Cᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ 27.

0 0 0
                                    

Dᴜᴀs sᴇᴍᴀɴᴀs ᴅᴇᴘᴏɪs ᴅᴏ ɪɴᴄᴇ̂ɴᴅɪᴏ

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Dᴜᴀs sᴇᴍᴀɴᴀs ᴅᴇᴘᴏɪs ᴅᴏ ɪɴᴄᴇ̂ɴᴅɪᴏ.
12ʜ34

- Amor... Você tem certeza que não quer comer alguma coisa? - Pergunto, preocupada e tentando insistir em tirar Nolan da cama. Ele não fala nada, apenas segue tapado e virado para o lado oposto de mim, e levo isso como um 𝑛𝑎̃𝑜.

Baixo a cabeça, triste e vou embora do quarto, pois sei que nada que eu diga vai convencê-lo a sair daquela cama.

Ele está há duas semanas sem fazer nada.

Ele está naquela cama.
Não sai daquela cama.
E eu não sei mais o que fazer para deixá-lo feliz.

Chego na sala, me atiro no sofá e desabo em lágrimas silenciosas. Não quero que ele escute que eu estou chorando... Mas, ele não escutou eu chorando durante duas semanas, não é agora que vai escutar.

Está têm sido minha rotina;
Acordar, obrigar o Nolan a se alimentar pelo menos um pouco, depois vê-lo vegetar pelo resto do dia... E, então, chorar. Chorar muito por vê-lo assim tão mal. No entanto, ao mesmo tempo que me sinto profundamente triste, também sinto raiva. Nolan não pode estar pensando em como eu estou me sentindo, se estivesse, não estaria agindo desta maneira. Não estaria me deixando preocupada com sua saúde. Mas ele está fazendo... Ele está sendo egoísta e eu... Bom, eu errei, de qualquer forma.

Ele sabe de algo. Ele sabe, mas não quer me contar, e isso têm me deixado cada dia mais angustiada.

Chorei por uns trinta minutos, depois tentei retomar as forças e me reerguer. Fui ao banheiro, lavei o rosto, depois encarei os meus olhos inchados e vermelhos. 𝑃𝑎𝑟𝑒𝑐𝑒 𝑎𝑡𝑒́ 𝑞𝑢𝑒 𝑐ℎ𝑜𝑟𝑒𝑖 𝑝𝑜𝑟 𝑑𝑒𝑧 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠, penso. Mas, não, foram só trinta minutos. Trinta minutos, todo dia, há duas semanas.

Vou ao quarto mais uma vez. Nolan segue na mesma posição, ainda em silêncio, sem dizer nada. Não sei nem se está dormindo agora. Fico na porta, pois estou sensível demais para chegar muito perto, e aviso:

- Nolan, eu... Vou sair, tá bom? Vou ir ver a minha irmã. Estou com muita saudade dela e... Preciso pedir uns conselhos. Volto logo, ok? - O silêncio continua, nada além do silêncio. Mordo o lábio, tentando conter a vontade imensa de chorar, vontade de abraça-lo, de bater nele, de beijar ele... Bem, de fazer tudo. Me viro e saio dali. Não há mesmo nada que eu possa fazer por ele agora.

• • •

14ʜ30

Como o meu - até não sei quando - namorado não se levantou, nem optei por fazer comida só para comer sozinha. Mandei mensagem para a minha irmã e avisei que iria almoçar com ela e Ronnie hoje e ela aceitou numa boa. Eu já estava no meio do caminho, minha voz estava tensa pois eu não estava preparada para o caso de ela dizer que não podia. Não foi o caso, graças a Deus.

Agora estou ajudando ela a lavar os pratos e Ronnie está limpando os farelos da mesa.

Eu estava evitando falar de Nolan, no entanto, minha irmã não resistiu contra a pergunta:

- Mana, e o seu 𝑛𝑎𝑚𝑜𝑟𝑎𝑑𝑜? Por que ele não quis vir?

Congelo. O pano que se movia sob o prato, para, e meus olhos ficam arregalados. Sinto uma forte dor no peito, pois a imagem dele, deitado, sem falar nada, voltou à minha cabeça exatamente agora e me sinto totalmente desarmada contra essa sensação.

Com a voz trêmula, falo:

- Nolan anda meio irritado.

- Irritado? Por qual motivo? - Késia questiona, acho que estranhou a maneira nervosa de como eu falei. Rapidamente eu falo algo para ela não pensar que Nolan está fazendo algo horrível como me bater, pois ele não está:

- Não é nada disso que você está pensando, Késy.

- Então o que é? - Ela desliga a torneira e se escora na pia, cruzando os braços em seguida. Pronto, ela está querendo dizer que vou contar e não tenho como fugir. Olho para o Ronnie e faço sinal para que ele nos deixe a sós, ele o faz e saí da cozinha. Largo o pano e o prato na pia.

- Nolan não fala mais comigo, Késy....- começo, minha voz triste e a vontade de chorar são ativadas instantâneamente. - Já faz duas semanas que nós não trocamos uma palavra.

- Duas semanas?! - Ela quer ter certeza de que escutou direito, afinal, que casal que mora juntos fica DUAS SEMANAS sem trocar uma palavra? Nós. Nós fizemos isso.

- Sim. Ele só fica deitado, come deitado, depois dorme de novo. Há duas semanas.

- Ele sabe do que você fez?

𝐴 𝑑𝑜𝑟 𝑓𝑖𝑐𝑎 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑓𝑜𝑟𝑡𝑒....

- Eu... não sei. Eu acho que não. Mas como eu vou saber? Ele não me diz nada.

Késia pensa um pouco antes de prosseguir.

- Jenny, você sabe de o Nolan voltou a usar alguma coisa?

- Não, não - respondo imediatamente, afim de defender ele. Mas, na verdade, nem sei de nada agora. - Ele já não usa nada há muito tempo.

- Então... Ele está com depressão, e, se está assim, é porque algo o deixou assim.

𝐹𝑢𝑖 𝑒𝑢?
𝐸𝑢 𝑜 𝑑𝑒𝑖𝑥𝑒𝑖 𝑑𝑒𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜?

As lágrimas começam a escorrer.

- E o que eu faço para fazer ele melhorar? - pergunto, já aos prantos. Késia se aproxima de mim e me abraça. Então, fala:

- Sente ao lado dele, converse com ele, tente mostrar que está lá por ele e fazê-lo se sentir seguro para desabafar com você. O que acha?

- Vai dar certo?

O abraço termina, ela segura os meus ombros e olha nos meus olhos, sorrindo. Consigo perceber os seus olhos molhados, pois chorou um pouco enquanto estava abraçada comigo.

- Sempre funciona comigo e Ronnie. - Ela assegura.

- Eu prometo que vou tentar, Késy. Eu prometo.

Ela sorri.

- Eu sei que vai. E vai dar certo.

Não sei dá onde vou tirar forças para quebrar o muro que Nolan construiu para que eu não chegasse perto dele. Não sei o que ele tanto teme que já não me quer mais. Desde o início do namoro, nunca passamos por um momento assim... Tudo sempre foi perfeito, lindo demais. Éramos como um lindo quadro renascentista, mas, agora estamos... 𝐴𝑏𝑠𝑡𝑟𝑎𝑡𝑜𝑠.

Fomos de um romance lindo e leve para um abstrato, cheio de formas esquisitas e... confuso. Muito confuso. Quadros abstratos são meio difíceis de interpretar.

Talvez o amor seja mesmo assim; nem sempre fácil de entender, como é um quadro renascentista, mas, sim, de vez em quase sempre torna-se abstrato e confuso, e, neste momento, é quando os dois devem se unir para tentar entender a confusão que estão vendo ou... Ou talvez tudo acabe.

Ainda não sei o que vou fazer, nem o que vou falar, mas de alguma maneira eu preciso me sentar, olhar para este quadro confuso que pintamos juntos e tentar decifra-lo.

𝐷𝑒 𝑎𝑙𝑔𝑢𝑚𝑎 𝑚𝑎𝑛𝑒𝑖𝑟𝑎... 𝑜𝑢 𝑡𝑢𝑑𝑜 𝑎𝑐𝑎𝑏𝑎.

𝐉.𝐆 𝐂𝐨𝐬𝐭𝐚

𝚄𝚖 𝚁𝚘𝚖𝚊𝚗𝚌𝚎 𝙰𝚋𝚜𝚝𝚛𝚊𝚝𝚘Onde histórias criam vida. Descubra agora