Capítulo 60 - O almoço

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Quando a névoa luxuriosa se dissipou, uma semana depois, Roseanne não conseguia se lembrar de como Lisa a convenceu a conhecer seus pais. Ela tinha uma vaga lembrança das posições inacreditáveis ​​​​em que Lisa poderia dobrar seu corpo, mas agora que o momento havia chegado, tudo o que ela conseguia sentir era pânico.


"Devíamos ir embora." Roseanne parou no meio do caminho da casa dos pais.


Lisa, vestida com um vestido branco que a fazia parecer angelical, virou-se para olhar para ela. Com uma mão na testa para bloquear o sol, apesar dos óculos escuros, e a outra enrolada em um extravagante vaso de orquídea, ela balançou a cabeça. "Agora é tarde demais. Vamos."


Roseanne se enfiou no caminho de pedras de coral. "Você vai perceber o quão horrível ela é, decidir que não quer ter nada a ver com essa bagunça, e me largar."


Lisa respondeu com um sorriso inabalável. "Eu prometo. Mesmo que ela me chame de Jezebel imoral e me expulse da casa dela, não vou culpar você. Você já me contou todas as maneiras terríveis em que isso pode se desenrolar, ok? A ideia foi minha. Eu quero fazer isso. Eu não vou terminar com você ", ela repetiu as falas que vinha dizendo durante toda a manhã e início da tarde.


"Ela pode ser ainda pior do que descrevi", insistiu Roseanne.


"E vou levar isso com calma também." Ela estendeu sua mão. "Ter medo de algo é sempre mil vezes mais doloroso do que experimentá-lo. Sua mente sempre imagina o pior cenário possível, e nunca é tão ruim."


"Você ainda não teve o desprazer de conhecer minha mãe," Roseanne resmungou antes de pegar a mão de Lisa e deixar ela arrastá-la até a porta da frente como uma criança relutante.


À sombra da varanda, Lisa tirou os óculos escuros, os olhos quase dourados na tarde brutalmente quente de verão. Ela firmou os olhos em Roseanne como uma espiral hipnótica giratória.


No calor reconfortante do olhar de Lisa, Roseanne se acalmou. "Você finge ser honrada, mas joga sujo, Manoban."


Ela sorriu e apertou a campainha. "Eu jogo para vencer, Park."


O oásis da presença calmante de Lisa foi arrebatado pelo som da porta da frente sendo aberta. "Lisa!" O pai dela disse isso como se estivesse se reencontrando com uma velha amiga. "Bem-vinda."


"Lisa, este é meu pai, Mason." Roseanne ainda os estava apresentando quando seu pai saiu e cumprimentou Lisa com um abraço.


Depois que seu pai soltou Lisa e sinalizou para elas entrarem, Lisa olhou para Roseanne como se ela estivesse exagerando. Era impossível não sentir pena de sua ignorância.


"Clare, as meninas estão aqui para almoçar!" ele gritou do hall de entrada para o segundo andar.


Sua mãe deixou os três parados desajeitadamente na entrada pelo que pareceu um mês. Cada segundo que passava tornava mais difícil para Roseanne lembrar-se de abrir a mandíbula. Parar de dilatar as narinas. Respirar.

Amantes (ChaeLisa)Onde histórias criam vida. Descubra agora