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- quando pretende me contar sobre o seu plano? - o meio loiro perguntou novamente se sentando na cama do quarto do irmão, estavam no castelo e em quartos separados, mas mesmo assim não tinha como evitar a sua curiosidade e preocupação, Shoyo estava estranho, distante, até comentava sobre o tamanho exagerado dos quartos mas não parecia verdadeiramente interessado com aquilo, e Kenma obviamente percebeu, não tinha como não perceber, o seu irmão que era sempre tão falante e animado estava quieto e ele só ficava assim quando estava pensando em novos feitiços ou quando tinha algo muito errado acontecendo em sua cabeça.
- não tenho um plano, apenas resolvi aproveitar a oportunidade.
- oportunidade? De quê? De ser mantido em cativeiro em um lugar maior?
- claro que não, você não vê Kozume? A nossa casa é do tamanho desse quarto.
Não que a casa deles fosse pequena, o casarão era realmente enorme, mas aquele lugar era exagerado de tão grande.
- sim, mas você nunca foi de se importar com isso.
- não é apenas isso, e sim que ninguém vai nos ferir aqui, não vão jogar coisas em você, não vão ficar nos acusando de bruxaria..
- mas nós somos bruxos Shoyo!
- sim, mas não precisam ficar jogando na nossa cara, eu não quero mais ter que passar por tudo aquilo, quase não sair de casa porquê vão nos olhar de cara feia, eu não gosto disso.
- não é como se isso fosse mudar aqui. Nós sempre seremos bruxos, sempre vão nos olhar de cara feia e em algum momento o povo desse lugar também vai fazer isso.
- sim, mas ao menos por um tempo eu vou ter um pouco de paz! Você não quer isso? Pois então que volte para casa, eu vou ficar e vou trazer o Tora, a Natsu e as mamães para cá! - dessa vez foi firme mesmo que seus olhos estivessem cheios de lágrimas.
- você prometeu nunca ir a lugar algum sem mim - jogou em sua cara ficando em pé para o olhar frente a frente.
- sim, mas eu não posso fazer nada se você não quiser ficar, eu não vou te prender a mim assim como não pretendo me prender a você.
Era difícil dizer aquilo mas não era nenhuma mentira, amava aquele garoto mesmo que ele não fosse completamente do seu sangue, mas também sabia muito bem que uma hora ou outra seria consumido pela sua raiva, em algum momento não aguentaria mais a manipulação de Kitsu e surtaria com todos ao seu redor e sabia muito bem que mesmo assim Kenma não se afastaria. Não queria o machucar de forma alguma, nem fisicamente e muito menos psicologicamente, se odiaria eternamente caso fizesse aquilo.
- quer saber? Faz o que você quiser - se virou de costas para o irmão praticamente marchando até a porta do quarto, a abriu encontrando Kageyama ali com o punho erguido e pronto para bater - sai. - mandou e o maior o deu a passagem imediata, seu rosto estava vermelho em uma mistura de fúria e tristeza, seus olhos estavam a um passo de transbordarem, nunca em todos os seus milênios havia brigado com Shoyo.
