This is a waste if you can't walk me down the finish line

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Boa leitura 🥰

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Boa leitura 🥰

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- o que você está apontando irmãozinho? - Kenma perguntou mais para si mesmo enquanto se aproximava do pequeno casebre, a luz fraquinha escapava pelas madeiras finas e minimamente afastadas, se esforçou até finalmente encontrar um espacinho para espiar o que acontecia lá dentro.

Não conseguiu conter o susto ao ver o corpo de Tobio no chão, tinha um enorme pentagrama de sal grosso no em baixo dele, uma lamparina acesa em cada extremidade da estrela além de mais sal espalhado por todas as entradas de lá.

Shoyo estava sentado no chão com perninhas de índio, um livro antigo sobre suas pernas e dois dedos de uma das mãos levantados saindo fumaça da ponta além de seus olhos estarem fechados, murmurava coisas tão baixas que sequer a sua audição aguçada era capaz de escutar.

- mas que porra - seu susto foi tão grande que não conteve as palavras, entretanto, teve que cobrir a boca quando os olhos do irmão se abriram o encarando diretamente.

- nem pense em fugir - o ruivo mandou fechando o livro de uma vez.

Kenma sentiu pela primeira vez em muito tempo um medo genuíno.

Até teria saído correndo caso as suas pernas não tivessem congelado, o seu coração batia tão forte que seus ouvidos tremiam, seu corpo transpirava além da imensa vontade de chorar.

Mas ele era seu irmão, não o machucaria, certo?

Apesar de que Shoyo não estava mais parecendo o mesmo de sempre.

Aquele lugar havia o mudado.

Havia retirado o seu sorriso.

Se pudesse tacaria fogo ali e o levaria para longe, o protegeria de todo mal.

Queria voltar a viver nas montanhas.

Apenas sua família cercados de animais, mas não, seus irmãos insistiam que ter "experiências humanas" os fariam bem, e olha onde estavam agora? Shoyo aparentava mesmo ter se tornado um humano.

Um igual dos livros que lia.

Os que matavam sem remorso.

- entra. - o ruivo mandou após abrir a porta e o puxar para dentro.

- o que você está fazendo? - teve que perguntar ainda em choque, a cena vista de mais perto era ainda mais assustadora, o corpo desacordado estava perfeitamente esticado e o cheiro dali era muito estranho, tinham outros livros jogados por ali além de um tacho preto e escaldante em cima do fogãozinho que tinha no canto. - você..matou ele?

- você já foi mais inteligente do que isso irmãozinho - o ruivo apontou com a cabeça para os livros jogados enquanto molhava um paninho na água do tacho.

- "como cozinhar seu dragão"? - contorceu a cara pelo nome estranho do livro.

- esse não - teve que se meter para pegar outro livro o entregando nas mãos do mais novo.

- selamento de alma? Para o quê você quer isso?..- mesmo que não quisesse o seu corpo já dava passos temerosos para trás como uma forma de defesa própria até atingir a porta com as costas - você matou mesmo ele? E esse cheiro Shou? O quê é isso exatamente?

- magia.

- eu sei que é magia, mas não é como as que costumamos fazer, essa fede.. você usou sangue? Shou, isso é magia negra! É contra todas as regras!

- fomos nós quem inventamos essas regras.

- mesmo assim.

- está com medo? Você está com medo de mim?

- eu deveria?

- não responda as minhas perguntas com outras.

- você também não deveria fazer isso.

- isso não foi uma resposta.

- acho justo já que você também não me deu uma.

- chega, tenha uma boa noite Kozume.

E durante aquele meio segundo Kenma teve a esperança de que tudo aquilo não passasse de um sonho e que se fosse real eles ao menos conversariam no dia seguinte sobre tudo, então, crente daquilo deu as costas para o irmão para poder tentar abrir a porta, movimento este que foi totalmente em vão, ao olhar para trás pode ver o ruivo com seu olhar mórbido e frio segurando a chave e na outra o paninho molhado.

- boa noite irmãozinho - foi tudo o que o mais velho disse antes de enfiar o pano em sua cara, o segurava com os braços e pernas para tentar evitar que ele se debatesse tanto.

Kenma finalmente deixou suas lágrimas fluírem, o tecido de algodão com cheiro extremamente doce o fazia ficar tonto, tentava lutar para ficar acordado mesmo sabendo que não conseguiria, caíram juntos no chão, sentia o peito do irmão precionado nas suas costas enquanto arranhava seu braço, podia imaginar facilmente o sangue do ruivo escorrendo pela pele palida e apenas sua imaginação já não o agradava, naquele último estante, agarrado a um único momento de lucidez desejou apenas por uma coisa:

Que Kuroo entrasse por aquela porta e o salvasse de seu próprio irmão.

- me perdoa, irmãozinho - foi tudo o que escutou antes de desmaiar no chão sujo junto de Tobio.




"É foda a gente ser tão novo e já ter tanta dor guardada dentro de si."




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Alegria né? 🥰

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