- Capítulo 12 - Desculpa. -

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Matteo se levantava da cama e caminhava para fora do quarto, nada em sua volta tirava sua atenção da sua mão ensanguentada, estava chovendo lá e nem aquela chuva fria parecia afetar ele, o mesmo trancava a porta do lugar, indo para seu carro que o esperava com o rádio ligado como sempre.

No rádio estava tocando Acid Rain - Avenged Sevenfold

- Céus, o Papa disse que não tem problema mas isso vai atrair problemas sim... mas isso é maravilhoso, vai ter mais sangue no final.

O ruivo gargalhava baixando seu óculos no rosto e ligando o veículo para sair dali.

-No aeroporto de Bitterballen.-

Kyara e seus homens desciam de um avião contratado pela polícia italiana, a moça caminhava pelo aeroporto com uma enorme cara de desgosto enquanto os outros descarregavam as bagagens que haviam sido tragas. O cadente ainda a acompanhava, ele parecia preocupado.

- Delegada, a senhora está bem?

- Eu odeio o ar desse lugar, a Holanda fede e essa cidade principalmente.

Com ódio a delegada observava cada cidadão Holandês dali, a repulsa dela era enorme que parecia que iria transbordar a qualquer momento.

- A senhora já veio aqui antes?

- Sim, e me arrependo profundamente.

- O que aconte-?

Kyara levantou a mão de frente para ele sem nem olhar para o mesmo.

- Sem tempo para conversar, quero que repasse a minha ordem para todos ali, não ajam até eu voltar, somente vão para a base de nossa unidade.

- Mas... Tudo bem, não vou contrariar a senhora.

O cadente voltava junto de seus outros companheiros de trabalho e lhes passava o que fora dito antes, quando se virou Kyara tinha sumido dali.

A delegada havia alugado um carro e saiu dali pegando uma rodovia que parecia ir para o fim da cidade, a morena dirigia batendo o indicador direito no volante, parecendo marcar o couro por estar fazendo com força. Ela ligou o rádio e ouviu uma parte de uma notícia:

"O misterioso caso da garota morta no castelo dos Rooseboom se diz encerrado pelo detetive local, parece que as autorida-"

A mesma mudava a estação e colocava música para tocar, Lay All Your Love on me do ABBA estava tocando.

- Castelo dos Rooseboom e garota morta né? E ele acha que me engana.

Ela entrou numa curva que acabava o asfalto levando o caminho para uma estrada de terra que subia com algumas parte bem íngremes, dava para ver que levava para o topo de uma colina com bastante vegetação. Com um exímio cuidado ela chegou no topo do lugar e parou o automobilístico lá. A mulher pegou seu guarda-chuva e o abriu saindo do veículo, caminhando para o centro do matagal, passando entre árvores e rochas que escorriam a água da chuva.

- Está tudo aqui, exatamente como foi deixado...

Vitale se via de frente para ruínas de um casarão, ela encarava com grande melancolia o local, lentamente passava em volta da construção. Em sua mente aquela enorme pilha de pedras caídas se remontavam e formavam uma bela casa, onde sempre havia barulho e animação. Conforme ela chegou na parte de trás do lugar mais memórias vieram, as cercas brancas de pé que agora estavam destruídas no chão, uma bela vista que ela admirava, agora totalmente coberta por árvores e no fim, o lindo jardim que ela viu sua eu criança brincando com um garoto, se divertindo aos montes, onde em vez de flores ela só via um buraco, não qualquer um, mas uma cova, com um caixão que estava nas últimas, principalmente por parecer que tinha sido profanado.

- Eu voltei aqui mesmo depois de ter prometido que não, me desculpa... pai.

No topo do caixão havia a nomenclatura "Marco Vitale".

-Pulamos pro dia seguinte.-

No castelo Rooseboom, tudo parecia mais uma dia normal, só que não. Wanderley viu várias viaturas vindo em direção do castelo e se levantou tirando a boina e se perguntando o porquê daquilo, até ver que algumas viaturas frearam e acabaram destruindo parte do jardim.

- EI! jullie klootzakken, wie denken jullie wel dat jullie zijn? HET IS MIJN TUIN.

(Nota:Ele xingou em Holandês com as seguintes palavras "Seus bastardos, quem pensam que são? É O MEU JARDIM")

Ele se aproximava com ódio daquela unidade com sua enorme tesoura de jardinagem.

Os policiais apontaram rifles pra ele e o velho parou no meio do caminho.

- Parado! Solte a arma, o senhor está preso.

Lentamente ele soltou a tesoura e se abaixou no chão chorando, as marcas dos pneus ficariam na grama por bastante tempo.

A força da polícia invadiu o castelo e chamou a atenção de todos, o batalhão ia de cômodo em cômodo e prendia cada um que estava na casa. As gêmeas foram as primeiras dando complicações para os policiais por Louise ter nocauteado um deles com um chute e Lis ter desmaiado de medo, Aiden e Antonie que estavam em mais uma briga idiota tentaram fugir, mas ficaram travados numa porta por terem tentado passar na mesma hora, e por fim Heide que não estava se importando em ser presa e estava tentando dar em cima de um dos policiais.

Um policial pegava um rádio e contava uma frequência específica.

- Delegada Kyara, pegamos todos, mas não achamos o senhorio da casa, ele não está aqui!

- Que droga! Figlio di puttana.

(Nota:- Figlio di puttana é filho da puta em italiano.)

A moça bateu a mão em um dos carros com ódio, ela respirou fundo tentando não se exaltar mais que aquilo.

O cadente chegou perto dela e tentou enconstar nela para chamar sua atenção.

- O que é?! - Ela respondeu com ódio levantando a mão devagar.

- Senhorita, você vai querer ver isso.

Ele entregava uma carta que a delegada pegou e abriu rápido, ela leu toda a correspondência e ficou desacreditada, não parecia estar na nossa realidade.

- Está tudo bem...?

- Eu vou resolver isso, leve todos os presos para a unidade.

Ela deslizou sobre o capô de um dos carros e entrou nele, arracando dali.

- Por que ela é sempre assim... ?

O cadente se via no meio de todo aquele caos com o castelo revirado e um preso mais estranho que o outro.

-Na estrada para o setor industrial.-

Kyara dirigia enquanto tentava tomar alguns remédios, pareciam calmantes e antidepressivos.

- Que porre, por que você tem que me dar tanto trabalho.

Por sua falta de atenção ela quase bateu o carro em outro que buzinou para a mesma, a Vitale só colocou uma das mãos para fora do vidro e mostrou o dedo do meio para ele.

- Eu não vou ser fraca dessa vez.

E assim ela continuou acelerando indo para o distrito industrial, a carta rasgada no banco do passageiro só era possível ler uma única linha "me encontre lá".

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