24. Primeiro Amor

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Nesse vocês vão ter que exercitar um pouco a imaginação, por que as únicas imagens que achei não são boas kkkkk

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No começo, eu não entendia porque todos riam de mim quando eu falava sobre Luke.

As crianças me chamavam de mentirosa ou louca e os adultos achavam preocupante que eu ainda tivesse um amigo imaginário.

Com o tempo, parei de falar sobre ele, mesmo sabendo que Luke é real.

Me lembro de descer no porão após o jantar para levar o que sobrava do meu prato e da minha mãe e de como ela me dizia para não falar com ele.

Eu obedecia, mas quando minha mãe não estava em casa, eu e Luke passavamos horas conversando, ele era inteligente e divertido. Uma companhia melhor do que qualquer amigo que eu tenha feito durante a vida.

Na adolescência, comecei a perceber que não era normal ter um garoto vivendo no porão, também não era normal que as pessoas tivessem uma aparência tão diferente quanto a de Luke.

Com os anos, ele cresceu, ficou mais bonito, sua pele pálida contrastava com a parte inferior escura de seu corpo. Seu cabelo preto nunca cortado, descia pelos ombros e costas.

Talvez tenha sido culpa minha o que aconteceu naquela tarde chuvosa, com o som da tempestade bloqueando o motor do carro que parou nagaragem, quando me aproximei mais de Luke, o suficiente para tocar nossos lábios.

Eu tinha dezesseis anos e arrisco dizer que ele também. Para mim, era natural que nos apaixonassemos. Mas não para minha mãe.

Nunca perguntei para ela sobre Luke, nem antes e nem depois que ela colocou um cadeado no porão e me proibiu de descer lá.

Fui embora um ano depois, entrei na faculdade e esqueci Luke.

Agora, faltam apenas algumas semanas para me formar e estou de volta em casa, ou quase isso. Mamãe teve um ataque cardíaco no supermercado e foi levada ao hospital, os médicos não estão otimistas e uma enfermeira me disse para me preparar, não foram palavras diretas, mas sei o que ela quis dizer.

Eu precisava escolher as roupas do enterro.

A casa está deplorável, suja e velha. Nada diferente de quando eu morava aqui. Não quero ficar mais que o necessário.

Subo as escadas para o quarto de minha mãe, o guarda-roupas range quando o abro, pela calefação, ouço algo se arrastar lá embaixo.

Eu queria evitar isso, mas Luke deve estar sem comer desde que minha mãe foi internada há dois dias.

Assim que me aproximo da porta, vejo um envelope sobre a penteadeira e tem o nome "Ayla" escrito nele.

Pego a carta endereçada a mim, está amarelada e manchada, como se tivesse sido escrita há anos, reconheço a grafia da minha mãe, mas as palavras são tão desesperadas e sombrias que não parecem de uma mente sã.

Nela, minha mãe conta como era uma mulher de fé, como se dedicou ao seu marido, mas nunca conseguiu engravidar e recorreu a algo maléfico. Dirigiu suas preces a qualquer ser que pudesse ouví-la e logo depois, estava grávida de gêmeos. O ultrassom indicava que uma das crianças tinha uma deficiência muito séria, o marido não suportou ter um filho deficiente e a deixou grávida.

Mamãe sabia que algo estava errado, acabou dando a luz sozinha em casa. A primeira criança era uma menina, linda e perfeita que ela chamou Ayla e enquanto alimentava seu pequeno milagre, se arrastou para fora dela a segunda criança, um bebê perfeito da cintura para cima, mas com a metade inferior de escorpião.

O Jogo Dos 23 MonstrosOnde histórias criam vida. Descubra agora