Capítulo 45 - Sobre o que eu tenho a dizer

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Após uma hora de voo, Roseanne já havia ouvido a mensagem de Lisa vinte vezes. Com os fones de ouvido e os olhos fechados, ela quase podia sentir Lisa ao seu lado. O peso de seu corpo descansando contra ela. O calor de sua respiração na concha de sua orelha. A suavidade de sua mão deslizando na dela.


"Oi", a voz gravada de Lisa estava cercada pelos sons de uma cidade. Um caminhão dando ré. Um carro buzinando. Alguém gritando ao longe.


Ela se perguntou onde Lisa estava. Queria poder imaginar exatamente como ela estava quando deixou a mensagem.


"Feliz aniversário."


Roseanne ouviu o sorriso em sua voz. Estava abafado e inseguro, como se Lisa não soubesse como sua saudação seria recebida. O fato de Lisa ter alguma dúvida abriu uma fenda no peito de Roseanne, ao mesmo tempo que a deixou mais certa de que estava fazendo a coisa certa.


"Eu só... eu acho... eu queria que você soubesse que estou pensando em você... que sinto sua falta."


Roseanne sentiu a curta mensagem em cada centímetro de seu corpo. Ela ouviu repetidas vezes, deixando encher seu peito até esticar e doer.


Eu também sinto sua falta, ela queria dizer. Mas com o sinto sua falta, veio o isso é uma loucura, então ela fechou os olhos com força suficiente para acender mil pequenos pontos brancos em sua visão.


Ela ouviu a mensagem novamente e se concentrou em cada sílaba, permitindo-se imaginar a maneira como os lábios de Lisa se moviam quando ela os pronunciava. Ela deixou a voz de Lisa penetrar em seus músculos tensos, estômago tenso e coração dolorido.


Graças à mudança de horário, ainda era início da tarde quando Roseanne desembarcou em Las Vegas. O deserto ondulante que cercava a cidade parecia maior e mais vazio do que há poucos dias.


Desta vez, Roseanne deixou as malas no porta-malas do carro alugado e foi direto para o cassino.


Conseguir o número do quarto de Zoe exigiu muito pouco esforço. Armada com o nome completo de Zoe e um arranjo de flores caro da loja de presentes do hotel, a mulher atrás da recepção não teve problemas em fornecer as informações de que precisava para entregar as rosas brancas.


Depois de presentear alguns aposentados canadenses com flores, Roseanne pegou o elevador até o último andar.


Durante meses, ela imaginou esse momento. Jogou isso em sua mente.


Praticou todas as coisas que diria quando finalmente confrontasse Frederic. Cada vez que ela imaginava isso, ela fervia de raiva. Ela estava liberando tudo o que havia reprimido.


Quando Zoe abriu a porta, Roseanne não sentiu nada do que esperava. Ela não sentia muita coisa, muito envolvida em ver as coisas como elas realmente eram.


"Diga a eles para simplesmente colocarem a mesa para dentro, babe." A voz de Frederic ecoou de algum lugar no fundo da suíte. "Estou quase pronto."

Amantes (ChaeLisa)Onde histórias criam vida. Descubra agora