- Capítulo 7 - Revelação. -

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- Alguns dias antes do assassinato. -

Tudo normal no castelo Rooseboom, Wanderley cuidava de suas preciosas tulipas e das demais flores do local todo, as gêmeas francesas Lis e Louise dançavam e cantavam na cozinha preparando a refeição da hora, o mordomo Olivier ficava no escritório resolvendo as responsabilidades que a família havia deixado para ele.

Do outro lado da Holanda um telefone toca e quem o atende é Vander e segue tal diálogo:

— Hallo, Vander falando.

(Nota: Hallo tem o mesmo peso do Alô brasileiro)

Do outro lado da linha, atende alguém que não conseguimos discernir quem é. — Hallo meu caro Rooseboom, minhas fontes me disseram que a "carga" chegou.

Vander prontamente sentiu um gelo na espinha e se afastou da família indo para um lugar mais isolado. — Você tem total certeza disso?

— Absoluta, chegou hoje pela manhã e provavelmente já deve estar indo atrás do castelo.

— Eu vou voltar pra lá hoje, é melhor que continue como o combinado.

— Pode relaxar grandão, trato é trato.

A ligação é finalizada por Vander que retoma sua postura de antes, enquanto caminha pra junto de sua família.

— Eu tive problemas do trabalho e preciso urgente voltar pra casa.

— Vai perder um dia por aqui pai, na nossa cidade não tem nada assim. — os irmãos Rooseboom responderam.

— Por que tá copiando o que eu tô falando? — exclamou um deles.

— Você que tá me copiando seu desgraçado! — o outro xingou o irmão começando a brigar com ele.

Os dois começaram a brigar e se jogaram na piscina juntos, fazendo água jorrar por todos os lados assustando os outros que começaram a julgar ambos com o olhar.

A esposa de Vander se aproximou e o abraçou lhe dando um beijo que o mesmo retribuiu.

— Pode ir amor, deve ser algo importante, daqui um dia chegamos lá também.

Vander sorriu e acariciou a mão de sua amada antes de sair do lugar para fazer suas malas, ele tinha uma expressão diabólica no rosto, seja lá o que fosse a "carga" era algo que iria impactar bastante.

Após suas preparações o homem alto respirou fundo e com um táxi ele se dirigiu até o aeroporto. Portanto bastou entrar no vôo que o levaria de volta para o recinto Roseboom.

- Já de volta na cidade depois de umas boas horas de vôo. -

Após uma ligação para Olivier o vir buscar no desembarque eles partiram para o castelo.

— Não esperava que fosse chegar um dia antes, pensei que iria aproveitar até o último dia das férias, senhor.

Vander encarava a paisagem que ia passando pela janela do carro com uma feição séria, ele apoiava uma da mãos no seu rosto.

— Eu tentei Olivier, mas decidi vir antes porque tenho coisas que devo resolver.

— Ah claro senhor, não é nada me envolvendo certo...?

Vander riu dando um tapa de leve na própria perna.

— É claro que não, você se saiu muito bem na minha ausência, resolveu tudo o que eu te pedi, eu vim graças a uma certa revelação apenas.

Olivier respirou aliviado parando o carro por já terem chegado em seu destino, ele desceu primeiro e de seguida abriu a porta para Vander sair. O mordomo foi retirar as bagagens enquanto o patriarca Roseboom entrava no castelo, ele passou direto pelo salão indo para o próprio escritório.

As gêmeas o observaram passar rápido e se olharam imaginando de tudo ali.

— Serrá que aconteceu alguma coisa?

— Non sei, mas vai acontecer se não forrmos trrabalhar logo. — A gêmea de personalidade forte puxou a outra pelo avental a fazendo resmungar um pouco.

Depois disso Vander se reeinstalou e foi descansar, isso por pouco tempo até voltar para seu escritório onde Olivier havia o deixado no melhor estado possível.

- Horas depois. -

Às 17:00 chegam mensagens no celular de Vander, vindas do mesmo número que teria ligado para ele.

Celular do Vander:
"A carga descobriu onde é o castelo, está indo para ele agora."

O moreno se levantou saindo de seu escritório, descendo as escadas ele gritava para todos ouvirem.

— ATENÇÃO, TODOS ESTÃO LIBERADOS MAIS CEDO HOJE.

Lis e Louise que estavam faxinando o salão tiveram reações múltiplas, com Lis se enchendo de alegria e Louise apenas dando de ombros e indo se trocar pra sair, Wanderley que havia entrado para pedir a chave do galpão só aceitou e saiu de volta comentando algo baixinho.

— Minhas florzinhas vão ter que esperar até amanhã...

Por fim, Olivier que ao ouvir isso havia colocado seu casaco se aproximou de Vander, onde só tinha sobrado os dois no recinto.

— Tem algum motivo em particular do senhor estar fazendo isso?

— Bom Olivier, normalmente eu não falaria, mas é uma surpresa pra minha esposa, entende? Então vou deixar o castelo exatamente como está e vou sumir e só voltar quando ela chegar amanhã.

Olivier ergeu uma sobrancelha e depois acenou a cabeça com assentimento, não tinha motivos para questionar seu chefe.

— Que sua surpresa dê certo Sr.Rooseboom! Até amanhã.

Finalmente o último funcionário saiu dali, deixando Vander sozinho naquele castelo que passava uma sensação gelada e melancólica por estar muito quieto. A noite já havia caído a essa altura, e ele aguardava ansiosamente até que pôde ver pela janela um táxi chegando, parando e depois indo embora, dando vista apenas de uma pessoa que caminhava em direção do local.

- Aos olhos de Beatrix Beckker.

Eu desci do táxi na frente dos portões do castelo, paguei uma gorjeta ao motorista e caminhei em direção da construção, eu tinha coisas para tratar e eram importantes então não contive meu passo e fui firme. Minhas botas haviam sido a melhor escolha para vir, estava frio então ter vindo de jaqueta foi o certo, senti uma brisa passar e fazer um pouco dos meus cachos balançarem, balancei um pouco a cabeça e ajeitei a bolsa no ombro chegando na porta e batendo nela.

— Olá, preciso falar com os Roosebooms, é algo importante.

A porta foi aberta por Vander que estava vestido com seu jeito extravagante de sempre.

— Prazer senhorita, Vander Rooseboom, entre e vamos tratar do seu assunto importante.

— Prazer senhor, meu nome é Beatrix Beckker, obrigada pela hospitalidade.

Eu disse em meio a alguns suspiros por realmente estar frio do lado de fora, assim entrei no castelo vendo o Rooseboom fechar a porta e me pedindo para o acompanhar.

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