Sangue Escaldante

- Capítulo 1 - O que você fez. -

Passos rápidos ecoavam por um grande salão de um castelo escuro, isso numa noite com uma grande penumbra, eram sapatos? Não, barulho demais pra isso, eram botas, botas faziam barulho por esse salão. Virando o corredor do salão de onde vinha o barulho surgiu-se uma luz, um lampião balançou e revelou a figura responsável pelas botas, uma garota de aproximadamente 1,68 com um cabelo castanho cacheado que vinha até seu ombro, roupas simples como uma jaqueta e uma calça jeans escura.

Ela corria aflita e suspirava pesado, sempre levando seu olhar para trás, era claro que ela estava sendo perseguida por algo... ou seria alguém? Ela virou rápido na esquina de um corredor e se jogou contra a parede deslizando por ela e se sentando no chão, a garota respirava fundo com uma das mãos no peito, lágrimas escorregaram de seus olhos, ela se esforçava para chorar baixo, não queria chamar mais atenção do que já havia feito, nem ao menos sabia do porquê estava ali, ela só acordou naquele lugar e já teve que correr, quais motivos a levaram a isso? Ela não entendia e nem se lembrava, estava se esforçando para tentar colocar as ideias no lugar, mas não tinha tempo para isso.
Lentamente suor escorria junto das lágrimas, ela estava completamente agoniada, o medo a consumia lentamente a mente daquela pobre alma.

— Eu... eu..... eu.... tá bom...., eu vim aqui por causa do meu pai... e aí... — Ela sussurrava para si mesma tentando refazer seus passos.

O que estava atrás da garota fez um barulho do outro lado da parede, o que fez a morena por ambas mãos na boca se forçando muito para não gritar ou emitir qualquer som. Aos poucos ela ouviu os passos pesados se afastando e indo em outra direção, o que fez com que ela pudesse respirar por alguns segundos, já que sua respiração estava descontrolada, a mesma precisou de alguns segundos a mais para que pudesse arrumar o fluxo de ar.

Após esse tempo aquela falsa sensação de segurança veio, ela se sentiu tranquila e jurou que estava tudo bem, então ela se levantou, mas assim que se pôs de pé sentiu algo agarrando a sua cabeça, uma mão grande e negra segurando forte o seu rosto, sua voz e seus gritos foram ficando abafados, ela ficou trêmula e deixou o lampião cair, se debatia tentando se soltar mas era inútil, uma voz rouca e monstruosa veio das sombras e disse.

— Isso é o que você fez... maldita. — Ao terminar tal frase aquele braço torceu a cabeça da simples garota, desfigurando o rosto dela com sua força, apertando a cabeça dela fazendo sangue jorrar de modo que sujasse o chão, e as paredes formando um rastro chamativo, sem contar os pedaços de pele, os olhos e provavelmente o que sobrou dos miolos dela que se espalharam também.

O cadáver caiu no chão ao lado do lampião que entornou todo o seu combustível, ele apagou naquele momento, junto da vida de quem ele pertencia.