Capítulo onze

50 13 5
                                    

Observei Tom pegar no sono, Meus olhos percorreram cada linha suave do rosto dele, enquanto os pensamentos turbilhonavam em minha cabeça. Em um gesto de ternura e vulnerabilidade, Tom decidiu cuidadosamente se acomodar em meu colo. Enxerguei a fragilidade e a humanidade nele, apesar das complexidades que o cercava.

Com cuidado, acariciei os cabelos de Tom, admirando a expressão tranquila que ele exibia enquanto mergulhava nos sonhos. A brisa noturna sussurrava suavemente, como se fosse uma cúmplice da delicadeza daquele momento.

Eu olhava para Tom, desejando poder oferecer a ele a paz que sua presença representava. Mas, ao mesmo tempo, sabia que o confronto iminente poderia alterar o sentido de tudo. A incerteza do que viria a seguir se fazia mais do que, me perguntava se seria capaz de guiar Tom em segurança através da tempestade que se aproximava.

Enquanto eu permanecia fazendo carinho em Tom, a exaustão finalmente me envolveu, me levando a pegar no sono ao lado dele. O silêncio da noite tornou tudo um pouco mais tranquilo.

Alguns momentos depois, despertei com o chamado desesperado de Bill. Meu coração disparou ao perceber o pânico em sua voz.

Tem gente aqui, rápido, acordem! — Bill suplicava nervoso.

Você viu alguém? Era o pai dela? — Senti o tempo parar.

Não sei, Tom, mas ouvi passos e não eram normais. Rápido, precisamos fazer algo, antes que seja tarde demais. — Bill era diferente de Tom, ele exalava medo, enquanto Tom, o mais puro e genuíno ódio.

Parece que a festa está prestes a começar. Espero que estejam preparados para as consequências — Era ele. Caralho. A voz ecoou pelo ambiente, a presença do meu pai somada às suas palavras, lançou um desafio à coragem de Tom e Bill, criando um clima ainda mais pesado.

Com uma determinação intensa, Tom ajustou sua arma, garantindo que estivesse pronta para enfrentar o meu pai. A expressão decidida em seu rosto indicava que ele estava disposto a enfrentar qualquer ameaça. — Eu estava desesperada.

Tom, você precisa fugir com Bill agora. Eu pedi para meu pai trazer mais pessoas. Se você ficar, não escapará. Por favor, vá antes que seja tarde demais. — Segurei seu braço com urgência.

Você pediu o que? Você me traiu, Olivia! Pensei que estávamos juntos nisso. Você não entende o que ele fez, e agora, você quer que eu fuja? Você é uma traidora filha da puta. — Minha atitude incendiou uma chama de raiva intensa em Tom. Seus olhos refletiam uma mistura de decepção e fúria.

Tom... Por favor, você precisa entender, ele é meu pai. — Eu já estava me afogando em lágrimas novamente.

Vá se foder sua vadia! Bill, você precisa fugir agora. Eu vou enfrentar esse desgraçado. Se for preciso, estou disposto a enfrentar as consequências, mesmo que isso signifique colocar minha vida em risco. Vá, encontre um lugar seguro. — Ele dizia segurando o rosto de seu irmão.

Tom, não posso deixar você encarar isso sozinho. Você é tudo o que eu tenho. — Ele já estava se desmanchando em lágrimas.

Não estou pedindo, estou ordenando. Esta é uma escolha que faço. Se há algo que devo enfrentar, quero que você esteja a salvo. Não se preocupe comigo, vá agora. — Bill, afastando-se do local conforme as ordens de Tom, não conseguiu conter a avalanche de emoções que o dominava. Lágrimas escaparam de seus olhos, misturando-se com a angústia que pesava em seu coração.

Tom, eu amo você, mais do que qualquer coisa. Não importa o que aconteça, vou até o inferno e além por isso. Vamos nos reencontrar, eu prometo. — Correu para que pudesse dar um abraço apertado em seu irmão.

Eu te amo, Bill Kaulitz. Não importa o que aconteça, nos reencontraremos do outro lado disso tudo. Agora vá. — Bill, com os ombros curvados sob o peso emocional da situação, afastou-se lentamente. Cada passo carregava uma carga de resignação diante do desconhecido que o aguardava. Enquanto Bill se distanciava, a paisagem noturna envolvia-o, transformando-o em uma figura solitária que se aventurava no desconhecido, deixando para trás um rastro de irmandade e um compromisso inquebrável. 

Tom, com olhos frios e ferventes no ódio, virou-se para mim com uma expressão demoníaca.

Você vem comigo, sua puta. — Ao ser confrontada por Tom, senti um calafrio percorrer a minha espinha, misturando-se ao medo que crescia dentro de mim.

Tom avançou em direção ao meu pai, a raiva pulsando em cada passo. Quando se encontraram, a ambiente se tornou pesado com o peso de anos de ressentimento.

Você pode tentar justificar seus atos o quanto quiser, mas isso não apaga o mal que causou. Chegou o momento de acertar as contas. — Disse tom enquanto cerrava os punhos, apontando a sua arma para minha cabeça logo em seguida.

Tom, você parece bem agitado. Preocupante, não acha? Talvez seja hora de considerar que tudo isso está na sua cabeça. Talvez você seja o verdadeiro problema aqui. — Meu pai não parecia nem um pouco preocupado com o fato de ter a porra de uma arma apontada para minha cabeça.

Eu sei o que você fez, e não vou deixar que manipule a verdade. Suas artimanhas não vão funcionar. Chegou a hora de pagar por seus crimes. — Sua determinação em buscar justiça permanecia inabalável.

Enquanto Tom, com olhos decididos, estava prestes a a atirar em meu pai, homens encapuzadas emergiram silenciosamente, o agarrando por trás com força. Tom, surpreendido, tentou resistir, mas a força combinada dos homens encapuzados o dominou, impedindo-o de fazer o que estava prestes a fazer.

Por favor, pai, não faça nada com Tom. Eu sei que as coisas estão complicadas, mas eu acredito que podemos resolver isso de uma maneira diferente. — Com lágrimas nos olhos, implorei ao meu pai para não tomar nenhuma ação precipitada contra Tom.

Olívia, minha querida. Há coisas que você não compreende completamente. Este homem... ele é uma ameaça. Eu preciso proteger você, nossa família. A levem embora, por favor. — A minha súplica carregava a esperança de uma solução pacífica.

Não, pai, vamos embora, por favor! — Eu não queria que nada de ruim acontecesse a Tom.

Cale a boca! Me obedeça Olívia. — Os homens encapuzados prontamente o obedeceram, me levando para longe.

Tom's Pov

Vadia.

Piranha.

Desgraçada.

Burra.

Tudo deu errado por culpa dela. Espero que sofra pelo resto da vida.

Você acha que pode entrar aqui e mudar tudo? Suas intenções podem ser nobres, mas há muito mais em jogo do que você compreende. — Disse Klaus. Infeliz, eu poderia arrancar seus olhos com minhas próprias mãos agora.

Eu só quero justiça. — Era a única coisa que eu conseguia falar. Eu estava cego de ódio.

Pobre rapaz, você é um merda! Nada do que você tentar fazer, vai me prejudicar. Entenda isso, Tom. Você. Nunca. Irá. Vencer. — Klaus dizia debochando da situação.

Me mate logo então, porra! — Klaus caiu na gargalhada, de forma bem esquisita.

Tom, não tem necessidade. Para onde irei te mandar, você mesmo fará isso por mim, aproveite a estadia. — Saiu andando, como se nada tivesse acontecido, me deixando nas mãos de mais de dez homens, eu não fazia ideia pra onde iria agora, mas ele não venceria essa guerra.

The Hell On Earth - Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora