𝐒𝐀𝐑𝐀𝐇 𝐄𝐍𝐂𝐎𝐍𝐓𝐑𝐀𝐕𝐀-𝐒𝐄 no antigo hotel que frequentava antes de embarcar no plano. Deitada na cama, refletia sobre tudo o que estava ocorrendo. A pessoa em quem mais confiava havia proferido palavras dolorosas, utilizando a lembrança de sua mãe, o que a feriu profundamente.
Novamente, sentia-se isolada, sem direção clara em sua vida. A única constante em seus pensamentos era a memória de sua mãe. Se ela não tivesse falecido, Sarah acreditava que não teria seguido um caminho fora da lei.
── Sarah, querida você vai se machucar — Annelise chamou sua filha, que brincava sob a chuva no quintal de casa. A criança era inocente, pura, apenas se divertindo.
Naquele tempo, Sarah contava com treze anos. Era uma menina radiante, cheia de alegria, sorrindo para tudo e todos. Demonstrava compaixão, ajudando quem precisava, mesmo que, por vezes, fosse alvo de zombarias na escola.
── Vem brincar comigo, mamãe — Sarah convidou a mais velha, ela dançava ao ritmo da chuva como se fosse uma melodia encantadora.
Annelise cedeu e deixou o abrigo do teto. Sarah a envolveu em um jogo animado de pega-pega, evidenciando o amor e a incrível relação entre mãe e filha. Annelise reconhecia que Sarah era seu maior presente, a coisa que mais amava.
Para Sarah, imaginar a vida sem sua mãe era impensável. Aquela que a ensinara tudo enfrentou seu maior pesadelo ao perder Annelise, tornando realidade o temor mais profundo. A lembrança da última tarde normal juntas persistia na mente de Sarah, desejando poder voltar àquele dia e aproveitar cada segundo.
Enquanto Roi estava com o grupo, sua mente estava fixa em Sarah. Ele não encontrou coragem para enfrentar Berlim, embora o plano estivesse progredindo bem, aguardando apenas a chegada das joias no cofre para efetuarem o roubo.
Após a reunião, Roi permaneceu no quarto de Berlim, determinado a conversar com o mais velho. Não suportava mais sentir-se um covarde, especialmente pelo fato de ter feito Sarah chorar.
── Porque você não foi com os outros? — Berlim questionou Roi, percebendo que ele havia permanecido ali.
── Precisamos conversar — Roi disse um pouco receoso.
── Não temos nada para conversar — Berlim disse sério e frio.
── Sim, nós temos, é sobre a Sarah — Roi disse, nervoso, mas esforçando-se para não demonstrar.
── Ela tá fora do plano, ponto — Berlim disse.
── E você acha isso justo? — Roi perguntou, Berlim olhou para ele ── Você mesmo sabe o quanto ela é competente para estar aqui, ela queria estar aqui, mas não por minha causa e sim por sua causa, porque ela considera você como um pai e queria seguir os seus passos
── Péssima decisão — Berlim disse.
── Eu não acho, porque ela foi a única que amou você sem julgar suas atitudes e estava disposta a arriscar a vida perfeita dela para fazer parte disso com você — Roi disse e respirou aliviado. ── Pensa bem nisso.
Roi deixou o quarto com certa apreensão. Enfrentar Berlim era algo novo para ele, e o receio do que poderia acontecer pairava em sua mente. Contudo, por Sarah, considerava que valia a pena arriscar.
Berlim permaneceu pensativo no quarto. Sarah era única, nunca se afastou dele nem demonstrou interesse em se aproveitar de seu dinheiro, ao contrário de algumas pessoas do passado. Sarah poderia tê-lo entregado à polícia, mas não o fez.
Sarah, após tomar banho, vestia-se quando alguém bateu à porta de seu quarto. Ao abrir, deparou-se com Berlim.
── Se veio me dar mais um sermão perdeu seu tempo — Sarah tentou fechar a porta, mas Berlim a impediu.
── Eu só quero conversar — Berlim disse.
Sarah permitiu que ele entrasse, ainda carregando a mágoa das palavras que ouvira, e não estava disposta a perdoá-lo tão rapidamente.
── Pode falar — Sarah cruzou os braços.
── Isso pode ser uma surpresa, é até pra mim, mas eu vim pedir desculpas para você — Berlim disse, não era do seu fetiche pedir desculpas.
── Não adianta pedir desculpas se vai ficar se metendo na minha vida a todo momento — disse Sarah.
── Eu faço isso para o seu bem, eu não quero que você acabe como a… você sabe quem — Berlim disse, Sarah o olhou.
── Mas você tem que entender que eu não sou ela, o Roi não é o tipo de cara que vai me machucar — Sarah disse.
── Acho que seria ao contrário, você quem machucaria ele — Berlim disse, Sarah riu concordando.
── Não pode ficar me comparando com a Clarissa, somos duas pessoas totalmente diferentes — Sarah disse.
Clarissa era a melhor amiga de Sarah, sendo filha de um dos primeiros relacionamentos de Berlim. Clarissa enfrentou alguns problemas com seu ex-namorado, o que a levou a passar meses no hospital. Essa situação gerava preocupação em Berlim, que temia que algo semelhante pudesse acontecer com Sarah.
── Eu sei, você me perdoa? — Berlim perguntou.
── Só se você prometer que não vai mais se meter entre mim e o Roi — Sarah exigiu, Berlim ficou receoso ── e eu tenho que voltar a fazer parte do plano.
── Tudo bem — Berlim cedeu.
Sarah comemorou, e Berlim sorriu ao ver a felicidade da garota. Ele tinha apenas receio de que alguém a ferisse, reconhecendo que Sarah era uma jovem inocente que inadvertidamente trilhava um caminho semelhante ao seu. Contudo, preferia tê-la ao seu lado do que vê-la sozinha. ele, mas era melhor ter ela ao seu lado, do que ela estar sozinha.
➳Quem é vivo sempre aparece e aqui estou eu, e novamente pedindo desculpas por ter sumido.
➳Eu pensei em escrever uma fanfic de La Casa de Papel, contando a história da Clarissa, daí essas histórias estariam ligadas, o que acham? (O par romântico vai ser o Rio).
➳Espero que tenham gostado do capítulo.
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𝐂𝐑𝐈𝐌𝐈𝐍𝐀𝐋𝐒
De Todo𝗖𝗥𝗜𝗠𝗜𝗡𝗔𝗟𝗦|Berlim, renomado líder de um grupo de ladrões habilidosos, almeja o roubo audacioso da casa de leilões mais prestigiada de Paris. Confiando em sua afilhada, Sarah, uma especialista em disfarces e artimanhas, Berlim reúne um time d...