Capítulo 27

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"Você é uma admissão dos meus pecados mais fantasiosos." - Autora.
   

Amon

   Eles a torturaram. Machucaram-a.

   Eu quero os ver em ruínas e ainda não será o suficiente para estancar minha fúria.  Selentys será resumida a nada se tiverem deixado qualquer dor nela.

   Melina definitivamente não merece estar no meio dessa guerra, mas a culpa é toda minha. Eu a coloquei aqui. E sei o quanto é egoísta, mas ainda a quero para mim. Dessa vez para honrá-la como rainha dos pecadores.

    Os muros de Selentys são fracos, suas paredes logo foram derrubadas e caminhar por suas ruas parece a maior das nostalgias. O piso de mármore branco com seus símbolos de guerra são esculpidos permanentemente. As casas longas com fins invisíveis. A mais perfeita das obras, tenho que admitir mesmo depois de tanto tempo.

   Caminho pelas ruas com meus demônios ao meu lado. Todos em Selentys sabem quem sou, mesmo que no mundo humano não passe de uma lenda esquecida.

  As pessoas me olham com descrença, crianças correm para trás de seus pais, confirmando a boa fama me deram por aqui. Reviro os olhos.

   Não há soldados tentando impedir nossa passagem, nenhum maldito anjo sequer. O que me faz questionar se estão esperando por nós, para que possam nos atacar desprevenidos. Mas isso não ocorrerá. Os cinco não colocaram o bem-estar dos selentiles em risco, muito menos com tantos demônios por perto.

   Caminhamos até a entrada do palácio Celestial. Suas paredes são divididas em seus cores por fora, a mais predominante em vermelho.

   Passo pelas longas escadarias.

   — Podemos atacar? — Djorn fala ao meu lado. Ele é um dos melhores demônios do meu exército, mesmo que prefira permanecer na luxúria.

   — Não! Não vamos machucar ninguém se eles me entregarem ela. — Brando.

   — Acha que eles farão isso?

   — Não. — Balanço minhas mãos para abrir o longo portão. — Então terei que tomá-la deles.

[...]

    Melina

    Agnes olha para mim com mais do que fúria. Ele está com raiva, com fome de vingança. Seus problemas com Amon estão o possuindo, e tenho certeza que se eles se encontrarem será o fim de um dos dois.

    Ele não matará Amon de verdade, não importa o que eu tenha que fazer para impedir.

   Ele entra e bate a porta atrás de si.

   — Eu não conseguia entender o que ele vê em você, ainda não consigo, para ser sincero. — Ele dá alguns passos a frente. — O que uma humana tem de tão especial para um Deus destruir um reino inteiro apenas para mandar um aviso?

   Meus olhos se arregalam.

    — Diga-me, Melina, o que tem de especial em você? — Ele cospe as palavras. — Porque tudo o que vejo é uma humana estúpida que abriu as pernas para o Deus errado.

    Dou passos para trás.

    — Ele não quer que você seja machucada. — Ele me alcança. Suas mãos agarram meus cabelos. — Não posso machucar você?

    — Por favor... — Imploro segurando seu agarre.

     — Ele matou milhares de famílias, tudo por sua causa. Se senti especial? Boa o suficiente? — Sua outra mão agarra meu queixo. Aperto o punhal em minha mão. — Eu vou machucar cada parte de você, para termos alguma justiça em nome dos feridos inocentes.

Inocente PecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora