Estávamos felizes com os preparativos para a chegada do Nick, tudo perfeito, até aquele dia...

O dia em que estávamos tentando adiar a meses, o dia em que a guerra aconteceria. Naquela manhã o céu estava escuro, as janelas batiam com o vento forte e Mattheo já sentia o que estava por vir.

Olhava a paisagem escura lá fora até um objeto vir em alta velocidade em minha direção, me obrigando a se virar para não ser atingida. A perfuração em minha parede era clássica de uma besta.

Corro para o andar de baixo, atrás de Mattheo.

- Precisamos ir! Eles nos acharam.

Nos direcionamos a onde tudo começou, o primeiro trem para Hogwarts. Os corredores vazios iluminados pela lua pareciam três vezes maiores enquanto corríamos para o salão principal.

- Hope! - a voz de Dumbledore ecoou.

- Dumbledore! - me viro ao ver seu rosto cansado.

Sua imagem me fez sentir saudade do tempo passado aqui, seus olhos compreensivos acompanham seu sorriso ao ver minha barriga levemente maior.

- Proteja-o, ele é o rei.

Sua última palavra se solta antes de ser atingido por um feitiço, seu corpo cai como pedra no chão, nos dando a visão de quem o atingiu por trás.

- Nãooo! - meus olhos se enchem ao ver a cena.

- Essa criança é minha! - Voldemort caminha por cima do corpo de Dumbledore, como se fosse terra em seus pés.

- Vamos! - Mattheo me puxa, me tirando daquele transe.

Corremos até o salão principal, onde alguns alunos gritavam de medo, professores apavorados e todos confusos. Em um passo rápido, Mattheo separa nossas mãos.

- Desculpa. - seus braços me empurram para dentro, nos separando.

A porta se fecha, mas ainda estamos separados, Mattheo ficou do lado de fora, enfrentando seu pai, isso não pode estar acontecendo, acabei de ver o diretor ser morto como se não fosse nada, e agora o amor da minha vida está prestes a ter o mesmo destino.

- Hope? Você tá bem? - Draco me puxa pelo braço.

- Me ajude a sair daqui e estarei. - enquanto dizia aquelas palavras, seu olhar desce para minha barriga.

- Você tá...

- Grávida? Sim, surpresa! - as palavras se misturam ao sair.

Em um canto da sala, me lembro das palavras de meu pai, tatuada em sua costela, onde somente eu e minha mãe sabíamos da existência.

"Terá armas no castelo, mas somente feitiços importarão"

A mesa da grifinoria se localizava no canto da sala, e as assinaturas de Siriús e Lupin estavam na ponta esquerda. Me sento onde meu pai se sentaria, me viro para a parede, a chutando, o tijolo rapidamente se transforma em pó, onde puxo uma espada do tamanho de uma varinha, sua ponta era tão afiada quanto a uma agulha, e eu seu corpo, estava escrito "Black needle".

- O legado Black tem os seus segredos. - comento com Draco ao me levantar.

Algo me lembra da última frase de Dumbledore, o que me faz tentar desvenda-la antes de dar o primeiro passo.

- Draco, você sabe algo sobre alguma lenda de Rei? - pergunto.

- Só a do Rei Black. - ele responde.

- Me conta, rápido. - me sento curiosa.

- A Lenda diz que a séculos atrás a bela moça foi prometida ao homem de coração podre, mas a maldade do legado corroeu tanto o coração do homem, que o destinou matar a esposa e o filho quando a criança nascesse, e ao olhar nos olhos da bela moça com a faca cravada em seu coração, ela declarou que o amava, o que o fez perceber que poderia ter sido diferente, dizem que a criança criada pelo homem herdou o coração podre do pai, o tornando a pessoa mais cruel já vista, assim que aprendeu a lutar, matou seu próprio pai, com a mesma facada no peito dada em sua mãe o dando a última visão de seus olhos, tão pretos que davam medo em todos, e o mesmo dominou o mundo, tornando o Rei Black.

Legacies | Mattheo RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora