Capítulo sete

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Ao chegar em casa, sou recebida com a notícia de que meu pai, precisará viajar por três dias para resolver questões relacionadas à posse. Surpreendentemente, eu encontro um lampejo de otimismo ao perceber que ficaria sozinha em casa durante a viagem do meu pai.

Que dia o senhor vai? — O observo colocar algumas coisas de higiene pessoal dentro de sua mala, presumo que seja em breve.

Virão me buscar daqui quatro horas. — Faço as contas mentalmente e percebo que ele sairia por volta das 19 horas. Talvez seja a chance perfeita para sair um pouco. Quem sabe eu consiga convencer o Tom a me levar a uma festa, ou algo do tipo. 

Ah, sim! Boa viagem. — Deixo um sorriso escapar ao imaginar as possibilidades de todas as coisas que eu poderia fazer. Penso em estratégias para persuadir Tom e, ao mesmo tempo, aproveitar a chance de sair da rotina. A quietude do ambiente contrasta com a empolgação que eu sinto.

Com a partida do meu pai, a casa assume um silêncio ainda mais palpável. Eu, agora na companhia de Tom, aproveito o meu tempo para orquestrar meus planos de convence-lo a me levar a uma festa. O vazio da residência reflete a ausência que tanto enfrento, mas também cria espaço para novas e desafiadoras possibilidades.

Saio a procura do mesmo pela casa, vejo que ele está fumando um cigarro enquanto está no telefone novamente, será que era com seu irmão de novo? Tenho curiosidade em saber mais sobre a família de Tom, ele parece ser tão sozinho.

Fica tranquilo, nos veremos em breve. Vai dar tudo certo, eu prometo. — Pigarreio e percebo o mesmo tomar um leve susto. — Preciso desligar, depois falo contigo.

Oi, Tom! A noite está linda, não é? — Me direciono ao seu lado, roubando o cigarro da mão do mesmo. Vejo sua mandíbula se tornar mais proeminente, e sua postura rígida se fazer presente mais uma vez. 

Oi, Olívia. Qualquer que seja sua proposta, a resposta é não! — Não me dou por vencida, e decido partir para as provocações.

Nem se a proposta for sobre você e eu tomarmos um banho naquela banheira gigante do quarto do meu pai? — Não consigo evitar olhar para seus olhos marcantes, percebo que suas feições haviam perdido qualquer resquício de calmaria. Tento devolver o cigarro que peguei, penso em colocá-lo de volta na boca de Tom, mas sua mão agarra meu pulso, fazendo assim ele mesmo retirar o cigarro da minha mão.

Já disse, senhorita Olívia. Você não faz o meu tipo. — Sorrio com a resposta, volto a minha atenção para a rua movimentada e barulhenta.

Estava falando com seu irmão de novo? — Decido quebrar o silêncio mas sem tirar meus olhos da rua.

Sim. — Ele não dava abertura nenhuma pra qualquer tipo de conversa, isso me irritava um pouco.

Por que não o chama aqui para vir te visitar? — Percebo que o mesmo me olha dando um sorriso fraco.

Seria muita gentileza sua, Olívia. — Fico satisfeita em saber que ele tinha ciência que poderia contar comigo se quisesse passar um tempo com seu irmão.

Aonde ele mora? — Pergunto curiosa.

Não muito longe daqui. — Me fale o nome dele, o que ele faz da vida, por favor, Tom, converse comigo.

Qual o nome dele? — Ele hesita um pouco em falar, o vejo abrindo a boca e desistindo de dizer umas quatro vezes. Volto minha atenção para a rua movimentada perdendo qualquer esperança dessa conversa se estender.

Bill. Olha, Olívia, não tem nada pra fazer? Pare de me perturbar, sei que está apaixonada por mim, mas preciso de espaço. — Solto uma gargalha sincera.

Tudo bem, vou arranjar algo pra fazer. Acho que vou tomar um banho na banheira do meu pai, deixarei a porta aberta caso queira me acompanhar. — Brinco (ou não.)

The Hell On Earth - Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora