Capítulo 35 - Emily Woods

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Eu disse que iria confiar no Declan? Sim, mas não senti verdade nas suas palavras. Tem alguma coisa estranha, desde o dia que fomos na casa da sua mãe.

Já fazem dois dias desde que fomos lá, e durante esses dias ele me fez várias perguntas sobre meus pais e meu passado. Não é por isso que eu estou achando ele estranho, é pelo simples fato de que está me evitando.

Sempre chegando tarde e quando chega não diz uma palavra. E é por isso isso que agora estou mexendo no seu celular enquanto ele toma banho.

É sexta de manhã, ele ainda não saiu para o trabalho e acha que eu estou dormindo. Seu celular não tem senha, o que facilitou bastante.

Mexo em tudo, abro todas as conversas com mulheres, mas são apenas clientes, não tem nada demais. Desço mais até que acho uma chamada Hanna, a foto dela me lembra alguém, clico e lembro que a vi no evento da empresa do Declan.

Abro a mensagem e percebo que ele a bloqueou, mas não apagou o número nem a conversa. Subo e leio tudo, tem muitas fotos dela de calcinha e sutiã, mas nem todas estão baixadas.

Leio a conversa e percebo que ele nunca respondia. Ótimo.

Estou prestes a fechar o aplicativo de mensagem quando vejo uma do Sam não aberta, escrito "quando você vai contar para Emily?". Isso me desperta uma curiosidade, então abro a mensagem e leio tudo.

Vejo que ele enviou um arquivo com a foto dos meus pais e logo abaixo outra foto que ele tirou do meu álbum de fotografia. Não faz sentido, por que ele enviaria isso para o Sam?

Leio a mensagem que enviou logo abaixo das fotos. "Eles são realmente os pais dela, porra Sam, eu matei os pais da Emily. Pelo visto ela não sabe sobre quem eles eram, o que dificulta tudo. Como se fala uma coisas dessa? Eu lembro de tudo daquele dia, mas não faria diferente se eu soubesse que era os pais dela. Preciso contar só não sei como."

Assim que termino de ler a mensagem escuto o chuveiro sendo desligado. Eu li direito? Como assim Declan matou meus pais? Não faz sentido...

Sinto meu coração acelerar e minhas mãos soarem. Meu Deus, por isso ele passou esses dias fazendo pergunta sobre eles? Por isso se engasgou na casa da sua mãe quando eu citei como eles morreram?

Não... Não pode ser, tem que haver outra explicação. Só pode ser piada.

— Emily? — escuto Declan falar.

Olho na sua direção e o encontro parado na saída do banheiro do seu quarto. Seu olhar é de confusão. Ele me observa e nota seu celular na minha mão. Sua expressão muda para pavor.

— Emy, o que você... — lhe interrompo.

— Como assim você matou meus pais Declan? Isso é verdade? — pergunto sentindo meus olhos lacrimejando.

— Meu amor, a gente pode conversar? Por favor senta e... — não deixo que continue.

— RESPONDE DECLAN. — falo alto.

Ele se aproxima devagar, porém me afasto. Suspira e me olha com compaixão.

— É verdade, eu matei sim seus pais. Mas, eu posso explicar, se você puder se sentar eu te conto tudo Emy. — tenta se aproximar de novo.

— Como... Declan, meu Deus. — sinto vontade de vomitar, então respiro fundo.

Não dá pra ficar aqui, me mexo e junto minhas coisas pelo seu quarto. Sinto ele se aproxima e me afasto.

— NÃO TOCA EM MIM. — falo alto.

— Amor, me deixa explica. Eu não sou uma pessoa ruim. Por favor Emily fica e escuta, pelo nosso filho. — implora.

Sua fala me lembra que vou ter um filho com um assasino. Só pode ser brincadeira. Onde eu fui me meter?

— Declan, não chega mais perto de mim... Você me dá nojo. Não acredito que me apaixonei por um assasino. — falo chorando. — Não me siga... Nosso filho? Você não merece ser pai, você nem queria mesmo. — enxugo minhas lágrimas e saio do quarto.

Me arrependo de ter dito isso no mesmo instante, mas o ódio que cresce dentro de mim não quer saber de ser boazinha.

Sinto ele me seguir, mas não me impede. Saio do apartamento e peço um carro pelo aplicativo.

Meu coração doe, como se tivesse sido esfaqueado. Nada faz sentido, sinto como se estivesse sonhando.

Tudo esta uma confusão na minha mente...

Meus pensamentos são interrompidos pelo celular tocando. Olho para tela e vejo o nome da Rebecca. Atendo no mesmo instante.

Amiga? O que aconteceu? O Declan me ligou chorando pedindo pra eu te ligar e perguntar para onde você tá indo. — sua voz soa preocupada.

— Eu tô indo pra casa, você pode por favor não ir trabalhar hoje? Ele vai entender. Só esteja aí Becca. — falo chorando.

Okay. Eu amo você.

— Também amo você. — desligo o telefone.

...

Assim que passo  pela porta a Rebecca se levanta rápido, vindo na minha direção.

— O que aconteceu, Emy? Vocês estão me deixando preocupada. — fala me abraçando.

Seu abraço é reconfortante e isso me faz chorar mais. Me sinto enjoada e cansada.

Rebecca me solta me levando até o sofá. Me deixa sentada e vai pegar um copo de água. Volta e me entrega. Não sinto vontade de beber, mas lembro que existe um ser dentro de mim que preciso manter vivo.

— Emy, o que houve? Eu nunca vi o Declan falar daquele jeito. Ele tava desesperado. — alisa meu rosto.

— Becca... Eu não sei nem como falar isso... — suspiro sentindo as lágrimas voltarem.

Pelos próximos conto tudo que descobri para Rebecca, ela está em choque assim como eu.

— O Sam tá envolvido nisso? O filha da puta é policial e está envolvido nisso? Eu vou matar aqueles dois Emily. — fala com raiva.

— Não sei o que fazer Rebecca, devemos contar ao seu pai? — lhe olho confusa.

— Obvio, foda-se que ele é o pai do seu bebê e o Sam é policial. Eles não pensaram nas consequências quando esconderam isso. É muito grave Emily. — se levanta. — Vamos agora no meu pai.

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O que vocês fariam numa citação dessa? Iria embora feito a Emily ou ficaria e escutará? 🤔

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Você Pode Me Consertar? - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora