Amantes (ChaeLisa)

Capítulo 12 - Energia

Munida com duas bebidas quentes e uma caixa cheia de doces, Lisa esperou Roseanne no saguão. Incapaz de dormir, ela parou de tentar perto do nascer do sol. No momento em que a hora se tornou razoável, ela saiu correndo do quarto e caminhou até a padaria no shopping do outro lado da rua.

Com boné de beisebol preto, moletom com capuz e jaqueta de couro, Lisa se sentiu melhor preparada para o dia. Quando ela pegou um vôo no dia anterior, ela não tinha ideia do que aconteceria. Agora, ela sabia que elas ficariam no depósito de Jihyo no andar de cima. Que ela usaria os binóculos que ela havia levado para o hotel durante a noite.

Que ela passaria o dia com Roseanne.

"O que é tudo isso?" Roseanne disse quando entrou no saguão. Com um boné azul escuro de algum time de baseball, e uma gola alta preta sob um casaco carvão, Roseanne parecia estar disfarçada. Mas ela não conseguia mudar sua energia. Ela ainda era a mulher do terno sob medida que voltava da corte e comandava a sala e todos os presentes.

Lisa riu enquanto se levantava de um sofá perto da recepção. "Parece que tivemos a mesma ideia." Ela apontou para seu boné semelhante antes de pendurar a bolsa no peito.

Os olhos de Roseanne, brilhantes como nozes polidas, fixaram-se nos copos e na caixa de doces na mesinha lateral. "O que é isso?"

"Em alguns lugares chamam isso de café da manhã", ela brincou.

Lisa entregou-lhe o mesmo café que ela havia pedido no dia anterior, sem explicar que se lembrava do adesivo na lateral da xícara. Em vez disso, ela se deleitou com o momento. Se deleitou em impressionar Roseanne.

"Não tinha certeza do que você gostaria de comer, então comprei um de cada." Lisa estufou o peito, com o efeito de deixar Roseanne sem palavras. De fazer com que suas maçãs do rosto salientes ficassem vermelhas.

Roseanne avaliou o copo de café antes que seu olhar flutuasse e encontrasse os olhos de Lisa. Ela olhou para ela pelo segundo mais longo já registrado no planeta Terra. Foi o olhar mais complicado que alguém já lhe deu. Lisa mal conseguia começar a decifrá-lo. Intriga. Curiosidade. Um lampejo de diversão.

"Obrigado." Roseanne levou a tampa de plástico preto do copo de café à boca.

Seus lábios sempre foram tão cheios? Sua pele é realmente tão lisa? Sua energia é sempre tão cativante?

Lisa engoliu em seco para devolver a umidade à boca. O ar seco a estava matando. "Eu teria te considerado o tipo que toma café preto, sem açúcar."

"Eu sou cheia de surpresas." O tom de Roseanne estava tão sério e prático como sempre foi, mas algo divertido brilhou em sua expressão.

E desapareceu antes que Lisa pudesse processá-lo.

"O dia nos espera." Roseanne dirigiu-se para a porta automática de vidro deslizante.

Lisa pegou sua xícara e a caixa de doces antes de seguir Roseanne para a manhã gelada. Ela culpou a dose de cafeína pelo coração acelerado. Ela deveria ter escolhido chá verde em vez de preto. Com o vento açoitando seu rosto, ela ficou grata porque a onda de calor interno ajudou a manter o frio longe de suas mãos e pescoço descobertos.