Capítulo vinte

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Tom's pov

Os corredores silenciosos ecoavam com meus passos, e a tarefa de limpar a cozinha parecia mais uma imposição do que uma simples obrigação.

O cheiro remanescente das refeições deixava um rastro no ar, e a necessidade de escapar dessa rotina maçante começava a crescer dentro de mim.

Enquanto limpava a cozinha, meu olhar se fixou na tubulação de gás. Uma ideia começou a se formar, um lampejo de possibilidade que se acendeu, alimentando a coragem necessária para arriscar tudo em busca da liberdade.

O guarda estava me olhando desconfiado. Eu estava demorando mais do que o normal, eu precisava arranjar uma maneira de tirar ele daqui.

Você está aqui para trabalhar, não para enrolar! — O homem disse enquanto arrastava uma das cadeiras para se sentar.

Então me deixe em paz, você está me atrapalhando. — Já estava de saco cheio dessa porra.

Não quero desculpas, quero resultados. — Ele se levantou batendo as duas mãos na mesa. Patético.

Se você está tão ansioso por resultados, sugiro que vá limpar você mesmo. Eu tenho o meu próprio ritmo. — Respondi sem ao menos olhar para ele.

Enquanto o guarda continuava a insistir, um alarme de emergência soou repentinamente, fazendo-o sair às pressas para atender à situação. Aproveitando a oportunidade, já que ele deixou o cassetete em cima da mesa ao sair.

Com o cassetete nas mãos, desferi golpes fortes na tubulação de gás. Cada pancada era uma mistura de desespero. O som metálico ecoava na cozinha enquanto eu continuava a golpear, até finalmente ouvir o estalo da tubulação cedendo.

Escondi-me atrás de uma mesa no canto do refeitório, consciente de que isso poderia colocar minha vida em perigo. A respiração acelerada denunciava a tensão enquanto eu pesava as consequências.

No entanto, sabia que essa era a única maneira de escapar do que me aprisionava.

Tiro o isqueiro que roubei do guarda sem que ele percebesse do bolso, e joguei em direção ao vazamento de gás.

Então ouço um estrondo.

Um estrondo ensurdecedor que fez o chão tremer e o céu se iluminar em uma fracção de segundo.

Meio tonto pela fumaça da explosão, corri desesperadamente em direção ao meio do mato. Meus passos eram hesitantes, e minha visão turva dificultava tudo.

Cambaleando a cada passo, avancei até sentir que estava longe o suficiente. Então, me joguei no chão, procurando desesperadamente por oxigênio.

Cada respiração era um esforço, mas ao mesmo tempo, um alívio palpável tomava conta de mim.

Enquanto me recuperava no chão, um riso nervoso escapou dos meus lábios, transformando-se em uma risada solitária. "Isso ainda não acabou. Na verdade, está apenas começando". — Murmurei para mim mesmo enquanto me reerguia do chão.

Uma determinação feroz tomou conta de mim, alimentando a chama da minha vingança contra aqueles que tentaram me aprisionar.

Cada passo que eu dava em direção à liberdade era também um passo em direção ao início de uma nova jornada, onde eu seria o mestre do meu próprio destino.

Caminhei até a minha casa, onde morava com Bill, meu irmão gêmeo, e Peter, meu pai. Ao bater na porta, pude ouvir vozes vindas de dentro, sintonizadas no noticiário. O coração acelerou quando percebi que eles acreditavam que eu estava morto.

Ao bater na porta, Bill abre-a, e seus olhos se arregalam de surpresa ao me ver.

Tom? eu pensei que você estivesse morto... — Antes que eu pudesse responder, ele me puxa para um abraço apertado, despejando toda angústia que sentiu alguns minutos atrás em forma de lágrimas em meu ombro.

Sim, estou. Eu sou o fantasma que voltou para assombrar vocês. — Sinto um soco no braço. Peter, meu pai, aproximou-se, ainda atordoado, e abraçou-me com força.

Tom, meu menino, pensei que tinha perdido você para sempre. — Ele disse emocionado. — Venha para dentro, precisamos conversar. Tem muita coisa que eu quero saber.

Tomei um banho quente, coloquei roupas confortáveis e tive a oportunidade de contar tudo que aconteceu comigo para minha família. Expliquei que precisávamos arranjar um outro lugar para morarmos, mas fui interrompido. Bill me estendeu o celular, havia uma mensagem de Olívia.

"Bill, ele me pegou. Não sei o que ele vai fazer. Por favor, me ajude. Preciso de você."

"Minha Afrodite, vou encontrá-la, onde quer que esteja." — A respondo. Ela saberia que sou eu.

Klaus, eu vou caçá-lo até os confins da Terra, e quando eu encontrar você, a sua vida será um inferno. Você despertou uma fúria que nem mesmo o inferno será capaz de conter.



Estejam preparadas, que no próximo já começa a segunda temporada <3

The Hell On Earth - Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora