- Aos olhos de Vander Rooseboom.
Me mantinha com uma feição séria, mas por dentro eu esbanjava um sorriso enquanto guiava a garota comigo para o escritório, era de se notar o quanto curiosa ela era por estar observando atentamente toda decoração do local.
— É aqui, sinta-se à vontade.
Disse abrindo a porta e deixando que Beatrix entrasse antes, logo após a mesma eu entrei e sentei em minha cadeira ficando frente a frente com ela.
— Beatrix Beckker não é? A que devo sua visita?
— Bem, eu vim pois tenho algo importante a tratar com a família Rooseboom.
Pude ver ela puxar da bolsa alguns papéis, observei testes de DNA, algumas fotos que continha um Roseboom mais antigo e por fim vi ela colocar na mesa uma carta com o brasão da família, então eu já imaginei o que viria a seguir.
— Recebi esta carta recentemente de minha falecida mãe, ela me disse que havia escondido isso de mim e que chegaria a hora certa para me contar...
Ela mostrou um semblante triste ao comentar da mãe, era notável o quão abalada ela deve ter ficado com tal perda.
— Então, nesta carta diz que eu sou uma Rooseboom por parte de pai, já que minha mãe teve um caso com o Hendrik Rooseboom.... ele seria seu pai?
Ela disse me entregando a carta, junto dela uma foto que tinha o meu sogro Hendrik Rooseboom com uma mulher que não era minha sogra. Meu mundo caiu na hora, as informações que chegaram para mim eram verdadeiras, uma Rooseboom com mais direitos que eu viria, realmente "ELE" é muito bom. Fiquei agoniado por se tratar do nome do pai de Heide, mas apenas respirei fundo e mantive minha postura, eu já sabia o que fazer desde o começo.
— Se trata do pai de minha esposa, eu só me tornei um Rooseboom por obter o nome dela.
Vi mais uma vez os testes de DNA e todos confirmavam que ela tinha sangue dessa família, o que me encheu de mais ódio.
— Ah, eu entendo, ela está? Queria tratar disso com ela.
— Infelizmente ela está numa viagem, mas ela chega amanhã.
— Isso é uma pena... eu volto amanhã então... — Pude ver ela ficar com uma feição abatida enquanto guardava os documentos.
— Pode ter uma estadia aqui essa noite, afinal, você é uma Rooseboom. — comentei sorrindo sabendo que ela iria aceitar a oferta.
— Hã? Você tem certeza disso?
— É claro, você é minha cunhada e provou isso, não poderia deixar você ir para um hotel qualquer daqui.
- A visão se passa para Beatrix Beckker.
Mamãe estava certa, eu realmente iria ter um lugar melhor se fosse atrás dos Roseboom, havia valido a pena toda a viagem que tive. Eu peguei minhas coisas e levantei junto do Sr.Rooseboom ou melhor do meu cunhado Vander e o segui para fora do escritório.
O castelo era enorme e tudo era encantador, mal acreditava que eu tinha familiares donos daquilo, parecia algum conto de fadas que eu lia quando criança.
— Por aqui, antes de te levar para seu quarto eu vou te dar um tour geral.
— Uau... aqui é tão grande, tem vários salões e tudo... — Eu estava encantada com o quão tudo era tão bonito.
— Logo você se acostuma se ficar por aqui.
Vander passou as próximas horas me mostrando todo o castelo, fazendo questão de me levar em cada cômodo, e me contando a história deles deixando claro para mim como aquela construção era antiga, ainda tivemos uma pausa para ir comer na cozinha e só ela já era do tamanho da minha antiga casa. Demorou algumas horas mas finalmente chegamos no tal Salão Oeste.
— Seu quarto é aqui, venha.
Aquela frase me animou mais ainda o que fez eu apressar o passo e chegar no quarto logo, assim que o vi fiquei esperando o maior me mostrar ele, rapidamente Vander o fez abrindo a porta e mostrando um quarto enorme, eu simplesmente estava maravilhada.
— Pode ficar aqui Beatrix, qualquer coisa pode me chamar, já está ficando tarde e eu preciso descansar, é bom que faça o mesmo.
— Tudo bem Vander, eu vou dormir cedo, obrigada por tudo.
— Uma coisa importante, o castelo têm tido quedas de energia recentemente, então se levantar à noite precisando de algo tem um lampião na gaveta. — Ele comentou enquanto abria a gaveta e mostrava o lampião.
— Ok, tudo bem então, boa noite Vander!
O vi de relance assentindo com a cabeça e logo depois indo embora com as mãos nos bolsos de sua calça, eu apenas continuei no quarto olhando cada menino detalhe dele.
- A narração retoma seu tom de antes.
Já eram mais de 22:00 da noite, o castelo estava escuro e o tempo era frio. Beatrix dormia tranquilamente até escutar vários barulhos ecoando, parecia uma janela se debatendo, ela se vestiu e levantou coçando os olhos naquela penumbra de noite. Ela tentou ligar a luz mas ela não acendia de jeito algum, então se lembrou do que Vander disse, assim pegou o lampião o acendendo, ela abriu a porta devagar saindo do quarto, pondo a luz em sua frente iluminando o caminho.
Devagar ela se esgueirou pelo corredor mantendo seus passos contínuos, até que virou num corredor e viu uma enorme figura parada, a garota ficou paralisada e por parar de um jeito brusco o lampião bateu na parede fazendo um certo estrondo. Prontamente a figura se virou e começou a correr na direção de Beatrix que vendo isso gritou o mais alto possível e logo começou a correr o mais rápido que podia de volta. Ela se movia desesperada fazendo eco por todo corredor com suas botas, ela dobrou rápido na primeira esquina que teve a oportunidade, depois daquela enorme disparada ela já estava cansada por ter percorrido uma distância considerável pelo corredor, ela se jogou na parede pensando ter despistado aquilo que a perseguia, lentamente deslizou aflita suspirando pesado pela corrida, ela não tinha costume de correr assim, a jovem colocou a mão no seu peito e segurou o choro ao máximo mesmo deixando algumas lágrimas escapar. A morena não entendia porque estava passando por aquilo, mas tinha que achar Vander para a ajudar, ela se levantou enxugando suas lágrimas mas antes de andar algo agarrou sua cabeça, uma mão negra e forte a levantou a impossibilitando de respirar direito, a pequena Beatrix ficou trêmula mas tentou se debater ao máximo, mas não teve sucesso.
A figura estava pronta para dizer algo, mas algo ocorreu, eles estavam de frente para uma janela, algumas nuvens que não a deixavam aparecer sumiram e então a luz do luar iluminou os dois, relevando algo. — Isso é o que você fez... maldita — Vander disse.
Beatrix se debateu mais ainda vendo que era Vander fazendo isso com ela, mas já estava sem forças, o que deu brecha para Vander torcer o pescoço dela a matando, ele fez questão de desfigurar o rosto dela com as próprias mãos, desferindo vários socos no crânio da jovem espalhando sangue para todos os lados, assim jogando o cadáver no chão quando terminou.
E assim a grande ilusão do sonho da pobre Beatrix chegou ao fim.
- Fim do flashback.
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Sangue Escaldante
Mystère / ThrillerO ano é 2022 e um misterioso assassinato ocorre num castelo, este situado numa pequena cidade fictícia na Holanda. Venha junto do detetive protagonista descobrir quem ou o que foi o motivo dessa morte, além de todos os outros mistérios que esse mund...