Step four

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- Tobio? Você está acordado? - escutei a voz de meu noivo me fazendo despertar, os seus toques na porta eram leves, mas mesmo assim, eu sabia que era ele.

Céus, eu estou uma bagunça! Não posso o ver estando assim.

Com a cabeça completamente revirada, a cama bagunça e isso.. eu ainda estou com as roupas de ontem? E essa sensação estranha?

Soprei na minha própria mão sentindo o mal cheiro seprucal que saiu de mim mesmo.

- um momento, por favor - pedi antes de tentar me levantar da cama, uma tontura nauseante me atingiu me levando diretamente ao chão em um estrondo alto - mas que caralho..- se a minha cabeça já não estava dolorida o suficiente, agora a dor é latejante.

- você caiu? Eu irei entrar - aquilo não foi uma pergunta, ele abriu a porta de uma vez e sinto que o vi tentando segurar o riso. - você caiu?

- não, eu me joguei. - as vozes da minha cabeça falaram mais alto - me perdoe pela minha falta de educação, meu noivo - tentei me levantar o observando entrar em meu quarto e colocar a grande bandeja cheirosa que tinha em suas mãos por cima da mesa de canto que eu tinha.

- tudo bem, eu prefiro que seja verdadeiro comigo - após arrumar as coisas ali veio com toda a paciência do mundo para perto de mim - quer ajuda?

- obrigado - aceitei a sua mão estendida para me levantar e ficar junto dele.

Talvez, ele seja mesmo a escolha certa.

Ele é bonito, tanto em suas ações quanto em aparência.

Ele se recusa a usar as roupas pomposas que meu pai pede a ele, não aceitou ser coroado antes do casamento e até agora não o vi sendo esnobe nem sequer uma vez. Até mesmo pude o presenciar passeando nos jardins algumas vezes junto  de seu irmão e algumas crianças, ele era gentil e dedicado.

E nem sequer comecei a falar sobre a sua aparência, ele era agradável aos olhos e a presença, os cachos ruivos, olhos grandes e brilhantes, a pele extremamente clara como se nunca tivesse sido tocado pelo sol junto das pintinhas espalhadas por todo o seu rosto.

Os meus dedos tocaram a sua bochecha e ele olhou para mim.

É normal sentir o coração querer saltar do peito?

A minha coluna se curvou lentamente para frente se abaixando de forma quase que instintiva, a sua respiração bateu contra o meu rosto e as suas mãos subiram ao meu peito apertando o tecido de minha camisa.

- me desculpa - ele pediu se afastando.

- não, eu quem deveria me desculpar, não pedi sua opinião para isso - voltei a ficar reto tentando não demonstrar o meu constrangimento com a situação - mas.. me diga, o quê veio fazer aqui tão cedo?

- fiquei preocupado, ontem você desmaiou e hoje você não apareceu para tomar o café da manhã comigo, quer dizer, tomar o café da manhã..- ele se afastou indo até a mesa - bem, está aí. Eu fiz um chá para você, imaginei que acordaria com dores pela forma que caiu - ele apontou para a xícara fumegante que tinha ali.

- okay, muito obrigado, meu noivo.

- está tudo bem, apenas não queria que estivesse tão machucado nas vésperas do nosso casamento.

- entendo, muito obrigado e o peço desculpas novamente, meu noivo. - me curvei ouvindo apenas um murmúrio de concordância dele.

- bem, eu fico feliz que esteja bem - me ergui o vendo colocar uma das mechas do cabelo laranja para trás da orelha com as bochechas vermelhas.

Adorável.

- eu já vou. - o meu noivo não me deixou o responder, da mesma forma que entrou em meu quarto saiu, rápido e sem mais explicações.

Céus, eu ia mesmo o beijar!







Porra!

Porra!

PORRA!

Ele ia me beijar, ele ia mesmo me beijar!

Decidi não contar nada a Kenma, ao menos não por enquanto.

Ele com toda a certeza diria que eu estou alucinando e coisas do tipo, e afinal, eu não estou mesmo alucinando?

Não! Com certeza não.

O rosto dele estava aqui, pertinho de mim, quase colado!

Eu..

Eu preciso voltar a estudar! É isso, eu vou ocupar a minha mente com qualquer outra coisa que não seja.. ele.

O vento fresco batia em meu rosto aliviando ao menos um pouco da sensação de queimação que eu sentia em minhas bochechas, meu coração batia forte no peito e o desespero pareceu bem menor quando eu vi Akaashi sentado em banquinho entre as flores lendo totalmente alheio ao que acontecia comigo.

Talvez seja bom falar ao menos um pouco com ele, uma boa companhia no agora não seria tão ruim assim.

A minha família com toda a certeza estaria dormindo calmamente a este horário e eu não desejo os irritar com as minhas besteiras.

Me aproximei calmamente até parar a uns dez pasdos largos dele, tomei fôlego para o chamar, entretanto, algo me fez parar.

Uma coruja se aproximou pelas costas dele.

Corujas a este horário?

Ela era branquinha com algumas penas pretas.

Pousou no apoio de costas do banco antes de pular ao acento, Akaashi estendeu a mão que não segurava o livro em frente a seus olhos para o lado segurando o rosto daquele homem.

Espera, eu vi certo?

Aquela coruja virou um homem diante dos meus olhos ou eu ainda estou chapado de sono?

Não, não pode ser.

Aquele tipo de encantamento..

O homem platinado ficou em pé antes de se sentar, rodou um dos braços pelos ombros de Akaashi antes de segurar em seu queixo o virando para si, os seus lábios e tocaram.

ISSO TUDO DIANTE DOS MEUS OLHOS!

O Kenma só pode ter enfiado cogumelos na minha comida.




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