Capítulo dezenove

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Olivia's Pov

Eu estava mergulhada na dor do luto e na espiral de culpa, me senti completamente despedaçada. As lágrimas corriam por meu rosto sem controle, um soluço angustiado escapava de meus lábios enquanto eu me via imersa em um inferno sem fim. Cada respiração era um esforço, cada batida do coração ecoava o peso do arrependimento e da tristeza profunda que me consumia.

Eu me culpava por não ter sido capaz de proteger Tom, por ter agido impulsivamente e, agora, por ter causado sua morte. A sensação de perda era avassaladora, como se uma parte de mim mesma tivesse sido arrancada para sempre. Eu me afundei em um mar de arrependimento, sem encontrar consolo ou paz em lugar algum.

Impulsionada por uma mistura de dor e raiva, invadi o escritório de meu pai. Segurando firmemente um martelo, eu canalizei toda a frustração em cada golpe que desferia nos objetos ao meu redor.

Cada pancada era um grito silencioso de rebelião contra a injustiça que assombrava minha vida, uma tentativa desesperada de encontrar alívio na destruição.

Klaus, ao entrar no escritório, deparava-se com o caos desencadeado por mim. Os destroços dos objetos quebrados espalhavam-se pelo chão, testemunhas mudas da fúria que eu havia liberado. O meu olhar, marcado por uma mistura de dor e revolta, encontrava-se com o dele, e por um breve momento, o escritório tornava-se palco de um confronto silencioso.

Você acha que pode controlar tudo, não é? Mas eu não serei mais uma peça no seu jogo sujo! Você vai pagar por cada vida que destruiu! — Com os olhos marejados e o rosto contorcido pela raiva, encarei meu pai enquanto segurava o martelo.

Você está completamente fora de si! Eu não admitirei esse comportamento em minha casa! — Ele gritou raivoso.

Sua casa? Essa nunca foi uma casa de verdade. Você transformou isso em um inferno para todos nós! Você é um monstro, um assassino! — Eu estava envolta na fúria.

Tomada pela fúria e pelo desejo de justiça, eu lançava os vasos de vidro em direção a ele, transformando a sala em um campo de batalha.

Você merece todo o sofrimento que está por vir! Suas mentiras acabaram! — Os cacos de vidro ecoavam pelos cantos do escritório, finalmente o acertando.

Você enlouqueceu de vez, sua desgraçada! Você é uma ingrata. Eu te dei tudo. — A raiva dele era palpável, sua voz ecoava pela sala em meio à confusão dos estilhaços.

Você destruiu minha vida! Manipulou, mentiu, destruiu minha família! Você matou minha mãe com suas mentiras! — Ele avança na minha direção, com um olhar ameaçador, enquanto eu recuo, segurando o martelo com firmeza.

Ah, querida, você acha mesmo que sua mãe tiraria a própria vida? Não, não foi um suicídio. Fui eu que a tirei desse mundo. Um pequeno presente pela sua desobediência. — Ele diz com um olhar maligno.

Como você pode fazer algo tão horrível? — Pergunto com a voz falha.

Sua mãe era apenas uma diversão temporária, querida. Uma prostituta barata que me serviu por um tempo. Mas virou uma ameaça, então cuidar de você foi um favor. Você devia me agradecer por isso. — Ele sorriu.

Você pode ter tirado a vida da minha mãe, mas eu juro por tudo que é mais sagrado que vou fazer de tudo para que você pague por isso. Eu não vou descansar até ver você atrás das grades, onde pertence. Você não vai escapar impune, eu prometo. — Eu o encarava.

Você acha que vai conseguir algo, garotinha? Você é apenas uma frágil peça em meu jogo. Nada que faça vai me afetar. Aproveite seus delírios de justiça, porque a realidade é muito diferente. — Ele gargalha com desdém.

The Hell On Earth - Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora