Cᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ 7.

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Há telas rasgadas no chão do meu quarto, manchas de tinta nas paredes e uma cama bagunçada

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Há telas rasgadas no chão do meu quarto, manchas de tinta nas paredes e uma cama bagunçada. E há uma garota sentada no chão e escorada na cama, chorando de tanta raiva. Sou eu. Faz dias que não consigo me concentrar direito para pintar. Faz dias que a culpa me devora e me faz explodir. É aterrorizante como consigo sentir como se Cowllyn ainda me tocasse, mesmo fazendo semanas desde que isso aconteceu.

Nolan chegou mais cedo aqui em casa hoje e sem avisar, então, quando viu a bagunça que meu quarto se encontrava e viu meus olhos vermelhos, ficou extremamente preocupado.

- Meu Deus, Jennet! O que aconteceu aqui?

- Nada. Não se preocupa, está tudo bem. - digo, me sentando na cama, pois estou meio zonza. Nolan caminha até mim com uma cara de quem não se convenceu nem um pouco com o que eu disse. Ele senta-se ao meu lado na cama e põe o braço ao redor do meu ombro.

- Tem certeza que você está bem? Essas telas rasgadas, essas tintas nas paredes, a cama desajeitada e os seus olhos... Seus olhos não são de alguém que está bem, me desculpe.

Olho para ele e tento forçar um sorriso que passe sensação de conforto.

- Estou bem... - minto.

𝑁𝑎̃𝑜 𝑒𝑠𝑡𝑜𝑢 𝑏𝑒𝑚. 𝐴𝑖𝑛𝑑𝑎 𝑡𝑒𝑛ℎ𝑜 𝑎 𝑛𝑖𝑡𝑖𝑑𝑎 𝑠𝑒𝑛𝑠𝑎𝑐̧𝑎̃𝑜 𝑑𝑎𝑠 𝑚𝑎̃𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑢𝑚 ℎ𝑜𝑚𝑒𝑚 𝑞𝑢𝑒 𝑚𝑎𝑙 𝑐𝑜𝑛ℎ𝑒𝑐̧𝑜 𝑡𝑜𝑐𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑚𝑒𝑢 𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜. 𝐼𝑠𝑠𝑜 𝑛𝑎̃𝑜 𝑒́ 𝑡𝑎̃𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑓𝑜𝑟𝑡𝑎́𝑣𝑒𝑙 𝑎 𝑙𝑜𝑛𝑔𝑜 𝑝𝑟𝑎𝑧𝑜, 𝑁𝑜𝑙𝑎𝑛.

- Não vou insistir então. Mas... Se precisar desabafar, fala pra mim, tá bom?

Seus olhos se apresentam tão carinhosos quando diz isso, que me sinto plenamente feliz em saber que tenho ele para me ajudar nos momentos ruins... Mesmo que eu, por motivos óbvios, não me sinta confortável de falar sobre isso com alguém.

- Tá bom. - essa é minha curta e significativa resposta.

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- O Alan falou que volta de Nebraska mês que vem, ele quer um lugar para ficar, mana... Eai? Como vamos fazer?

Estamos no carro. Eu e Késia. Ela dirigindo e eu no banco ao lado. No momento, estamos falando sobre nosso primo, Alan, que volta de Nebraska mês que vem. Ele vem de um lado meio problemático da nossa família, do mesmo lado que nossa mãe vem. Alan tem autismo leve, nada muito grave, mas, quando vem à cidade, nunca aluga um hotel ou coisa do tipo, sempre fica na casa de uma de nós. Em momentos comuns, eu permitiria que Alan ficasse comigo, mas estou com tantos problemas comigo mesma que acho que isto é inviável.

- Eu não posso deixar, Késia, me desculpa. Estou cheia de problemas, estressada. Não posso correr o risco de me estressar com o Alan.

Késia pressiona um pouco mais o volante e faz cara de insatisfação, para tentar esconder ela olha para a janela ao lado dela, afim de esconder a expressão. Mal sabe ela que percebi o seu: "𝑃𝑜𝑟𝑟𝑎! 𝐶𝑜𝑚𝑜 𝑣𝑜𝑢 𝑟𝑒𝑐𝑒𝑏𝑒𝑟 𝑜𝑠 𝑚𝑒𝑢𝑠 𝑛𝑎𝑚𝑜𝑟𝑎𝑑𝑖𝑛ℎ𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑚 𝑜 𝐴𝑙𝑎𝑛 𝑛𝑎 𝑚𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑐𝑎𝑠𝑎?" Chega a ser engraçado a sua preocupação com quantos vezes dá na semana.

𝚄𝚖 𝚁𝚘𝚖𝚊𝚗𝚌𝚎 𝙰𝚋𝚜𝚝𝚛𝚊𝚝𝚘Onde histórias criam vida. Descubra agora