto.

Olho para o chaveiro e a marcação 666. Um frio percorre minha espinha.

Me mantenho firme e sigo para o elevador. O último andar sendo o nono. Quando a porta se abre, vejo um longo corredor que preciso seguir.

Estou decidida, mas muito assustada. A última porta é vermelha, diferente das outras. Um hóspede normal entenderia como uma sala de serviço ou saída de emergência, mas eu já entendi do que se trata.

Enfio a chave na maçaneta, mas preciso de mais coragem para girar. Quando meu celular toca, atendo imediatamente.

— O que aconteceu? — pergunto assustada, imaginando o pior.

"Nada de novo, mas se você puder trazer um livro de fantasia, ela adorava O Hobbit, pode ajudar. Não acha?" a namorada da minha irmã parece ainda mais ansiosa a cada dia.

— Tá bem, eu levo.

"Obrigada"

Quando ela desliga, viro a chave na maçaneta e entro.

O quarto é luxuoso, á minha frente posso ver uma imensa janela que dá para a cidade iluminada, atravesso o pequeno hall e caio em um ambiente com sala e copa. O estofado parecendo mais caro que meu carro.

O Jogo Dos 23 MonstrosOnde histórias criam vida. Descubra agora