Cᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ 21.

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- Com quantos anos você sonha em ter filhos?

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- Com quantos anos você sonha em ter filhos?

- Você já pensa em ter filhos? - Nolan pergunta, perplexo, até para de acariciar meu cabelo por um instante. Mas posso notar que não é pavor, pois tenho certeza que, se eu dissesse que quero ter um agora mesmo, ele aceitaria, mas não é esse o motivo da pergunta.

- Não, não! Agora não, claro. Não sou tão doida assim. Mas... É só uma curiosidade. Com quantos anos?

Nolan assente e parece pensar um pouco. Seus olhar viaja em pensamento enquanto escolhe bem as palavras que dirá na sequência. É fofo vê-lo se esforçar tanto para responder uma pergunta tão simples, porém, especial. Tenho certeza que ele pode notar no meu sorriso bobo que eu espero uma resposta positiva. Óbvio que não quero ser mãe agora, mas, se um dia for possível, quero que ele queira estar lá comigo para isso.

- Hum, amor, se eu fosse escolher uma idade para ser pai... Escolheria uns 34 anos.

- Por que?

- Porque eu acho que não estou maduro o suficiente ainda. Nem tenho um emprego, ganho dinheiro do governo por ser um viciado. E cá entre nós, as pessoas ficam mais equilibradas depois dos 30. Eu não sei se uma criança iria querer um pai como eu agora.

- Toda criança iria amar ter você como pai. E toda mulher ia amar ter você como namorado, mas, graças a Deus, essa sorte foi minha. - dou um beijo no meu ombro, em tom esnobe e ele ri.

- Eu acho tão fofo quando você diz essas coisas, sabia? Adoro teu jeitinho, já te falei isso antes?

- Mil vezes, mas pode falar de novo, não me canso.

- Que bom que não. - Ele inclina a cabeça e me beija delicadamente.

Quando o beijo termina, ele volta a acariciar meu cabelo. Estamos deitados na cama, colados um no outro. Agora ele está pensativo, em silêncio, olhando para o teto. Me pergunto se ainda está pensando na pergunta que fiz sobre ter filho. Encucada, pergunto:

- Você sabe que a pergunta não foi uma indireta, não é? Eu não faria isso.

Apressado, responde:

- Eu sei que não. É que... Sei lá, esse negócio de ser pai me deixa meio tenso.

- Ah, imagino os motivos... Por causa dele?

- Sim... Cara, eu posso até estar dias sem fumar, mas não deixo de ser um puta viciado em drogas pesadas. Tenho medo de ser um pai louco, daqueles que chega em casa gritando com o filho e a esposa e... Bom, ser igual meu pai.

Toda aquela tranquilidade na sua voz já não estava mais lá, pois deu lugar a um semblante vazio, atormentado, triste. Como estou perto do seu corpo, percebi que começou a suar e tremer... Realmente seu pai lhe traumatizou muito. Fico em silêncio por alguns segundos, pensando em como consola-lo, então, suspiro e falo:

- Você não é igual o teu pai, Nolan! Ele é uma pessoa e você é outra. Por acaso, você me acha igual à minha mãe?

- Eu não a conheci, mas... Imagino que não.

- Então! Também não conheci o teu pai, o mesmo que te expulsou de casa, mas te conheço muito bem, e isso já me dá provas o suficiente para saber que és milhões de vezes melhor que ele. Ouve o que eu tô falando e não pensa bobagem, tá bom? Eu te amo, foca sempre nisso.

Ele reage com um sorriso à minha fala, e sua expressão calma demonstra que fora tranquilizado pelas minhas palavras. Pelos próximos minutos, mudamos de assunto e conversamos sobre outras coisas, nada muito importante, até que somos interrompidos pelo som da minha campainha. Sempre que minha campainha toca, eu acho estranho, pois não costumo receber nenhuma visita que não seja o meu namorado. Curiosa, me levanto e vou até à porta, enquanto Nolan fica no quarto me esperando. Ao abrir a porta, meus olhos analisam o corredor vazio e silencioso. Não há ninguém. Nem um som. Nada.

𝑄𝑢𝑒𝑚 𝑠𝑒𝑟𝑎́ 𝑞𝑢𝑒 𝑒𝑠𝑡𝑒𝑣𝑒 𝑎𝑞𝑢𝑖?, Pensei. Já pensando em dar de ombros e voltar para dentro do apartamento, olho para o chão e vejo outro tijolo, com mais uma mensagem escrita em papel. Puta que pariu, será coisa do Cowllyn? Já havia até me esquecido que este desgraçado existia.

Olho para trás, a fim de ver se o Nolan está vindo ou não, então, pego o tijolo, descolo o papel e leio o que está escrito.

"𝑇𝑒 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑟𝑜 𝑛𝑜 𝑏𝑒𝑐𝑜, 𝑎𝑡𝑟𝑎́𝑠 𝑑𝑒𝑠𝑡𝑒 𝑝𝑟𝑒́𝑑𝑖𝑜. 𝑆𝑒𝑗𝑎 𝑟𝑎́𝑝𝑖𝑑𝑎, 𝑣𝑎́ 𝑠𝑜𝑧𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑒 𝑛𝑎̃𝑜 𝑚𝑒 𝑐𝑎𝑢𝑠𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑏𝑙𝑒𝑚𝑎𝑠."

𝐴𝑠𝑠: 𝑉.𝐵

As iniciais V.B me fazem deduzir logo de cara que a mensagem não fora escrita por Cowllyn, mas por Vanessa Bloosom, sua funcionária. Admito que mudei completamente a visão que tinha desta garota depois da última vez que nos vimos, talvez ela não seja tão boa assim e suas intenções também não. Não sei o que porra ela quer comigo, nem o porquê de ficar me enviando mensagens, mas irei pôr um fim nisto só de raiva.

Amasso o papel, entro para dentro do apartamento e fecho a porta com força atrás de mim. Respiro fundo antes de voltar para o quarto, não quero que Nolan perceba que estou nervosa e com raiva.

Entro no quarto e ele mira seus olhos em mim.

- Quem era, meu bem?

- Não era ninguém. Acho que foi alguém que tocou e saiu correndo.

Ele dá de ombros.

- Ah, entendi. Bom, volte para cama então.

Faço que não com a cabeça.

- Meu amor, eu até queria, mas vou ter que resolver uma coisa lá embaixo rapidinho.

- Ah, eu posso...

- Não. Fica aí, por favor. Eu já volto.

Vou embora sem hesitar, não dando tempo para ele me convencer a deixar que ele venha junto comigo. Não sei o que a Vanessa quer comigo, também não acredito que esteja sozinha, então... Independente do que me espera, não quero que Nolan se meta nisso ou corra qualquer perigo sequer.

𝐉.𝐆 𝐂𝐨𝐬𝐭𝐚

𝚄𝚖 𝚁𝚘𝚖𝚊𝚗𝚌𝚎 𝙰𝚋𝚜𝚝𝚛𝚊𝚝𝚘Onde histórias criam vida. Descubra agora