𝟐° 𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎

1.7K 211 76
                                    

𝐎 𝐆𝐑𝐔𝐏𝐎 𝐈𝐍𝐓𝐄𝐈𝐑𝐎 𝐄𝐒𝐓𝐀𝐕𝐀 pronto para executar o plano meticulosamente elaborado. Nesse momento, Sarah compreendia finalmente que sua presença ali era necessária, especialmente relacionada às vestimentas peculiares. Sarah já havia memorizado o nome de cada membro do grupo, e embora tenham trocado algumas palavras, nada transcendia a superficialidade das conversas.

O grupo se dirigia à igreja, todos habilmente disfarçados. Sarah sentia-se ligeiramente desconfortável com a vestimenta, pois não condizia com seu estilo, mas estava determinada a manter-se no papel.

── Padre Toureaux —Berlim saudou respeitosamente o ancião assim que adentraram pelo portão da igreja.── Eu sou o doutor Santana da universidade politécnica de Salamanca, o professor Vázquez especialista em arte sacra e eles são os técnicos de georadar e escavação.

── É um prazer conhecer vocês — Ao proferir suas palavras, o padre deixou Sarah surpresa com sua notável proficiência no espanhol.

── O senhor fala a minha língua mesmo — comentou Berlim.

── Eu aprendi com minha mãe — Contou o Padre.

── Que maravilha — Berlim disse.

── Eu sei quem vocês são, eu pesquisei na internet — o padre disse.

Na verdade, ele só estava ciente daquilo que Keila havia publicado nos sites sobre o trabalho arqueológico deles e demais detalhes.

O grupo entrou na igreja com o convite do padre. Antes de passarem pela porta, Sarah deu espaço para Roi passar, mas ele disse para ela ir primeiro. Ela insistiu para que ele passasse, criando um momento de brincadeira amigável. Quando os dois tentaram entrar ao mesmo tempo, acabaram se chocando, mas trocaram sorrisos e seguiram o grupo juntos.

Após persuadirem o padre com suas artimanhas, o grupo acompanhou o mais velho até a cripta. Sarah não compreendia como algumas pessoas podiam ser tão ingênuas diante de situações flagrantemente manipuladas.

A garota observava o trabalho do grupo, simulando fascínio, mas sua única preocupação era sair dali antes que sua alergia a poeira se manifestasse

── O georadar acabou de detectar uma fundação — Keila disse. O padre estava tão confuso quanto Sarah, ela não fazia ideia do que aquilo era. ── a uns cinco metros de profundidade

── Eu acho que são silhares — Roi disse.

── Isso pode ser um arco semicircular — Sarah seguiu sua parte no plano e pronunciou suas palavras, embora não soubesse exatamente o que estava dizendo.

── Não tá claro — Todos olharem para Damian

── Como assim? O que não está claro? — Perguntou o Padre.

── O georadar ter detectado escombros não significa que embaixo tem uma fundação — Damian explicou. ── A gente precisa de mais evidências para montar uma escavação.

Aquela etapa do plano estava concluída. Agora, precisavam instalar as câmeras no apartamento do diretor da casa de leilões, Senhor Polignac. Sarah captou a razão pela qual Berlim buscava um disfarce para adentrar na casa de alguém de maneira discreta. Ele havia solicitado a ajuda da garota algumas semanas antes.

── É sério que eu preciso usar isso? — Sarah estava desconfortável com o vestido preto elegante em seu corpo, pois não estava acostumada a vestir esse estilo de roupa.

── Foi você que escolheu as roupas — Berlim afirmou, observando algo na rua através do telescópio.

── Eu sei, mas não achei que eu iria usar essas roupas — Sarah afirmou enquanto se acomodava no sofá para ajustar o salto

── A gente tem mesmo que se vestir como se fossemos para um casamento? — Keila estava tão incomodada como Sarah.

── Keila, muitos ladrões tem o hábito estupido de se vestir como ladrões ou com uma roupa confortável — Berlim afastou-se do telescópio e aproximou-se do grupo que se preparava.──  Como essa gente que coloca moletom pra viajar de avião.

── Ei, eu uso moletom pra viajar de avião — Sarah expressou-se como se fosse alvo de um ataque após ouvir as palavras de seu padrinho, que, por sua vez, revirou os olhos.

Berlim engatou uma conversa com Keila, enquanto Sarah ajustava elegantemente seu salto. Observando Roi se arrumar no espelho, ela notou os botões desabotoados de sua camiseta. Roi, por sua vez, percebeu o olhar de Sarah e a encarou, estabelecendo um breve momento de conexão visual, Berlim mais uma vez, detectou a sutil troca de olhares entre os dois.

Berlim dirigiu-se a Roi para iniciar uma conversa, enquanto o rapaz ajustava sua camiseta diante do espelho.

── É, Roi. — Berlim estava prestes a iniciar sua fala, mas foi interrompido por Sarah, que se aproximou deles.

── Como eu estou? — Sarah perguntou, dando uma volta para exibir seu vestido.

Os olhos de Roi exploraram cada detalhe do corpo de Sarah, mas sua atenção não se fixava nessas observações. Ele se encantava com o brilho nos olhos dela e o sorriso radiante em seu rosto. Sarah transmitia inocência, sem traços de malícia em seu olhar, apenas uma suave melancolia, um toque de tristeza que somente ele conseguia discernir em tão curto período.

── Esta linda! Não é, Roi? — Berlim disse, desviando a atenção do garoto, que piscou e voltou seu olhar para o mais velho.

── É! Você está maravilhosa, quer dizer, esse vestido combinou muito bem com você — Roi se atrapalhou em suas palavras. Sarah achou aquilo fofo e sorriu, enquanto Berlim fez uma expressão indicando que não estava gostando nada da situação. 

── Obrigada — Sarah agradeceu e ouviu Cameron a chamar. A garota se dirigiu até a outra menina.

── Você acha ela bonita? — Berlim perguntou a Roi, que fez uma expressão nervosa.

── Sim — Disse Roi receoso.

── Essa garota é como uma filha para mim, o pai dela confiou que eu cuidasse dela e eu irei confiar em você para que cuide dela — Berlim disse arrumando a gola da camiseta do garoto.

── Porque eu? — Roi perguntou confuso.

──  Porque você é o certo para essa função, mas até o amor tem as suas zonas proibidas, então eu quero que tome conta dela, mas apenas isso, sem contato físico e uma distância considerável —Berlim disse, ele apenas queria o bem da sua afilhada. ──  Você entendeu?

── Sim, senhor — Roi disse.

Do outro lado do apartamento, Sarah observava Roi. Na primeira vez que o viu, não sabia ao certo o que estava sentindo, mas algo naquele sentimento estranho a intrigava. Ela desejava conhecê-lo mais profundamente, algo nele a atraía.

 Ela desejava conhecê-lo mais profundamente, algo nele a atraía

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

➳Comentem o que estão achando ou o que eu posso melhorar.

𝐂𝐑𝐈𝐌𝐈𝐍𝐀𝐋𝐒Onde histórias criam vida. Descubra agora