Capítulo seis

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Enquanto me acomodo na cama, lembro que no dia seguinte preciso ir ao shopping comprar uma roupa para a posse da presidência do meu pai. Por fim, reflito sobre o inesperado suporte emocional recebido. Me sentindo agradecida, fecho os olhos, permitindo que as palavras e o abraço de Tom ecoem em minha mente, trazendo uma sensação reconfortante antes de mergulhar de volta no sono.

Na manhã seguinte, desperto, tomo um banho revigorante e me encaminho para a cozinha para tomar café da manhã. Vejo que Tom está tomando quase que um balde de café preto. Apostaria 50 euros que é sem açúcar.

Bom dia! — Sou ignorada pelo rapaz que continua lendo seu livro. Pigarreio tentando chamar sua atenção, e sou ignorada novamente. A súbita frieza de Tom me deixa surpresa, fico questionando o que pode ter causado essa mudança repentina em sua interação.

Vou preparar meu achocolatado e percebo Tom me encarar com uma feição de julgamento, parecia que ele estava enxergando todos os meus pecados de uma vez só. Faço um sinal com a cabeça indicando dúvida por essa atitude dele, e o mesmo começa a me olhar de cima a baixo.

O que foi, porra? Perdeu alguma coisa? — O vejo rir enquanto volta sua atenção pro livro. Que garoto esquisito.

Assim que termino, sento de frente pra ele, e fico em completo silêncio tomando meu achocolatado enquanto encaro Tom para que ele se sinta desconfortável. Deu certo.

Posso ajudar? — Ele pergunta sem ao menos tirar os olhos de seu livro.

Por que está me ignorando? Aconteceu alguma coisa?— Na noite anterior até abraço ele me deu, e pela manhã nem ao menos um bom dia? Que horror!

Apenas cumprindo meu dever, Olívia. Nada mais. — Ele parecia evitar olhar pra mim, será que ele estava com vergonha de ontem? Antes que eu pudesse perguntar qualquer coisa, vejo meu pai com a mesma roupa de ontem e com uma ressaca horrível, se juntar a nós.

Bom dia, meu amor! Por que foi embora da festa ontem? — Mal conseguia colocar a café na xícara de tão mal que ele estava, coitado. Dei sorte de não ficar tão mal por conta do vinho ontem.

Bom dia, pai! Tom estava com diarreia, me implorou para virmos pra casa. — Vejo o garoto se engasgar com seu café, eu acho que se ele tivesse oportunidade me mataria ali mesmo.

Ah... Está melhor, Tom? Quando for assim, pode usar o banheiro do salão, não tem problema. — Vejo Tom se tornar um pimentão de tanta vergonha. Estou segurando meu riso com todas as forças que tenho.

Estou, obrigado, senhor Finkler. — Meu pai assente e logo volta sua atenção para mim. Não sei se Tom quer cometer um homicídio ou suicídio.

Filha, minha posse é na semana que vem, pede Tom para que te leve ao shopping para que você compre um novo vestido. Precisa estar deslumbrante. — Assinto e o vejo dar um gole rápido em seu café e voltar para o quarto sem ao menos se despedir.

Diarréia? Qual seu problema? Isso tudo é por que eu não tô afim de suprir sua carência paterna? — Eu não acredito que ele está usando esse assunto pra me atingir.

Vá se foder, seu escroto! — Saio da mesa com certa ignorância, deixando Tom sozinho. Fico magoada pela mudança de atitude dele, volto para o quarto, alimentando uma mistura de raiva e confusão.

O que aconteceu com ele? Não mereço ser tratada assim. — Diante da frustração, sinto lágrimas brotarem. No entanto, em meio à isso, prometo a mim mesma que o responderei da mesma forma fria. Não vou deixar que a atitude dele me afete. Se é assim que ele quer, vou tratá-lo da mesma maneira.

Algumas horas se passam, e Tom bate na porta do meu quarto, me lembrando que teríamos que ir ao shopping comprar a roupa para a posse.

Vamos? — Respondo de maneira seca, mantendo a postura defensiva.

The Hell On Earth - Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora